terça-feira, 10 de setembro de 2013

Filosofando a respeito de mim mesmo em relação às finanças pessoais


 

Louis Frankenberg, CFP® 10-09-2013          

 

Caros amigos,

Este longo relato é meu testemunho de como penso a respeito do relacionamento que deve existir com um cliente e igualmente relata minha conduta como intermediário e consultor financeiro desde quando profissionalmente entrei neste segmento, no ano de 1964. 

A despeito de ter o hábito de  quase sempre repetir em auditórios que cada um dos sete bilhões de seres humanos vivendo em nosso planeta se diferenciarem entre si, portanto cada um deles raciocinando à sua própria maneira, acredito que alguns de vocês talvez  tenham   prioridades, sonhos e objetivos de vida semelhantes ou parecidas com os meus.    

A seguir vou me desvendar e, quem sabe, possamos compartilhar alguns dos valores e ideais.

De antemão relembro que perseguir princípios e, tenazmente, tentar alcançar os próprios sonhos é tarefa difícil, exigindo sempre muita paciência e ilimitada força de vontade!

Em uma época anterior e mais conturbada da minha própria vida de adulto, cheguei à conclusão de que tudo que eu eventualmente alcançasse, dependeria de mim mesmo. Anteriormente a essas turbulências tinha a tendência de querer culpar aos outros por meus próprios erros e fracassos.   

É bem doloroso chegar a esta conclusão de “mea culpa” a respeito de si mesmo e saber fazer autocrítica pública e mais difícil ainda, deliberadamente virar o leme para o lado oposto, para então enveredar por outra estrada.   

Acredito que alcançar algum dia o chamado “sucesso” - seja qual for a definição que queremos dar-lhe – equivale a enveredar por uma estrada com inúmeras freadas, mudanças bruscas e contínuos obstáculos.

Para tentar segui-la tive em certo momento de marcante crise que definir quais deveriam ser meus próprios objetivos de longo prazo.

Após muita introspecção conclui então quais deveriam ser os mais importantes;

·       Ter uma família bem estruturada e feliz, vivendo numa moradia agradável na qual me sentisse sempre muito a vontade.

·       Ter suficiente dinheiro guardado (reservas) para ultrapassar os muitos momentos de dificuldades e encruzilhadas que encontraria pela frente.  

·       Ter boas condições de saúde para continuar trabalhando sim, por muitos anos, mas apenas porque teria de gostar muito daquilo que estivesse fazendo e nunca por premente necessidade de sobrevivência.

·       Dar a melhor educação possível para meus filhos.

Quando chegou a minha própria maturidade intelectual, passei para meus filhos o significado de exercer com muita paixão a atividade ou profissão no qual também eles pudessem estar envolvidos.

Na atualidade, conforme e satisfeito, sinto-me como aquele jogador de futebol no auge da carreira, adorando aquilo em que estou envolvido, ou seja, planejamento e educação financeira e, continuar tentando conduzir outros pelo mesmo caminho.  

Antes que me esqueço, viagens, música e cultura também estavam incluídos nos meus sonhos distantes do passado.

Começando como “Office Boy” de multinacional, logo descobri que aquela função burocrática e enfadonha de maneira alguma fazia parte dos meus sonhos e conclui que estudar e aprender tudo que pudesse era imprescindível para meu futuro ser mais promissor.

Após dois anos de Engenharia avaliei que não me tornaria um bom profissional e dei uma guinada para a área das Ciências Contábeis e Atuariais.

Tive sorte de aos poucos entender que depender de outrem ou “ganhar na loteria” não me levaria a nada, pois na Faculdade, entre outras lições de vida e acadêmicas me fizeram ter certeza que não desejava depender da lei das probabilidades, conhecendo-lhe as escassas possibilidades existentes de que o fator “sorte” viria bater à minha porta.

Passei a acreditar que “sorte” nunca vinha sozinho, porém sempre acompanhado de muito trabalho, persistência, vontade de vencer, constante aprendizagem e bom relacionamento humano.

Logo eliminei quase que totalmente da minha vida como possíveis alternativas à felicidade e sucesso, jogatinas e loterias e evitando indivíduos que sempre falavam de milhões e tentando me convencer que negócios fabulosos e milagrosos existiam e vicejavam ao redor da gente e que, algum deles fatalmente cairia no meu colo!  

Constantemente eu me policiava dizendo a mim mesmo; Louis deves baixar a cabeça e nunca imitar qual macaquinho a outrem. Continuamente observava que inúmeras pessoas usavam (e me parece, continuam usando) aquele critério em suas vidas.

O quase fanatismo de apregoar constantemente em minhas palestras de que cada pessoa tem impressão digital, íris e DNA diferentes dos seus semelhantes, algumas vezes me leva à situações paradoxais e talvez até um pouco fanáticas, porém penso que cada um de nós deve ser um espelho do que é por dentro, ou seja, muito autêntico e estar sempre incrementando seus próprios dons e tentando eliminar seus defeitos.       

Quando ainda era estreante nos mercados financeiros, então na condição de mero intermediário da venda de fundos de investimento, adotei ao contrário da maioria dos meus colegas de então, o lema de jamais tentar pintar um investimento ou negócio mais atrativo do que de fato fosse. Esta sábia decisão me trouxe muitos clientes que no decorrer do tempo se tornaram igualmente meus amigos.

Mesmo quando era remunerado apenas através da comissão de intermediação, fazia questão de não pensar na minha própria compensação pecuniária.

Aquela condição que me impus era especialmente difícil de ser mantida, pois algumas vezes o próprio cliente me pedia algum rebate, ou seja, parte do meu ganho. Posteriormente aprendi um simples truque que daí em diante dava como resposta e que eliminou aquela desagradável questão.

Vontade e sinceridade em querer auxiliar aos meus clientes passaram a ser minhas principais características e os clientes sentiam isto. Hoje eu chamaria estas minhas características de como “atuar com ética”, porém naquela época este predicado era pouco difundido...

Observando diversos dos meus colegas e da maneira como atuavam com seus próprios clientes, eu deliberadamente me recusava a ser igual a eles, achando que não deveria trair meus próprios princípios.

Não consigo até hoje, impor a alguém qualquer investimento quando pessoalmente não estou absolutamente convencido de sua conveniência de aquisição caso fosse para mim mesmo.

Analisando pelos padrões atuais os perfis e características de clientes pelas quais geralmente eles são classificados; conservadores, moderados, arrojados e agressivos, reconfirmo que o estereotipo mais “arriscado” geralmente não se dava bem comigo por eu ser demasiadamente “cuidadoso”, ou quem sabe até mesmo “conservador” para a idade que tinha. Esta minha característica com o avançar da idade não mudou.

Deve ser a razão principal em ter perdido alguns deles que não combinavam comigo.   

Não se passava nenhum ano aqui em nosso país em que alguma ou mais instituições financeiras com muito alarde quebravam e gente mais afobada chorava pela perda irrecuperável  sofrida, tanto do seu capital como do rendimento prometido.  

Aquela maneira de eu me sentir e comportar, é claro, destoava totalmente da atuação da maioria dos meus colegas de então, mas fazia com que cada negócio fechado por mim se transformasse em uma nova e sólida relação com outro ser humano, que geralmente ficava muito satisfeito e me recomendava a amigos e familiares.        

Estávamos nas décadas dos anos 70 e 80 do século passado e aqui no Brasil poucos ainda haviam ouvido falar das descobertas e aplicações da “Psicologia”, envolvendo a mente humana nos negócios. Nenhum vendedor que eu conhecesse tinha coragem suficiente em perguntar sem rodeios ao seu cliente de quais eram seus sonhos e objetivos de vida, mas eu, ávido leitor de livros americanos a respeito de assuntos semelhantes ou correlatos, já estava atento ao comportamental e a todos aqueles aspectos introspectivos e subjetivos das pessoas com os quais me relacionava.

Eu lia avidamente livros em inglês, alguns ganhos como prêmio de vendas e quando surgia a oportunidade, tentava aplicar algumas das novas formas de conquistar meus interlocutores e entender melhor do que realmente desejavam.  

Após a leitura de diversos daqueles livros que já tratavam da psique do ser humano, passei a acreditar firmemente que cada cliente deveria se transformar em um amigo com o qual eu teria de lidar pelo resto dos meus dias e, portanto nem ele nem eu deveríamos admitir e depender de argumentos duvidosos ou números falsos ou inchados deliberadamente.   

Enveredava e me aprofundava cada vez mais no fascínio que sentia de como funcionava o cérebro humano.  Espantava-me de como era fácil convencer alguém daquilo que eu recomendava e os enormes perigos decorrentes do fato desse alguém ser convencido tão indefensável e completamente. Fisgar (enganar) alguém era na realidade como lançar o anzol com algum petisco e o peixe o engolia sem pestanejar! Que perigo para aqueles ingênuos e crentes clientes!

Eu passei a sentir a necessidade e a responsabilidade de argumentar somente baseado em fatos concretos, estatísticas comprovadas e argumentações que mostravam todos os ângulos e aspectos, tanto positivos como negativos de qualquer investimento.

Já então começava a entender de como esquemas Ponzi e pirâmides podiam ser desenvolvidos por pessoas inescrupulosas e como os clientes podiam ser levados de roldão pelas promessas miraculosas dessa gente habilidosa e sem quaisquer limites éticos e morais, fraudando a confiança de investidores ingênuos ou mesmo leigos.

Na revista Time, e posteriormente também em Business Week, eu lia a respeito das falcatruas financeiras que aconteciam não somente aqui no Brasil, porém no mundo todo e comprovava que malandros existiam em todos os países.

Vem-me à terrível lembrança de um episódio ocorrido em Porto Alegre com o filho de grandes amigos da família.

O jovem, eu o conhecia, trabalhando numa Corretora de Valores Mobiliários tentava conquistar seus clientes com Letras de Câmbio, Ouro, Dólar e outras aplicações complexas e sempre prometendo rendimentos mais interessantes que outros intermediários. No fim de determinado ano deu como brinde aos seus investidores uma moedinha de puro ouro. Eu pensava comigo que ele provavelmente estava ganhando demais...  Já não morava mais em Porto Alegre e meu tio me pediu a opinião a respeito de determinado negócio oferecido pelo rapaz e qual o risco que eu pensava que estivesse envolvido. Após analisá-lo, (e aos investimentos semelhantes que estavam sendo oferecidos) recomendei peremptoriamente ao meu tio para não fazer qualquer negócio com o rapaz e afirmando que eu o achava imaturo e arriscando demasiado facilmente os investimentos e preciosas reservas de pessoas mais idosas. Passaram-se alguns meses e aconteceu o inevitável. O jovem se suicidou na empresa de amigos nossos e os jornais noticiaram o estouro da Corretora em enormes manchetes... Fiquei sabendo posteriormente que muitos amigos nossos perderam montantes apreciáveis e irrecuperáveis. Meu tio foi dos poucos que não tinha feito negócios com ele.

Infelizmente, esta pescaria predatória até os dias de hoje persiste e continua sendo praticada a torto e a direita. Felizmente hoje em dia existem instituições financeiras idôneas com os quais estas coisas dificilmente acontecerão.

Parece que sempre existirão pessoas que imaginam que existem negócios milagrosos e acreditando cegamente nas boas intenções de gente mal intencionada.

Entre os inúmeros clientes com o qual eu lidava profissionalmente e continuo lidando até hoje, uma das minhas conclusões mais interessantes era que aqueles que ao longo de suas vidas vão guardando apenas pequenas quantidades de dinheiro e os investindo com cuidado, sistematicamente e periodicidade constante, no fim das contas são os que acabam sendo os melhor sucedidos financeiramente.  

Estas pessoas têm e terão muito maiores probabilidades de uma velhice sossegada e cômoda, ao contrário daqueles outros mais agressivos e volúveis, constantemente trocando de posição e de opinião, ao sabor de conselhos e recomendações de gente apenas interessada em “faturar”, como dizem.

Através da analogia da construção de uma moradia que é feita tijolo por tijolo e das finanças pessoais de alguém que sempre procura gastar um pouco menos do que ganha, investindo a diferença, cheguei à conclusão acima exposta.  

Fico verdadeiramente abismado com a quantidade de mensagens de e-mails que recebo nos dias de hoje, em que me são oferecidos negócios mirabolantes, pirâmides e esquemas financeiros fraudulentos, sabendo que muita gente não resiste aos mesmos. Tem tudo a ver com a ganância e a ansiedade de se querer enriquecer de um dia a outro. Pés no chão, muita pesquisa, conselheiros profissionais desinteressados e não acreditar em milagres ainda são os melhores ingredientes para uma vida financeira saudável e perene.

É claro que nada do que acabei de descrever é absoluto, pois ninguém é dono da verdade e felizmente existem empreendedores que financeiramente criaram sólidos impérios aqui e pelo mundo afora. Qualquer país necessita deles, pois são os mais importantes incentivadores do progresso de uma nação.

O que aprendi 50 anos atrás continua valendo e confirmada pela tradicional Bíblia; “diversificação” permanece sendo uma excelente política para as finanças da gente. 

Porém a vida inteira lidando com todos os tipos de estatísticas, pesquisas e estudos, alguns idôneos, outros duvidosos e que tratam do patrimônio como um todo ou então de finanças pessoais, investimentos imobiliários etc, concluo que os dados apurados por consultores e profissionais pelo mundo afora pouco divergem das minhas próprias avaliações quando afirmam que apenas 10% e no máximo 15% da população idosa do Brasil terá o suficiente para enfrentar com galhardia ou menos folgadamente a chegada certíssima da época da aposentadoria e acompanhado de seus quase sempre imprevistos financeiros e aumento das despesas em relação à saúde. 

Caso você, meu caro amigo tiver a intuição, a inteligência e acreditar no que acabei de expor e também se perguntar com sinceridade em qual dos grupos sócios econômicos desejará estar incluído, poderá evitar muito arrependimento futuro.

Caso sua resposta for querer estar incluído no privilegiado e diminuto grupo assinalado acima de não precisar trabalhar até cair morto para manter o próprio sustento e dignidade, terá de fazer apropriadamente a sua lição de casa.   

Tendo colocado por escrito diversos dos meus pensamentos, crenças e ideais, estou quase chegando ao final deste meu prolongado relato.  

Mas quero ainda me referir antes de finalizar esta extensa exposição de crenças e opiniões, ao sempre controvertido tema dos juros excessivos que ainda continuam a ser cobrados no Brasil aos empréstimos e ao perene endividamento de nosso povo por não haver nenhuma entidade governamental que lhes ensina de qual é a melhor maneira de cuidar do dinheiro.

Educar não é somente aprender a ler e a escrever, mas também cuidar bem da saúde física e financeira.

Fiquei conhecendo na prática o perverso significado da inflação como jovem adulto e creio que diversas gerações de brasileiros foram igualmente influenciados negativamente por este terrível vírus financeiro.

Consequentemente nosso povo até hoje prefere se livrar o mais rapidamente possível do pouco dinheiro que ganha, gastando-o de qualquer jeito.

Ocorre que, a maneira para se encarar o excessivo endividamento enquanto a inflação era de 500% ao ano é diferente hoje em dia quando o atual índice inflacionário é de aproximadamente 6,5% ao ano. Diferença do dia para a noite!

Foi naquele prolongado período de inflação havida até o ano de 1995 que a meu ver ocorreu a dificuldade atual da maioria das pessoas.  

Nós, planejadores financeiros sabemos que uma das consequências da inadimplência e do super endividamento existente no país é a pequena difusão  da importância dada a  poupança em geral.

Para meu espanto, o próprio Governo Federal tomou recentemente a iniciativa para incentivar o crédito consignado e a aquisição de automóveis a longo prazo por camadas da população que não deveriam endividar-se dessa maneira.

Já não era suficiente a iniciativa privada ter inundado o país com cartões de crédito sem simultaneamente advertir que empréstimos e endividamento somente deveriam ser decididas após análises cuidadosos por parte de cada consumidor? 

Consequentemente da inexistência de campanhas educativas preventivas, tornamo-nos uma nação em que o povo é descuidado (e desprotegido) com a importante questão que é a educação financeira, que deveria ter entre um de seus nobres propósitos, preocupar-se com a formação de reservas para os imprevistos e da aposentadoria digna das famílias.

É muito triste constatar que pouquíssimos entidades governamentais (destaco entre as exceções os PROCON Estaduais) se preocuparem com as altas taxas de juros que são pagos por intermédio dos empréstimos e aquisições de bens de consumo e veículos pela população em geral.

Não quero absolutamente culpar somente as Instituições Financeiras por este perene problema sem destacar que o próprio Governo Federal e Banco Central são responsáveis pelos pesados tributos e recolhimentos compulsórios arrecadados sobre parte dos depósitos em bancos.  

Com absoluta convicção quero reafirmar aqui e agora a completa insensatez de tanta gente em nosso país pensar que pedir emprestado ou comprar algo a prazo são a única ou melhor maneira de se conquistar bens de consumo em geral.

Em países da Europa nunca deparo com anúncios de página inteira fomentando agressivamente   as pessoas às compras a prazo...

Qual será a razão para nossa brava população não conseguir enxergar que obter em média 0,5% de juros ao mês através do rendimento das cadernetas de poupança e de algumas outras formas de investimento de renda fixa e por outro lado ter que pagar de juros algo entre 3,0 % até mesmo 10% ao mês para a aquisição de quaisquer bens de consumo, fato este que equivale a cometer verdadeiro suicídio em termos financeiros!

A única resposta válida que conheço é de que falta uma ampla campanha de alcance nacional de divulgação da importância e significado da EDUCÇÃO FINANCEIRA através de todos os meios de comunicação e fontes possíveis e imagináveis!

A difusão de uma medida desta envergadura deveria se tornar uma das clausulas pétreas de nossa Constituição! Esta é minha honesta opinião.

Caso exista algo que não posso de nenhuma maneira compreender e muito menos admitir, é saber que de acordo com estudo recentíssimo do FecomercioSP e publicado na Folha de S.Paulo de 8/9/2013,(e tantos outros igualmente existem, alguns ainda mais pessimistas) que em média 52,6 % das famílias brasileiras estavam endividadas em Agosto de 2013, sendo70, 2% delas através dos cartões de crédito.

É igualmente de conhecimento geral que o percentual total do endividamento é diferente para cada um dos principais segmentos sócio econômicos, mas equivale a mais de 25% a 30% dos ganhos familiares mensais destes mesmos grupos identificados como sendo das classes “C, D e E”.  

Repetindo apenas para firmar melhor o conceito do absurdo daquilo que estou tentando proclamar aos quatro ventos; vejam a enorme diferença existente entre receber 0,5% ao mês e ter de pagar entre 3,0% a 10% mensais.

São equivalentes a 6 e 20 vezes a mais ao pagar, em relação a receber  os mesmos juros!

Para mim consciente e indignado planejador financeiro independente, é óbvio que, em país onde são pagos estes elevados juros, pouca gente irá conseguir juntar o suficiente para, eventualmente, financiar sua própria aposentadoria ou complementá-la.  

Tente imaginar o que representa ter um orçamento doméstico em que você terá de 25% a 30% mais dinheiro para gastar em lazer, viagens, alimentação, educação etc em vez de saldar as dívidas, incluindo os juros!

O melhor conselho que posso lhe dar é adotar de agora em diante a seguinte filosofia; “adquirir qualquer bem de consumo somente quando você tenha dinheiro disponível e recusar-se terminantemente a pagar qualquer taxa de juros, seja qual for, quando esta ultrapassa a 0,5% ao mês”.

A exceção valeria apenas para a aquisição da casa própria, e mesmo assim, após analisar minuciosamente qual a instituição financeira que lhe propõe os melhores custos e taxas de juros.

 

Cheguei ao fim do meu longo desabafo e, sinceramente gostaria de acreditar que possamos algum dia ter um Governo e Instituições que realmente se preocupassem com a Educação Financeira.

Parabéns a você que chegou ao fim deste relato no qual expus extensivamente meus pensamentos.

 

 

S.Paulo,10 de Setembro de 2013
 
 

Louis Frankenberg,CFP®