segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A poderosa influência da mente no comportamento financeiro do indivíduo


Louis Frankenberg,CFP®  20.02.2012
O período de Carnaval provavelmente não é a melhor  época para abordar um tema  cada vez mais dominante  e fazer uma breve análise   a respeito do assunto. Como bem sabemos, nossas finanças    são determinadas por complexos   fatores de ordem   comportamental.   
Para introduzir o assunto  resolvi reproduzir uma matéria de minha autoria recém publicada neste mês de Fevereiro pela ANEFAC, (www.anefac.com.br) a Associação de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, da qual  também sou um dos diretores.  O título é;
Este cérebro complexo é o supremo comandante de nossas ações”.
Eis o texto exatamente como foi publicado; 
“Creio que foi no ano de 2005 que tive a honra de escutar pela 1ª vez e pessoalmente o psicólogo, Dr.Daniel Kahneman, da Princeton University, Prêmio Nobel de Economia de 2.002. Eu já o seguia de perto há tempos e com enorme fascínio pelo conteúdo de suas teorias a respeito de como funcionava nosso cérebro, que coincidia 100%  com minha filosofia de planejador financeiro pessoal.
Desde o início da minha atividade como planejador financeiro nos anos 70  eu acreditava piamente que não era suficiente indicar aos meus clientes  investimentos diversificados de renda fixa ou variável.
A maioria  dos investidores naquela época só pensava em obter a maior renda possível, como poderiam fugir da perda do poder aquisitivo da moeda e do pagamento de impostos...
Eu imaginava que o fator primordial era conhecer o melhor possível meus clientes e, sempre que possível os convidava para uma conversa informal, de preferência o casal, para entender quais eram suas prioridades de vida.   
Mas não fui eu, porém Kahneman que conquistou o mundo financeiro para os incríveis conceitos do “Behaviour Finance” ou seja “Comportamento Financeiro”. 
Atualmente, não passa uma semana em que não leio no “The Economist” e outras revistas especializadas, matérias a respeito da enorme evolução que está havendo no cada vez maior conhecimento que está se obtendo sobre o funcionamento de nosso cérebro.  
Após inúmeros anos  praticando o planejamento financeiro, recentemente  resolvi enfrentar um curso de pós graduação em “Psicologia Econômica” na PUC, com a Professora Vera Rita de Mello Ferreira e toda a minha experiência prática  foi  sendo   reconfirmada pelas descobertas feitas naquela área do conhecimento...
Sabe-se hoje que o “ Sistema  Límbico” do cérebro  é o local onde nossos  instintos primitivos dominam; são nossos medos, ansiedades, impulsos, irracionalidades,   memória de acontecimentos negativos etc.
Nesta longa e constante evolução do ser humano pelos séculos afora, aos poucos desenvolvemos o “Neo Cortex”,ou seja a parte frontal do cérebro onde estão localizadas nossa lógica, múltiplas formas de comunicação que desenvolvemos; elas são a parte racional, a parte da inteligência que somente  nós seres humanos possuímos (e as vezes tão erradamente utilizamos).
Sabe-se hoje em dia que o “Sistema Límbico” é a parte primitiva do cérebro na qual  os instintos  são dez  vezes mais poderosos que o  “Neo Córtex”!
Esta é a principal razão pela qual  é   tão difícil tomarmos decisões racionais em relação ao dinheiro e tantos outros  aspectos de nossas vidas quotidianas.
Aparentemente não existem conexões entre o Sistema Límbico e o Neo Córtex e decorrente deste fato  torna-se extremamente difícil pensarmos no longo prazo, em escolhermos investimentos menos imediatistas ou pensarmos seriamente em nossa aposentadoria quando ainda  distante.  Geralmente optamos por pensar no imediatismo das coisas prazerosas. Alguém discorda?”

Até aí a matéria em questão  tal como foi publicada na revista da ANEFAC.
Bem, vocês podem com toda razão  concluir que não é sem razão que nós seres humanos somos escravos, vinculados e dependentes de   nossos  próprios vícios. Que atire a primeira pedra quem afirma que não os têm!
Fascinado há anos pelo assunto da falta de domínio e controle sobre nossas próprias vontades, procuro ler e entender matérias científicas que, cada vez em maior número,  comprovam  que nosso cérebro comanda e policia tudo e que quase sempre somos  irremediavelmente subjugados por desejos, vícios e vontades que superam  as advertências de outro comando deste mesmo cérebro bem mais fraco  e volúvel.    
Na maioria de nós uma  tímida   voz em segundo plano nos diz  por exemplo de que não devemos fazer tal investimento por ser  demasiado arriscado ou então que,  Joãozinho, pela informação de conhecidos nossos,  não é pessoa de bem e de que não devemos nos associar a ele naquele novo empreendimento que ele nos propôs...
Entretanto,  nosso “Sistema Límbico” não  somente nos envolve  em questões  financeiras ou  de nosso  caráter. O domínio  mental sobre a gente  vai muito além e na prática somos na maioria das vezes vencido por ele.
Ele se insinua e ainda nos envolve inapelavelmente  com aquela vizinha  gostosa  que,  com seus olhares  enfeitiçadores nos deixa louco, mas que tem um marido com o qual seria mais conveniente não se meter. (Mesmo assim, muitos homens não resistem...)
Esta primitiva e dominante força presente desde o começo da humanidade na maioria das vezes acaba vencendo  nossas próprias dúvidas e restrições. Também  sucumbimos ante a temerária letra severa da lei seca quando, no bar da esquina, na companhia de   amigos  uma voz interior  nos adverte de que  já bebemos o suficiente cerveja ou vinho, pois ainda teremos pela frente  o ato de dirigir nosso carro para chegarmos  sãos e salvos em casa.

Voltando ao tema das finanças pessoais, na condição de planejador financeiro de carteirinha e com  muito aconselhamento   nas costas, continuo abismado com a quantidade de pessoas  que têm coragem de pagar as taxas de juros geralmente   elevadas e até  mesmo absurdas  que nos são debitadas pelo uso do cartão de crédito além do período de graça ou então pelo cheque especial para o qual em última instância resolvemos apelar.
São todos, sem exceção,  grandes e imperceptíveis ladrões de nosso suado dinheirinho.
Em época não longe de nossa malfadada economia passada, a da grande inflação, ainda seria admitido pagar  8% a 12% de juros mensais pela  aquisição de algum bem de consumo, mas não mais hoje em dia, quando você obtém em sua caderneta de poupança  apenas 0,5% mensais de rendimento ou quem sabe até um pouco mais em outra aplicação (mesmo sabendo que a inflação atual lhe retira sorrateiramente   percentual igual).
A imensa vontade de possuir imediatamente um par de sapatos, um relógio, uma blusa, um celular ultimo modelo e até aquele modelo novo de automóvel,  é  condição suficiente para homens e mulheres sem distinção,  bloquearem seus raciocínios lógicos e caírem na tentação de obtê-los de qualquer maneira.   Tudo resultante  deste maldito e primitivo “Sistema Límbico”, dez vezes mais poderoso que o “Neo Córtex do qual já falamos mais acima.   
Invariavelmente  todos  os  levantamentos e estudos sobre poupança e reservas das diversas classes sócio econômicas afirmam que a maior parte  de nossa população não tem um miserável Real guardado em alguma conta bancária de  reserva ou fundo de pensão complementar. As mesmas pesquisas comprovam que o endividamento destes cidadãos podem  vir a alcançar entre 25% a 35% de suas  receitas mensais.
Se você meu caro amigo ou amiga faz parte deste contingente, envergonhe-se  e mude imediatamente alguns dos seus conceitos para seu próprio bem!
Você sabe por experiência própria ou decorrente de histórias que já ouviu, que é muito melhor para sua saúde financeira e mental ter sempre a mão uma reserva  para os tais  momentos  de desespero no qual o mundo ao seu  redor  subitamente desabou  e está sendo embaraçoso  pedir ajuda a familiares   ou amigos...
É apenas  neste exato momento  que você pensa que teria sido melhor ter uma boa reserva  disponível no banco do que ao invés, ter entrado em um financiamento  para a aquisição da mais recente  versão do  seu  carro favorito...
Eu, ao contrário, faço esforço para continuar sendo a pessoa dos meus primeiros anos de luta para ser alguém na vida,  quando revolvia cada tostão duas ou mais vezes na mão antes  de me decidir como gastá-lo. Mão de vaca?  Pão duro?  Nada disto, eu era apenas  muitíssimo consciente  em saber quais eram as minhas prioridades de vida e como seria  difícil conquistar um lugar ao sol sem fazer alguns sacrifícios.
Naquela  época, hoje longínquo, adotei um princípio  que tentei inclusive  transmitir aos meus filhos e a muitos dos meus clientes. Alguns  destes últimos  o adotaram e, provavelmente se deram bem, outros preferiram  continuar  sendo   a cigarra da fábula de Aesopo ao não  adotar a fórmula da formiga.
Qual era este meu princípio?   Querem mesmo saber? Então aí vai.
“Caso eu gastasse meu suado dinheirinho em uma porção de coisas pequeninhas, jamais teria condições de alcançar meus principais  objetivos ( e sonhos) de vida.”  E eu sabia muito bem o que queria para mim mesmo!
A ciência neurológica, cada vez mais com maior certeza e objetividade está conseguindo comprovar que   certas substâncias químicas atuantes em nosso cérebro  são os  grandes responsáveis por nossos vícios.  Não é tarefa fácil, contornar ou submeter  estas forças  naturais  que algum ser superior projetou para nós.
Devemos portanto tentar dominar o fato de  querer adquirir bens ou cometer outra qualquer insensatez  que comprovadamente será dez vezes mais poderoso que aquela voz tímida e pouco eficaz que fracamente nós sussurra  que aquele ato  vai  futuramente  nos  custar caro.   
Uma super dose da substância chamada adrenalina  é o responsável por tanta gente ir além do razoável para alcançar algum objetivo, arriscando-se muito. A adrenalina é doce, encantadora mesmo e por isso mesmo 1.000 vezes mais perigosa do que conscientemente admitimos!  
Não é sem razão que  as melhores  e mais inteligentes instituições financeiras tentam descobrir  quais os produtos  e serviços que devem oferecer a cada um dos seus clientes.
O chamado perfil  de risco divide cada um de nós em  cautelosos, conservadores,  prudentes, liberais, inovadores, aventureiros, especuladores,  audaciosos, ambiciosos, empreendedores etc.  Tente você mesmo descobrir em qual das classificações que melhor se enquadra e de hoje em diante tente também dominar aquela vozinha melosa  que lhe impulsiona a cometer erros dos quais possa se arrepender amargamente amanhã!
Agradecido por ser meu leitor  fiel, me despeço por hoje desejando-lhe um bom carnaval ( mas sem excessos!)
Louis Frankenberg,CFP®  20-02-2012
  
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

ESTE CÉREBRO COMPLEXO
É O SUPREMO COMANDANTE
,..,
DE NOSSAS AÇOES





                       
reio que foi no ano de 2005 que tive a honra de escutar pela primeira vez pessoalmente o psicólogo Dr. Da­niel Kahneman, da Princeton Uni­versity, Prêmio Nobel de Economia de 2002. Eu já o seguia de perto há tempos com enorme fascínio pelo conteúdo de suas teorias a respeito de como funciona nosso cérebro, as quais coincidiam 100% com minha filosofia. Desde o início de minha atividade como planejador financeiro nos anos 1970, percebi que não era suficiente indicar aos meus clientes investimentos diversificados de renda fixa ou variável. A maioria dos investidores naquela época só pensava em obter a maior renda possível e em como poderiam fugir da perda do poder aquisitivo da moeda e do pagamento de impostos.
Eu imaginava que o fator primordial era conhecer meus clientes o máximo possível. Por isso, sempre os convidava para uma conversa informal, de pre­ferência o casal, para entender quais eram suas prioridades de vida.
Mas foi Kahneman que conquistou o mundo financeiro com os incríveis conceitos do "Behaviour Finance", ou seja, "Comportamento Financeiro". Atualmente, não passa uma semana sem que eu leia na "The Economist" e outras revistas especializadas, matérias a respeito da enorme evolução de conhe­cimento sobre o funcionamento de nosso cérebro.
Após muitos anos praticando planejamento financeiro, recentemente, resolvi enfrentar um
48 revista ANEFAC • Janeiro/Fevereiro 2012


curso de pós-graduação em "Psicologia Econô­mica" na PUC (Pontifícia Universidade Católica) com a professora Vera Rita de Mello Ferreira, onde toda a minha experiência prática foi sendo confirmada pelas descobertas feitas nesta área do conhecimento.
Sabe-se hoje que o Sistema Umbico é o lo­cal do cérebro dominado pelos nossos instintos primitivos; nossos medos, ansiedades, impulsos, irracionalidades, memória de acontecimentos negativos, etc. Nesta longa e constante evolução do ser humano pelos séculos afora, aos poucos desenvolvemos o Neocortex, ou seja, a parte frontal do cérebro, onde estão localizadas a lógica e a múltiplas formas de comunicação. É a parte racional, da inteligência que somente os seres humanos possuem (e a qual utilizamos, algumas vezes, de forma tão errada).
O Sistema Umbico é a parte do cérebro na qual os instintos são dez vezes mais poderosos que o Neo­cortex. Esta é a principal razão pela qual é tão difícil tomarmos decisões racionais em relação ao dinheiro e tantos outros aspectos de nossas vidas cotidianas.
Aparentemente, não existem conexões entre o Sistema Umbico e o Neocortex, e, decorrente deste fato, torna-se extremamente difícil pensarmos no longo prazo, em escolhermos investimentos menos imediatistas ou pensarmos seriamente em nossa aposentadoria quando ainda é distante. Geralmente optamos pelo imediatismo das coisas prazerosas. Alguém discorda? Á

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Confessando a existência de uma das minhas excentricidades e a respeito de um certo fundo imobiliário


Louis Frankenberg,CFP®    08-02-2012

Da Europa eu trouxe quase um quilo de jornais com notícias financeiras recortadas que andei coletando pelo tempo em que lá estive.
Minha mulher costumeiramente tenta me impedir de carregar os mesmos comigo devido o peso e espaço  que ocupam nas malas.  Felizmente, por enquanto continuo  levando a melhor  na discussão que geralmente passa  a ocorrer e ela os acaba acomodando no fundo das malas e bolsas. 
Ela costuma ser a triunfante comandante pois é a que faz e desfaz estas mesmas malas, mas prefiro pensar que sou  eu o mais esperto para não entrar em alguma virtual auto depressão, pois  vingativamente fico imaginando que  em virtude destes  meus recortes  ela precisa limitar   suas  aquisições no exterior.  Naturalmente também fico antecipadamente pensando a respeito das futuras faturas do cartão de crédito que me aguardarão na volta da viagem.
Essas coisas acontecem justamente a mim que vivo ensinando aos consumistas inveterados de que devem se limitar ao essencial no uso do cartão de crédito... Infelizmente também para este  mortal planejador financeiro cola perfeitamente o adágio, “Casa de ferreiro, espeto de pau”.
Na certa  ela acha que  sou um maníaco financeiro que não encontra qualquer graça no fato de gastar dinheiro a rodo em roupas e cosméticos, pois a noite  no hotel ou então espremido  em alguma  poltrona de avião, sem tesoura  comigo, (arma proibida a ser carregada nos dias de hoje) rasgo  a mão e da melhor maneira possível, os jornais com os assuntos que me interessam guardar, para  posteriormente  decifrá-los com mais calma. 
De volta da viagem sempre  me encontro com calhamaços  de artigos, crônicas e  pesquisas que devo classificar e guardar.
Invariavelmente passo a ter dúvidas  colossais; quais dos assuntos continuam sendo atuais e que devo abordar em alguma das minhas crônicas. Será que tal assunto será de interesse dos meus  leitores?
Será que meus leitores brasileiros irão apreciar quando escrevo algo a respeito de finanças  da Europa ou dos Estados Unidos ? 
São esses alguns dos pensamentos que presentemente ocupam meu embaralhado cérebro, que continua pensando mais  na viagem que já findou e nas maravilhas vistas e familiares visitados! 
Podem me tachar  de excêntrico,  já estou acostumado.

Na imensa dúvida que me assalta com tantos assuntos guardados, prefiro hoje escrever respeito determinado Fundo Imobiliário.
No dia 31 de Janeiro, três dias após ter regressado de viagem,   no Jornal Valor vejo o  seguinte título “Hospital ameaçado de despejo diz que pagou aluguel de imóvel de fundo”.
Para aqueles que não sabem, o Frankenberg há muitos anos emigrou do sul do país para São Paulo, contratado pelo então bem menor grupo financeiro Itaú, para reformular  os Fundos de Investimento do banco. Na época eu era um  dos maiores especialistas nesta área, conhecendo tudo a respeito do assunto   (hoje em dia encontro mil e um defeitos nestes mesmos fundos e vivo criticando-os). Volto ao conteúdo, mencionado  no título acima.
O  Grupo  Hospitalar Nossa Senhora de Lourdes  e o Hospital da Criança aparentemente não pagaram o aluguel que deviam  ao Fundo Imobiliário Brazilian Mortgages, sua administradora e dono dos imóveis  referente ao mês de Dezembro de 2011,  e este então  ingressou com uma ação de despejo...
Nada demais diriam vocês leitores, isso acontece costumeiramente e todos os dias  nestes rincões de nosso imenso país!
Não vou entrar nos detalhes de quem tem ou não  razão, mas vou comentar  coisa a meu ver  bem mais importante e novamente ressaltar o que eu já havia mencionado em duas  crônicas anteriores, neste mesmo blog.
O conceito de fundo de investimento em ações ou  mesmo qualquer fundo imobiliário  incorpora a premissa de pulverização de risco ou seja os ovos (componentes da carteira) devem ser colocados em cestas diferentes para não todos quebrarem simultaneamente, quando alguém inadvertidamente deixa cair a  tal da cesta!
Este conceito nasceu há mais de duas centenas de anos quando comerciantes europeus perdiam todas as suas mercadorias devido a naufrágios e em razão daquele lamentável acontecimento iam imediatamente à falência quando  a embarcação com todo seu capital mercadológico  afundava  em algum dos imensos oceanos.
Inteligentemente, resolveram então limitar ou melhor dito dividir o risco. Vários comerciantes juntavam-se, coletivamente contratavam um navio e com  apenas pequena   parte das mercadorias    de cada um deles,  rezavam pelo melhor e dessa maneira enfrentavam a sorte das tempestades ao atravessar os perigosos  mares.
Caso o navio naufragasse, e isso acontecia muitas vezes, a perda sofrida seria apenas parcial e não atingiria toda o  capital  individual de cada um dos comerciantes que compartilhavam a carga do navio.
Minha própria aprendizagem prática a respeito do assunto inclui o conhecimento obtido na época através de três importantes fundos imobiliários internacionais que acompanhei quando estavam ainda em evidência e posteriormente quebraram; um  holandês, outro incorporado no Caribe  e um terceiro norte americano.  Todas essas quebras de grande repercussão internacional e muita perda para seus inocentes quotistas. A razão básica dos três  fundos imobiliários terem entregues a alma ao diabo foi   entre outras   terem tido  principalmente “falta de liquidez” quando os respectivos mercados subitamente mudaram de rumo e uma certa quantidade de investidores de suas quotas teimavam resgatá-los imediatamente e todos ao mesmo tempo.
Como é sabido, investimentos imobiliários têm como um de seus aspectos  mais negativos  possuírem  pouca liquidez  imediata. ( parte muito pequeno é investido em títulos de plena liquidez).
Por razões óbvias não é  possível vender apenas alguns dos quartos do Hospital da Criança ou então a Sala de Cirurgia ou a própria U.T.I. ou até mesmo a Recepção... Vende-se o hospital inteiro  ou não se vende nada!
O Frankenberg na época do lançamento inicial dos fundos imobiliários em nosso país já apontava para a irracionalidade de determinados desses instrumentos de aplicação de capital serem constituídos por apenas um único imóvel e passarem  a viver então do recebimento de aluguel deste  único imóvel...
Caso a CVM  na época tivesse me consultado eu teria vetado  certas aplicações em fundos imobiliários. Uma das condições exigidas e necessárias que eu  teria sugerido seria   a de que  o dinheiro dos quotistas deveria estar pulverizado em pelo menos “X” diferentes empreendimentos e não somente e em um único! A diversificação deveria ser também por regiões geográficas e ramos diferentes de negócios.
Aos que desejarem rever minhas crônicas em que menciono fundos imobiliários consultem neste mesmo blog os seguintes títulos;
  • Todos os fundos imobiliários são confiáveis? data; 23/9/2010
  • Algumas considerações a respeito de adquirir imóvel..... data; 20/7/2011
Por hoje é só, abraço a todos  vocês e meu obrigado por lerem minhas opiniões e comentários Não os levem demasiado a sério pois também cometo meus próprios erros! Ninguém é infalível.
Se gostaram, recomendem-nos  aos seus amigos e familiares. Caso não estiverem ainda na minha listagem automática de recebimento direto, peçam  a inclusão através dos e-mails abaixo. Aceito elogios e críticas. Os melhores publico, os mais radicais deleto!

Louis Frankenberg,CFP®  08-02-2012









sábado, 4 de fevereiro de 2012

A filosofia embutida em meu  blog  “Dinheiro Sempre by Frankenberg”

Louis Frankenberg,CFP®         04-02-2012

Estamos dando início ao nosso 3º ano consecutivo de atividade como divulgador de crônicas, informações e demais assuntos direta ou indiretamente relacionados com dinheiro.
Desejo realçar novamente àqueles que há tempos nos prestigiam e também aos mais novos aderentes do blog que, nosso maior interesse ao divulgar pensamentos, idéias e comentários quase nunca são representados pelos meus próprios e  mesquinhos interesses.
Procuro sim muitas vezes  esmiuçar  ou ampliar  algumas das agendas  ocultas debatidas pela imprensa em geral,  por   inúmeros profissionais e/ou    entidades financeiras e que são movidas  tantas  vezes  apenas por interesses  nem sempre transparentes.  
Jornalistas algumas vezes ingênuos ou mesmo insuficientemente conhecedores dos temas que abordam, também promovem produtos e serviços nem sempre isentos e éticos.
Não faço (e não desejo) fazer parte deste grupo, pois sou orgulhosamente independente e  como diria certo jornal de circulação nacional em passado bem recente, não tenho o rabo preso...
Repito novamente àqueles que queiram me escutar e não serem ludibriados e, tardiamente em algum momento futuro  confirmarem o acerto desta minha  próxima afirmativa  de que;
“Nações através de suas lideranças e dirigentes, corporações  e pessoas individualmente  quase sempre  são movidas  por interesses  diretos ou camuflados e não  por puro idealismo, irmanadas no desejo de apenas ajudar aos seus semelhantes”. 
É óbvio que meus pensamentos mais profundos divulgados neste blog não necessariamente são   sagrados ou absolutos, apenas fruto de anos de experiência e conhecimento adquirido na profissão de planejador financeiro.  
Também por esta mesma razão, apesar de ter sido cooptado a participar  de algumas dessas atuais entidades denominadas “redes sociais” tais  como facebook, linkedin, twitter etc”,   vejo muitas vezes nelas apenas interesses  mesquinhos  egoístas de auto promoção.
Exemplificando meu ponto de vista; como posso chamar de “amigo” alguém que conheço de alguma fortuita reunião social  ou corporativa ou então outra pessoa que há muitos anos assistiu a alguma das minhas palestras ou seminários financeiros e da qual nem  mesmo lembro o nome?
Deveria eu definir todas elas incondicionalmente como  deleto amigo ou amiga? Não consigo!
Somente definiria ser amigo de alguém (e fica sendo esta minha explicação para aqueles que não entendem por eu teimar em ignorar seu honrado convite),sem que essa mesma pessoa me explique com maiores detalhes  como me conheceu e, conseqüentemente  na minha  pobre memória  acenda-se uma luz esclarecedora). Também aceitaria ser amigo(a) a quem me explicasse a razão do seu interesse em me conhecer melhor.
Imagino que, aqueles que até agora buscaram fazer parte  da minha rede social, devem ter ficar enormemente frustrados com meu silêncio monumental, ignorando-lhes a existência. Está dada a explicação.
Não faço nenhuma questão  em ampliar quantitativamente o número  de amigos ou seguidores  desconhecidos... Não desejo ser um daqueles que clama de que tem tantas centenas de amigos ou seguidores.
Interessa-me sim, identificação mental e de propósitos, troca de inteligentes contestações  ou mesmo apoio.
O ano de 2012 já está em seu 2º mês e  eu andei pelo mundo, visitando familiares  por razoável  período de tempo. Como gosto de conhecer novos lugares e  gentes interessantes!
Mas o que vale é de que estou de volta, cheio de novas idéias e energia, prometendo abordar novos assuntos, alguns cuidadosamente   recortados e guardados de jornais lidos no exterior e que sempre me servem como lembretes ou inspiração para novas crônicas.
Através deste excelente  software   chamado “Google Analytics”, fico sabendo  dia após  dia  quantos leitores visitaram meu blog, quantas vezes um mesmo leitor clicou em meu blog, quais os portais ou fontes intermediárias existentes entre meu blog e o leitor, quantos minutos  este mesmo leitor   fica lendo  minhas escritas ( a média é de quase 2 minutos) e quais as matérias que mais são acessadas.Somente não fico sabendo seu nome e e-mail e se gostou ou não do que leu.
Apesar de não serem centenas de milhares que me  honram com sua leitura, aproximadamente 15% daqueles que passarei a chamar de “virtuais ou quase amigos” entraram mais de 50 vezes no meu blog www.seufuturofinanceiro.blogspot.com e metade deles ultrapassaram até o número mágico de 100 vezes!  
Quanta dedicação, quanta fidelidade. Meu sincero e muito obrigado a vocês leitores fieis e persistentes.
Quando no exterior e de pura brincadeira eu consultava de vez em quando a  “Google Analytics”, acreditando que após uma ou duas semanas de  ausência total de novas crônicas ninguém mais  iria se dar ao trabalho de clicar no blog. Mero engano. Pelo menos de 5 a 10 leitores persistentes continuavam a abrir o mesmo para ver se  por acaso haveria alguma novidade. Peço desculpas a vocês, caros “quase amigos” que os decepcionei ao manter meu silêncio por tanto tempo.  
Prometo voltar ainda esta semana com novidades daqui e do mundo. Caso desejarem se comunicar comigo, meus endereços de e-mail continuam sendo; perfinpl@uol.com.br ou lframont@gmail.com
Um forte abraço e tardiamente um feliz 2012!

Louis Frankenberg,CFP®  04.02.2012