quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dinheiro Sempre by Frankenberg: A história do sábio e do menino

Dinheiro Sempre by Frankenberg: A história do sábio e do menino

A história do sábio e do menino

Era uma vez um homem muito erudito e respeitado por  seu enorme conhecimento a respeito da mente humana. Era considerado  um verdadeiro sábio por todos que o conheciam.  
Em uma das reuniões na qual o sábio era o principal orador, um menino conhecido por sua maldade se aproximou do sábio com um pequenino pássaro vivo escondido em uma  de suas mãos e que recém ele havia apreendido em uma armadilha.
O menino então perguntou ao  sábio;
Você que todos dizem que é tão sábio poderá me dizer se o passarinho que tenho na mão está vivo ou morto?
(caso o sábio respondesse “vivo” ele apertaria o passarinho entre seus dedos, matando-o. Caso o sábio respondesse “morto”, ele mostraria o passarinho ainda vivo, dessa maneira demonstrando que o sábio não era tão infalível como todos proclamavam.)
O sábio tristemente fixou seu olhar bondoso sobre o menino e respondeu;
“Menino, a resposta está em suas próprias mãos.”

Os internautas que costumam me acompanhar devem pensar que o Frankenberg se tornou filósofo e está se desviando de seus propósitos educacionais e financeiros. Não é bem assim. Continuo alerta e bem atualizado neste mundo muitas vezes materialista e interesseiro!
Quanto mais penso, leio, escuto e envelheço, mais certeza tenho de que felicidade, conforto e bem estar depende mais de nós mesmos do que dos outros.
Acumular o suficiente para termos uma vida confortável antes de mais nada é uma questão filosófica e não menos importante, de  prévio planejamento e determinação.
Comprovei profissionalmente que acumular dinheiro apenas, sem questionar à exaustão quais são nossos propósitos maiores, nossas metas e objetivos de longo prazo, não tem grande significado e não nos levam a nada.
Apesar dos cínicos continuarem afirmando que é mais fácil ser feliz com dinheiro do que sem, os cientistas que estudam a mente humana em maior profundidade, estão comprovando que a partir de um determinado montante maior ou menor que um indivíduo  já tenha acumulado, a absoluta maioria das pessoas não se tornam proporcionalmente mais  felizes ao aumentarem ou mesmo dobrarem  o montante de bens  patrimoniais juntados.
Em freqüentes reuniões com outros profissionais financeiros, tanto aqueles ligados às instituições financeiras, como os independentes, constato que alguns são extremamente ambiciosos e  me pergunto se seus clientes não serão de alguma maneira prejudicados pelos conselhos que eles estarão dando, já que ambição e ganância podem influenciar negativamente aspectos relacionados com segurança, liquidez e rendimento de inversões que aqueles profissionais possam estar recomendando.
Erros propositais ou involuntários de aconselhamento de investimentos e que deixam de  contemplar os inúmeros aspectos que deveriam ser analisados em relação ao perfil do cliente, podem causar  estragos que, algumas vezes, jamais poderão ser consertados.
Pessoalmente o receio de algum dia poder estar cometendo algum erro de grande repercussão para meu cliente, constantemente me acompanha e  muito me preocupa.
A associação profissional ao qual pertenço, recentemente adotou como sendo seu princípio prioritário      
“cliente em primeiro lugar”
Fiquei imensamente feliz com essa  óbvia decisão das  lideranças  financeiras de 23 países  na qual a certificação “CFP®” – “Certified Financial Planner” ou seja ´Planejador Financeiro Certificado” está presente  e acredito que com aquele ideal  sempre em mente, coletivamente  estaremos dando o melhor de nós mesmos em prol de nossa clientela.
No Brasil, através do IBCPF (www.ibcpf.org.br) também incorporamos  este princípio-lema ao nosso Código de  Ética e Responsabilidade Profissional.
Consultores, intermediários e executores  certamente podem  ajudar os seus clientes, porém  a resposta aos  anseios  e decisão final  sempre dependerá de cada investidor  individualmente.
Caso eu possa dar um conselho, diria  para não deixar que terceiros vos convencem  de algo com o qual  intimamente não concordam.
Infelizmente o mundo ainda tem profissionais financeiros mais interessados em seus próprios ganhos que os de seus clientes.  
Alcançar determinadas metas e objetivos continua a estar principalmente em nossas próprias mãos e ninguém deve prescindir de suas próprias convicções!

Louis Frankenberg,CFP®   17-02-2011






sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quanto vale dormir em relativa paz quanto aos nossos investimentos?



Por que empreguei “relativa paz” no  título desta matéria?
Porque nunca existe certeza absoluta quanto a devolução de nosso capital quando o desejarmos eventualmente resgatar, ou alternativamente no   vencimento da aplicação.  
A realidade nua e crua é que riscos de todas as espécies sempre existirão em relação as nossas finanças ou até mesmo para nossa vida ou saúde.
Para quem há pouco ou muito tempo aplica no mercado de capitais ou acionário, conhece alguma história escabrosa que geralmente termina com alguma perda financeira. Tem sido assim em países do terceiro mundo, mas também em países desenvolvidos da Europa, América do Norte ou Ásia.
O único e melhor conselho que posso dar é “previna-se”. Por mais que averiguamos os antecedentes e tradição de alguma entidade financeira ou intermediário especificamente, sempre haverá alguém mais espertinho que a gente.

E isso me leva ao seguinte relato  que abaixo  resumi e encurtei, após ter lido em Dezembro de 2010 no jornal International Herald Tribune, escrito pelo executivo Michael Kubin. O título  original,traduzido do inglês era ”Madoff abriu meus olhos”.
Em Dezembro de 2008 meu cunhado, também alto executivo de Wall Street me ligou, perguntando se eu estava sentado e em seguida dizendo que Bernie Madoff havia sido preso.Fiquei branco e na mesma hora sabia que todos meus investimentos haviam se evaporado.
Duas semanas antes eu ainda havia dobrado o valor dos mesmos... Naquele mesmo dia  eu havia recebido do Fundo um relatório com números muito satisfatórios...
Durante diversos anos eu já era investidor dos fundos de Madoff  e  sempre havia achado que os resultados alcançados eram sempre positivos, mas  também sempre muito constantes,  ao contrário de outros fundos de meu conheccimento.
Inclusive com alguns amigos incrivelmente eu havia comentado que qualquer dia vamos saber que esta aplicação vai se transformar em um esquema tipo ”Ponzi”.
Obviamente fiquei muito transtornado com o ocorrido e fiquei sabendo que estava na excelente companhia  de artistas, milionários e outros altos executivos de Wall Street. Interessante  também foi saber que todos eles procuravam disfarçar, dizendo que não haviam sido vítimas do malando.
A minha natureza humana me fez ficar feliz que não tinha sido o único trouxa, ao contrário estava em excelente companhia.
Como pude ser tão ingênuo? Eu tinha   um M.B.A. de  ótima  universidade, tinha experiência, era bom em matemática financeira, já havia lido muito a respeito de arapucas e esquemas semelhantes e estava familiarizado com o termo “bluffing”(blefando, iludindo)  regularmente jogando cartas, etc. Nenhuma dessas artimanhas me salvou!
Minha conexão com Madoff aconteceu porque eu conhecia uma família que há anos investia dezenas de milhões de dólares com ele e que estava muito satisfeito com os resultados. Após o ocorrido eu estava muito zangado comigo mesmo, com Madoff e com a “S.E.C.”, Securities and Exchange Comission (nossa C.V.M.) por ter enganado tanta gente inclusive a mim.
A SEC deveria ter fiscalizado melhor nosso dinheiro, mas dormiu infelizmente no ponto.
Por sorte a I.R.S. Internal Revenue Services  (Receita Federal Norte Americana)  emitiu uma legislação que me permitiu deduzir integralmente minha perda, reduzindo, mas não eliminando meu prejuizo.”

Meus próprios comentários a respeito da história contada por Michael Kubin. (Agora quem está comentando é o próprio Frankenberg)
Somente faça negócios com grupos financeiros totalmente transparentes quanto ao local onde o dinheiro estará sendo investido e leia atentamente os relatórios para ver se não encontra alguma incongruência.
Não siga cegamente aos amigos, por mais inteligentes, cultos, ricos e bem informados que possam ser.  Desconfie daquele grupo financeiro que paga 10% quando a média dos demais  paga apenas 5%.
Eu, conhecendo melhor os meandros da psicologia, após ter feito um curso de pós graduação, sei que cobiça e ganância podem atingir a todos nós em algum momento de distração quando, por qualquer motivo, nossas defesas íntimas  estão mais sensíveis e expostas.
Por que o sei? Porque também já fui atacado por semelhante micróbio em um lamentável episódio em   passado mais remoto.
Resultante triste desta história é que o filho mais velho de Bernie Madoff cometeu suicídio no dia 12 de dezembro de 2010, não conseguindo absorver o impacto da vergonha  que se abatera sobre a família. Acredito que não tinha conhecimento da  longa lista de malandragens do pai.

E para terminar esta crônica, uma história que ouvi há muitos anos, semelhante  a história do Madoff e  outras   ocorridas em nosso próprio país, hoje já não me parece mais tão incrível quanto anteriormente eu a achava quando ainda me considerava apenas um aprendiz de consultor financeiro.
“Um fazendeiro que costumava guardar seu dinheiro em baixo do colchão, foi convencido por um gerente bem falante a colocar seu dinheiro em uma agência bancária quando essa abriu uma agência em cidade próxima. Ato contínuo e não tão confiante assim quanto a sua anterior decisão, ia todas as semanas  à agência pedir seu dinheiro, o contava no Caixa para ver se continuava o mesmo.Conferido   o depositava novamente.
Será que este procedimento nos preveniria contra novos golpes?

Louis Frankenberg,CFP®  04-02-2011
Blog; seufuturofinanceiro.blogspot.com