sábado, 14 de julho de 2012

Fundos Imobiliários devem ser considerados a sério ou apenas estão na moda?




L.Frankenberg, CFP® 14-07-2012

Caros leitores do meu blog,


Antes de apresentar algumas considerações a respeito de fundos imobiliários, peço-lhes licença para dizer que não sou um pessimista de carteirinha como alguns poderiam pensar, mas um planejador financeiro que tenta ser honesto e já viveu muito, viu muito,  brigou muito e por essa razão constantemente quer por a nu,   as mazelas  e malandragens existentes, tanto no âmbito   governamental    como  também na iniciativa   privada, envolvendo pessoas,  legislações,  tributos, comércio ou finanças.


Sabemos todos que o ser humano (e governos também) sempre dão preferência pela divulgação de seus feitos positivos, aqueles que possam encantar o público e ocultar     igualmente atos e informações negativas ou enganosas, isto quando lhes  convém.


Através da experiência obtida no segmento financeiro tento mostrar aos mais inocentes e mais influenciáveis o que muitas vezes está por trás das inocentes aparências. 


Pesquisas e estudos genéricos, verdadeiras ou não, sempre são mais divulgadas e propagadas.


Primordialmente viso alertar e defender os interesses do indivíduo, de sua família e do investidor, visando geralmente o longo prazo.  Sei que é bem mais simples e politicamente correto divulgar macro informações que não afetam diretamente as pessoas.  Eu prefiro divulgar diretamente ensinamentos e conselhos que possam ajudar a você e sua família.


Sou partidário do adágio “É melhor prevenir do que remediar”.


Mas vamos ao que interessa:





Acreditem ou não, mas em 1964 eu já conhecia os mecanismos de funcionamento dos fundos imobiliários.  Na Europa, o poderoso grupo financeiro holandês chamado Robeco havia criado seu próprio fundo imobiliário (o maior do continente) que, alguns anos mais tarde, teve de encerrar suas atividades. Diversos outros fundos com ênfase ou exclusivamente aplicando em imóveis, não aguentaram o enorme fluxo de resgates quando as crises financeiras e de liquidez, que periodicamente ocorrem, bateram em suas portas e consequentemente não tiveram a mínima possibilidade de se desfazer rapidamente dos imóveis e outros créditos imobiliários que possuíam. 


Bastante envolvido a partir de 1964 com fundos   investimento imobiliários, por diversas razões, sempre desconfiei da qualidade e nível de liquidez dos mesmos e teimava em não querer oferecer nenhum deles aos meus clientes. Meus chefes na época me observavam desconfiados e não gostavam nem um pouco daquela minha má vontade e rebeldia.


A grande maioria daqueles fundos imobiliários eram do tipo “aberto”, ou seja, permitiam a contínua oferta e resgate de   cotas para novos investidores. Eu, entretanto achava que funcionavam quase como “pirâmides” ou “esquemas de Ponzi”, em que qualquer investidor que desejasse resgatar suas cotas era pago com o dinheiro daquele que estava entrando no  negócio...


Aqui no Brasil a lei 8.668 no ano de 1.993 criou a legislação básica a respeito de fundos imobiliários,  regulamentados posteriormente através da  Instrução 205 da CVM.


Eu somente em Outubro de 2.000   escrevi  minha primeira crônica a respeitos de fundos imobiliários numa edição da revista “Exame” da Editora Abril.


Dez anos mais tarde, em 23/9/2010  escrevi o 1º  comentário a respeito dos FII neste meu blog www.seufuturofinanceiro.blogspot.com sob o título; 


“Todos os fundos imobiliários são confiáveis?”


Não desejando repetir no atual “post” as mesmas considerações bastante azedas, que a meu ver continuam sendo muito válidas, recomendo que busquem no menu do blog, a crônica anterior, para terem uma visão ainda mais completa do assunto.


Aqui no Brasil durante alguns anos, poucos empreendedores ou gestores se deram ao trabalho de criar Fundos de Investimentos Imobiliários, os chamados FII, mas a partir dos anos 2.000 estes, de fato começaram a ser desenvolvidos, aceitos e adquiridos pelo grande público.  


É óbvio que atualmente com as taxas de juros mais baixas oferecidos pelos bancos para os fundos de renda fixa e, descontadas a própria inflação, taxa de rebate e ainda devido a incidência do imposto de renda sobre o rendimento, os investidores mais esclarecidos começam a buscar alternativas mais suculentas.


É igualmente óbvio que é muito atrativo o fato de não haver incidência de imposto de renda sobre o rendimento nos fundos imobiliários. Este fator é um importante diferencial quando os juros recebidos de outros títulos de renda fixa se tornam dia a dia mais escassos e ainda  têm incidência de imposto de renda.  

De acordo com a regulamentação da CVM, um fundo imobiliário deve aplicar 75% de seus recursos em bens e direitos imobiliários. Também devem distribuir aos seus quotistas no mínimo 95% do lucro eventualmente auferido, regras essas muito coerentes e interessantes.

Um fator que me incomoda pessoalmente é a estreiteza (tamanho) do mercado e da restrita negociabilidade de cada um desses fundos, que unicamente pode ser feita no âmbito da BM&FBovespa, nossa Bolsa de Valores.


Explico; por serem decorrentes da respectiva legislação, fundos fechados (capital limitado em função da quantidade de quotas emitidas), a sua liquidez (negociabilidade) é absolutamente menor, pois somente a existência de alguém que queira adquirir as cotas  de sua propriedade irá permitir  que você  os repasse   para  outro investidor e ao preço que aquele se dispõe a  lhe pagar. Não havendo comprador, você não se livra tão facilmente de suas cotas. Não adianta   saber que os registros destes fundos e as negociações das   cotas são listadas e publicados no BM&FBovespa, pois  um quotista somente vai se livrar delas quando   houver  outro interessado!

Para escrever esta minha dissertação  a respeito dos Fundos   Imobiliários entrei no site do BM&FBovespa e contei a existência atualmente de 75 desses fundos. Pela publicação da Empresa Economática de 29/6 verifiquei  que publicaram uma listagem  com os 29 melhores  FII nestes últimos 12 meses. Considero  este   período  curto de tempo insuficiente  para avaliar a qualidade e performance  de um FII.
Alías os meios de comunicação, principalmente jornais, deveriam publicar sempre o que aconteceu com as cotas  em, 12, 24 e 36 meses ou seja as maiores e menores cotações de cada um dos fundos imobillários. Com estes procedimento os investidores teriam uma ideia melhor do assunto.


No Jornal “Valor” de 5/7 vi listados  67  diferentes FII com  as últimas cotações de compra e venda. Aconselho a todos para que analisem minuciosamente as cotações e pagamento de  ganhos durante  algum tempo antes de adquiri-los. 

Antes de continuar devo-lhes confessar que sou dono de um modestíssimo  lote de cotas de um  tradicional e conhecido FII, que adquiri quando os mesmos foram lançados no ano de 2.000 e após a insistência de um dos  dirigentes de uma gestora  daquela época em ter alguém que falasse bem dos mesmos...Fui usado como cobaia e formador de opinião!  Fechei o negócio porque eu queria  acompanhar o desenvolvimento de uma dessas novas modalidades de investir e...  não me arrependi!   Hoje, penso que deveria  ter adquirido mais quotas e  por isso me cabe  perfeitamente o  oposto do provérbio;


  Faça  o que  digo mas não faça o que faço”.


Aliás  para justificar meu raciocínio  naquela época, esse fundamentou-se  no fato daquele  FII    representar um novo Shopping Center muito especial, ou seja situar-se num dos bairros mais sofisticados  da cidade de São Paulo, sabidamente no Estado mais rico da nossa Federação e portanto deveria pela lei das probabilidades  dar  certo.   Mês após mês, desde então, recebo religiosamente  a fortuna de menos de três centenas  de reais  depositadas em  minha conta corrente bancária.


Vocês, caros leitores certamente agora saberão adivinhar qual o nome do FII quando lhes explico que o mesmo  está sendo objeto  de intensa fiscalização  e sujeito a uma provável   multa da Prefeitura  Municipal devido  ao seu  mal dimensionado estacionamento...( e demais ocorrências mais sensacionalistas que  estão sendo divulgadas). Se vou perder minha  minguada rendinha mensal, ainda não    posso lhes dizer.


Devido a esta ocorrência mais uma vez lhes digo, caro leitor, que tudo, tudo mesmo, envolve risco e de que jamais  conseguiremos adivinhar o dia de amanhã. ( título do meu blog anterior a este).

Mas se você chegou até aqui,  peço para não parar de ler este meu relato,  pois talvez eu possa  lhe alertar  e igualmente aos mais ingênuos investidores para pesquisarem com mais empenho os anúncios a respeito de novos lançamentos de fundos imobiliários e de que inquiram com mais  insistência e profundidade seus conselheiros, gerentes de relacionamento e planejadores financeiros para  que os mesmos estudem com maior rigor qualidade, honestidade  de propósitos e  probabilidades de êxito do fundo imobiliário que indicarem.

Para  a segunda história   que vou  lhes contar a seguir, faça de conta de que sou eu o feliz proprietário (mentirinha minha, mas quisera ser verdade) de um enorme terreno  na Capital  do  Estado de São Paulo, aquele de maior PIB desse  nosso maravilhoso país. O preço de mercado desse terreno, caso  houvesse similar certamente superaria os   10 milhões de reais.


Recentemente um  graúdo empresário me procurou e me perguntou quanto eu queria pelo terreno e eu lhe disse 10 milhões. Após alguns agradáveis papos  e diversos  jantares  oferecidos a mim,  regados com  excelente vinho francês (e vocês  que pensavam que não existiam refeições grátis)  o homem me conquistou por  completo e, após uma bela introdução durante nossa última ágape, me fez a seguinte oferta; eu te dou  12 milhões, mas em troca vamos registrar a transação do  terreno  no Cartório de Registro de Imóveis    em nome do   Fundo Imobiliário que eu estou incorporando e pelo valor de 20 milhões e  você me devolve 8 milhões P.F. (Será que me fiz de entendido?)


Que achas, ele continuou, de você receber dois milhões a mais do que pediu ainda comentou meu recém conquistado amigo.
Fiquei zonzo e por pouco não me engasguei no bife que estava mastigando.

E agora vamos agora admitir por tese de que a proposta me seduziu e eu topei, esfregando as mãos de feliz e ainda surpreso,  já preparando mentalmente uma linda viagem ao redor do mundo com a bonificação a ser recebida, além de já imaginar trocando meu  carro por um belo Mercedes Benz importado. Negócio fechado falei e lhe apertei a mão.


Mas devido a um pequeno descuidado do empresário e de sua organização,  todos meus dados pessoais   acabaram  misturados no cadastro geral de potenciais e mais abonados clientes  do mais novo   Fundo Imobiliário listado na CVM.


Dois meses se passaram e recebo pelo Sedex um pacote contendo  uma brochura espetacular de um projeto arquitetônico com o sugestivo nome de Fundo Imobiliário Meenganaqueeugosto”.  Era uma oferta muito especial para apenas 100 pessoas privilegiadas e escolhidas a dedo!


Eu estava entre os 100 felizardos e fiquei muito lisonjeado por pertencer a um grupo tão seleto! 


Abrindo a brochura deparei com um belíssimo edifício de escritórios, última geração etc. etc. no valor total de 210 milhões de Reais e, nos dados técnicos a explicação que só o terreno, muito bem localizado, havia sido adquirido por 20 milhões...


Será que devo ou não comprar algumas cotas deste maravilhoso edifício de escritórios, ainda por ser construído no meu ex-terreno? Penso com meus botões de quais serão as outras lorotas  embutidas no projeto e prefiro pensar  na  viagem que estou em véspera de realizar e esquecer o restante da história.  
Você e eu, caro amigo, devemos despertar  deste sonho de negócios mirabolantes e de que não existe refeição grátis antes que seja tarde!

Caros leitores, a segunda história não é hipotética, mas muito verdadeira, pois está acontecendo na atualidade e, não se enganem, debaixo de nossos narizes e, este planejador financeiro não consegue manter- se em silêncio e prefere gritar aos quatro ventos de que a minha história é fictícia, mas   histórias parecidas e  outras manobras menos elegantes estão ocorrendo de verdade.  Vejam porque e conferem;

Fiquei absolutamente chocado com a falta informações mais minuciosas e transparentes em relação às ofertas públicas que apareceram ultimamente nos principais jornais do país.


Eu recortei algumas  delas e as guardei para comentá-las agora. Cada vez que revejo estas ofertas faço a mim mesmo a seguinte pergunta; quem ou quais os dirigentes, imobiliárias, incorporadores, intermediários ou instituições financeiras que vão ganhar com essas transações?
Certamente existem diversas partes altamente interessadas comercialmente em uma emissão de cotas de fundos imobiliários, mas de que maneira o público vai saber se estas transações são ética, comercial e financeiramente defensáveis? As editais exigidas pela CVM omitem uma porção de dados  fundamentais que eu como futuro investidor gostaria de conhecer!

Nada posso fazer além de manifestar meu espanto de que esses negócios possam estar ocorrendo sob o olhar e fiscalização de um organismo plenamente capacitado, qualificado e autônomo como deve ser o xerife, a CVM.


Eu não posso entender como é possível que grupos financeiros possam estar recebendo  registro e licença da CVM para colocar suas próprias agências bancárias dentro de um fundo imobiliário para posteriormente pagarem algum conveniente e previamente combinado aluguel aos cotistas de um fundo imobiliário.


É mais do que evidente que existe nesta mágica mudança de propriedade   por meio da alienação do imobilizado de imóveis de uma instituição bancária para um Fundo Imobiliário   um enorme e oculto conflito de interesses, pois quem é que vocês pensam que vai determinar qual será o valor das locações dessas agências a não ser a própria direção do grupo financeiro envolvido desta transação mágica?


Quais os índices que serão utilizados para repor com justiça o preço do aluguel etc. etc?  Há inúmeras incógnitas e jogadas misteriosas envolvidas nesta transação e por enquanto ninguém consegue me dar respostas absolutamente convincentes. 


Além disso, qual a empresa  de auditoria  isenta que vai verificar se os custos e despesas que serão debitadas futuramente aos proprietários de cotas e que certamente  afetarão o valor do aluguel  e determinarão se este será justo? 


Existe alguma empresa desvinculada   ou algum “Conselho” dos próprios investidores do fundo que possa fiscalizar todos os custos e despesas que serão jogados a débito do rendimento a ser distribuído aos cotistas? Eu tenho minhas dúvidas!


Pergunto ainda se a própria CVM analisou previamente o preço de mercado de cada agência que foi incluída na transferência do capital da entidade financeira para o fundo imobiliário? Acredito que mais uma vez serão socializados os eventuais futuros prejuízos decorrentes do negócio, mas enquanto isso alguns espertos e aproveitadores ganharão muito dinheiro indevidamente.
Vamos a seguir apontar apenas alguns casos bem recentes que despertaram a minha atenção;

A Caixa Econômica lançou recentemente um FII de R$300 milhões que incorporava certo número de agências e terrenos pertencentes à Instituição. Alguém verificou se todos esses imóveis valiam realmente R$ 300 milhões?

O Banco do Brasil lançou recentemente o Fundo BB Renda de Papeis Imobiliários Fundo de Investimento FII, em que também seria possível adquirir imóveis da própria Instituição. Vale a mesma pergunta que para o item anterior.

A empresa Rio Bravo, como intermediário, em Junho deste ano lançou o Fundo de Investimento Imobiliário Mercantil do Brasil no valor de 101,664 milhões de reais. Este banco é  do setor privado. Vale novamente o mesmo raciocínio.

E, enquanto eu estava trabalhando neste tão controvertido “post”, abro o jornal Valor de 10 de Julho último e uma página inteira de um espetacular novo Fundo Imobiliário se esparramava na minha frente. É o gaúcho “Banrisul Novas Fronteiras Fundo de Investimento Imobiliário”, que irá permitir que novos cotistas adquirissem R$ 70 milhões em novas cotas, permitindo ao banco hábil e sutilmente se capitalizar, pro forma  e assim se desfazer de imóveis, fazer o leasing a preços convenientes etc. Tudo isto acontece dentro da lei e para a alegria dos por enquanto futuros investidores sem que alguém fiscalize previamente o negócio   para saber se esta transação é eticamente válida. Viva a inventividade brasileira. É um verdadeiro trem da alegria! (de alguns).

Pergunto se alguém da CVM ou qualquer entidade  independente de auditoria (e não comprometido) analisou previamente se as cotas de capital desses quatro fundos imobiliários acima citados tinham (ou têm) preços de mercado compatíveis com o valor dos imóveis a serem incorporados. É para isso que serve um xerife!  

É sabido que nos últimos dois anos imóveis tiveram  grande valorização,( se é bolha ou não, ainda não sabemos) mas mesmo assim, o novo cotista tem o direito de saber se o peço que está pagando é justo ou está exageradamente  acima do  valor de mercado.


Gente fico espantado como tantas pessoas se deixam conduzir pacificamente  à estes negócios da moda e me lembro de que  ocorreu há alguns anos passados  quando os flats eram a grande coqueluche e todos só desejavam adquirir seus 40 a 50 metros quadrados de empreendimentos hoteleiros de ávidos incorporadores. Provavelmente alguns investidores ganharam, mas outros  certamente se arrependeram tardiamente.
Ainda não terminei! 

Vou finalizando a minha argumentação a respeito dos FII com mais algumas simples   observações ou questionamentos se preferirem.

Receio que, aproveitando a atual e constante queda dos juros de todos os títulos de renda fixa ( viva a manipulada Selic!), os FII como já disse, passaram a ser o investimento da moda e como tal, alguns deles, estão sendo objeto de negócios inexplicáveis ou pelo menos duvidosos.


Penso que inúmeros cotistas desses Fundos Imobiliários em geral, mas em especial aqueles   ligados a instituições financeiras e empreendimentos imobiliários, estejam pagando preços por demais elevados por suas cotas e que, em um segundo momento (quando não sei)  despertarem, estarão com um mico na mão.   Por serem os FII entidades jurídicas de capital fechado, não poderão se desfazer de suas cotas, a não ser por preço vil que hábeis negociantes estarão adquirindo avidamente.

De acordo com a  filosofia que criou os fundos de investimento em geral, (“mutual funds” ) orginalmente nos Estados Unidos ou Inglaterra, estes tinham sido planejados para pulverizar o risco incorrido por pequenos investidores. Como então é possível alguém adquirir   um fundo imobiliário constituído por um único imóvel no qual o aluguel virá de um único inquilino? E se esse inquilino falir ou não pagar pela locação, como ficarão os cotistas?


Certamente é possível admitir como fazendo sentido quando um fundo de investimento imobiliário tiver como inquilinos os muitos lojistas de um Shopping Center, mas não quando o mesmo é constituído por um único hospital (FII Hospital da Criança) ou uma escola ou universidade (FII Anhanguera Educacional).


Para você caro investidor,   entusiasta novato por fundos imobiliários, meu conselho será levar em conta, de agora em diante, tudo que eu tiver escrito acima e dar preferência em participar de algum deles quando já estiverem plenamente funcionando por algum tempo, negociados e distribuindo juros ou rendimentos regularmente e isentos de imposto de renda. 


Dê uma boa espiada em todos os dados que você tem a possibilidade de coletar de alguns fundos imobiliários que já estejam em atividade há algum tempo e somente após se dar por satisfeito, então sim adquira cotas deles. Estude toda a série histórica de cotações das cotas previamente publicadas do período em que em já estiveram ativos e verifique se não existem algumas discrepâncias que possam ser interpretadas como suspeitas.


Um forte abraço e cuide o melhor possível do seu rico dinheirinho, que   pode  transformar-se em pó em velocidade supersônica caso você não tiver feito sua lição de casa. 


Desculpe pelo tamanho desta matéria que escapou do razoável, mas esta é única maneira que conheço para lhe explicar melhor um assunto que só agora está se tornando conhecido. Parabéns por sua paciência e, caso estiver de acordo com o que leu, alerte seus amigos e familiares.


E Envie-me um e-mail com seus comentários. 





Louis Frankenberg, CFP®. 16-07-2012















 


Fundos Imobiliários devem  ser considerados a sério ou apenas estão na moda?


L.Frankenberg, CFP® 14-07-2012


Caros leitores do meu blog,


Antes de apresentar algumas considerações a respeito de fundos imobiliários, peço-lhes licença para dizer que não sou um pessimista de carteirinha como alguns poderiam pensar, mas um planejador financeiro que tenta ser honesto e já viveu muito, viu muito,  brigou muito e por essa razão constantemente quer por a nu,   as mazelas  e malandragens existentes, tanto no âmbito   governamental    como  também na iniciativa   privada, envolvendo pessoas,  legislações,  tributos, comércio ou finanças.


Sabemos todos que o ser humano (e governos também) sempre dão preferência pela divulgação de seus feitos positivos, aqueles que possam encantar o público e ocultar     igualmente atos e informações negativas ou enganosas, isto quando lhes  convém.


Através da experiência obtida no segmento financeiro tento mostrar aos mais inocentes e mais influenciáveis o que muitas vezes está por trás das inocentes aparências. 


Pesquisas e estudos genéricos, verdadeiras ou não, sempre são mais divulgadas e propagadas.


Primordialmente viso alertar e defender os interesses do indivíduo, de sua família e do investidor, visando geralmente o longo prazo.  Sei que é bem mais simples e politicamente correto divulgar macro informações que não afetam diretamente as pessoas.  Eu prefiro divulgar diretamente ensinamentos e conselhos que possam ajudar a você e sua família.


Sou partidário do adágio “É melhor prevenir do que remediar”.


Mas vamos ao que interessa:





Acreditem ou não, mas em 1964 eu já conhecia os mecanismos de funcionamento dos fundos imobiliários.  Na Europa, o poderoso grupo financeiro holandês chamado Robeco havia criado seu próprio fundo imobiliário (o maior do continente) que, alguns anos m ais tarde, tive de encerrar suas atividades. Diversos outros fundos com ênfase ou exclusivamente em imóveis não aguentaram o enorme fluxo de resgates quando as crises financeiras e de liquidez, que periodicamente ocorrem, bateram em suas portas e consequentemente não tiveram a mínima possibilidade de se desfazer rapidamente dos imóveis e outros créditos imobiliários que possuíam. 


Bastante envolvido a partir de 1964 com fundos   investimento imobiliários, por diversas razões, sempre desconfiei da qualidade e nível de liquidez dos mesmos e teimava em não querer oferecer nenhum deles aos meus clientes. Meus chefes na época me observavam desconfiado e não gostavam nem um pouco daquela minha má vontade e rebeldia.


A grande maioria daqueles fundos imobiliários eram do tipo “aberto”, ou seja, permitiam a contínua oferta e resgate de   cotas para novos investidores. Eu, entretanto achava que funcionavam quase como “pirâmides” ou “esquemas de Ponzi”, em que qualquer investidor que desejasse resgatar suas cotas era pago com o dinheiro daquele que estava entrando no  negócio...


Aqui no Brasil a lei 8.668 no ano de 1.993 criou a legislação básica a respeito de fundos imobiliários,  regulamentados posteriormente através da  Instrução 205 da CVM.


Eu somente em Outubro de 2.000   escrevi  minha primeira crônica a respeitos de fundos imobiliários numa edição da revista “Exame” da Editora Abril.


Dez anos mais tarde, em 23/9/2010  escrevi o 1º  comentário a respeito dos FII neste meu blog www.seufuturofinanceiro.blogspot.com sob o título; 


“Todos os fundos imobiliários são confiáveis?”


Não desejando repetir no atual “post” as mesmas considerações bastante azedas, que a meu ver continuam sendo muito válidas, recomendo que busquem no menu do blog, a crônica anterior, para terem uma visão ainda mais completa do assunto.


Aqui no Brasil durante alguns anos, poucos empreendedores ou gestores se deram ao trabalho de criar Fundos de Investimentos Imobiliários, os chamados FII, mas a partir dos anos 2.000 estes, de fato começaram a ser desenvolvidos, aceitos e adquiridos pelo grande público.  


É óbvio que atualmente com as taxas de juros mais baixas oferecidos pelos bancos para os fundos de renda fixa e, descontadas a própria inflação, taxa de rebate e ainda devido a incidência do imposto de renda sobre o rendimento, os investidores mais esclarecidos começam a buscar alternativas mais suculentas.


É igualmente óbvio que é muito atrativo o fato de não haver incidência de imposto de renda sobre o rendimento nos fundos imobiliários. Este fator é um importante diferencial quando os juros recebidos sobre outros títulos de renda fixa se tornam dia a dia mais escassos e ainda  têm incidência de imposto de renda.  


De acordo com a regulamentação da CVM, um fundo imobiliário deve aplicar 75% de seus recursos em bens e direitos imobiliários. Também devem distribuir aos seus quotistas no mínimo 95% do lucro eventualmente auferido, regras essas muito coerentes e interessantes.


Um fator que me incomoda pessoalmente é a estreiteza (tamanho) do mercado e da restrita negociabilidade de cada um desses fundos, que unicamente pode ser feita no âmbito da BM&FBovespa.


Explico; por serem decorrentes da respectiva legislação, fundos fechados (capital limitado em função da quantidade de quotas emitidas), a sua liquidez (negociabilidade) é absolutamente menor, pois somente a existência de alguém que queira adquirir as cotas  de sua propriedade irá permitir  que você  os repasse   para  outro investidor e ao preço que aquele se dispõe a  lhe pagar. Não havendo comprador, você não se livra tão facilmente de suas cotas. Não adianta   saber que os registros destes fundos e as negociações das cotas  cotas são listadas e publicados no BM&FBovespa, pois  um quotista somente vai se livrar delas quando   houver  outro interessado!





Para escrever esta minha dissertação  a respeito dos Fundos   Imobiliários entrei no site do BM&FBovespa e contei a existência atualmente de 75 desses fundos. Pela publicação da Empresa Economática de 29/6 verifiquei  que publicaram uma listagem  com os 29 melhores  FII nestes últimos 12 meses. Considero  este   período  curto de tempo insuficiente  para avaliar a qualidade e performance  de um FII.


No Jornal “Valor” de 5/7 vi listados  67  diferentes FII com  as últimas cotações de compra e venda. Aconselho a todos para que analisem minuciosamente as cotações e pagamento de  ganhos durante  algum tempo antes de adquiri-los. 





Antes de continuar devo-lhes confessar que sou dono de um modestíssimo  lote de cotas de um  tradicional e conhecido FII, que adquiri quando os mesmos foram lançados no ano de 2.000 e após a insistência de um dos  dirigentes de uma gestora  daquela época em ter alguém que falasse bem dos mesmos...Fui usado como cobaia e formador de opinião!  Fechei o negócio porque eu queria  acompanhar o desenvolvimento de uma dessas novas modalidades de investir e...  não me arrependi!   Hoje, penso que deveria  ter adquirido mais quotas e  por isso me cabe  perfeitamente o  oposto do provérbio;


                                                  Faça  o que  digo mas não faça o que faço”.





Aliás  para justificar meu raciocínio  naquela época, este fundamentou-se  no fato daquele  FII    representar um novo Shopping Center muito especial, ou seja situar-se num dos bairros mais sofisticados  da cidade de São Paulo, sabidamente no Estado mais rico da nossa Federação e portanto deveria pela lei das probabilidades  dar  certo.   Mês apôs mês, desde então, recebo religiosamente  a fortuna de menos de três centenas  de reais  depositadas em  minha conta corrente bancária.


Vocês, caros leitores certamente agora saberão adivinhar qual o nome do FII quando lhes explico que o mesmo  está sendo objeto  de intensa fiscalização  e sujeito a uma provável   multa da Prefeitura  Municipal devido  ao seu  mal dimensionado estacionamento...( e demais ocorrências mais sensacionalistas que  estão sendo divulgadas). Se vou perder minha  minguada rendinha mensal, ainda não    posso lhes dizer.


Devido a esta ocorrência mais uma vez lhes digo, caro leitor, que tudo, tudo mesmo, envolve risco e de que jamais  conseguiremos adivinhar o dia de amanhã. ( título do meu blog anterior a este).





Mas se você chegou até aqui,  peço para não parar de ler este meu relato,  pois talvez eu possa  alertar-lhe e também aos mais ingênuos para pesquisarem com mais empenho os anúncios a respeito de novos lançamentos de fundos imobiliários e de que inquiriram com mais  insistência e profundidade seus conselheiros, gerentes de relacionamento e planejadores financeiros para  que os mesmos estudem com maior rigor qualidade, honestidade  de propósitos e  probabilidades de êxito do fundo imobiliário.





Para  a segunda história   que vou  lhes contar a seguir, faça de conta de que sou eu o feliz proprietário (mentirinha; mas quisera ser verdade) de um enorme terreno  na Capital  do  Estado de São Paulo, aquele de maior PIB desse  nosso maravilhoso país. O preço de mercado desse terreno, caso  houvesse similar certamente superaria os   10 milhões de reais.


Recentemente um  graúdo empresário me procurou e me perguntou quanto eu queria pelo terreno e eu lhe disse 10 milhões. Após alguns agradáveis papos  e diversos  jantares   oferecidos a mim  regados com  excelente vinho francês (e vocês  que pensavam que não existiam refeições grátis)  o homem me conquistou por  completo e, após uma bela introdução durante nossa última ágape, me fez a seguinte oferta; eu te dou  12 milhões, mas em troca vamos registrar a transação do  terreno  no Cartório de Registro de Imóveis    em nome do   Fundo Imobiliário que eu estou incorporando e por 20 milhões e  você me devolve 8 milhões P.F. (Será que me fiz de entendido?)


Que acha de você receber dois milhões a mais do que pediu ainda comentou meu recém conquistado amigo.


Fiquei zonzo e por pouco não me engasguei no bife que estava mastigando.


E vamos agora admitir por tese de que a proposta me seduziu e eu topei, esfregando as mãos de feliz e ainda surpreso,   já preparando mentalmente uma linda viagem ao redor do mundo com a bonificação a ser recebida, além de já imaginar trocando meu  carro por um belo Mercedes Benz importado. Negócio fechado falei e lhe apertei a mão.


Mas devido a um pequeno descuidado do empresário e de sua organização,  todos meus dados pessoais   acabaram  misturados no cadastro geral de potenciais e mais abonados clientes  do mais novo   Fundo Imobiliário listado na CVM.


Dois meses se passaram e recebo pelo Sedex um pacote contendo  uma brochura espetacular de um projeto arquitetônico com o sugestivo nome de Fundo Imobiliário Meenganaqueeugosto”.  Era uma oferta muito especial para apenas 100 pessoas privilegiadas e escolhidas a dedo!


Eu estava entre os 100 felizardos e fiquei muito lisonjeado por pertencer a um grupo tão seleto! 


Abrindo a brochura deparei com um belíssimo edifício de escritórios, última geração etc. etc. no valor total de 210 milhões de Reais e, nos dados técnicos a explicação que só o terreno, muito bem localizado, havia sido adquirido por 20 milhões...


Será que devo ou não comprar algumas quotas deste maravilhoso edifício de escritórios, ainda por ser construído no meu ex-terreno? Penso com meus botões de quais serão as outras lorotas  embutidas no projeto e prefiro pensar  na  viagem que estou em véspera de realizar e esquecer o restante da história.  Você e eu, caro amigo, devemos despertar  deste sonho de negócios mirabolantes e de que não existe refeição grátis.





Caros leitores, a segunda história não é hipotética, mas muito verdadeira, pois está acontecendo na atualidade e, não se enganem, debaixo de nossos narizes e, este planejador financeiro não consegue manter- se em silêncio e prefere gritar aos quatro ventos de que a minha história é fictícia, mas   histórias parecidas e  outras manobras menos elegantes estão ocorrendo de verdade.  Vejam porque e conferem;


  


Fiquei absolutamente chocado com a falta informações mais minuciosas e transparentes em relação às ofertas públicas que apareceram ultimamente nos principais jornais do país.


Eu recortei algumas e as guardei para comentá-las agora. Cada vez que revejo estas ofertas faço a mim mesmo a seguinte pergunta; quem ou quais os dirigentes, imobiliárias, incorporadores, intermediários ou instituições financeiras que vão ganhar com essas transações? Certamente existem diversas partes altamente interessadas comercialmente em uma emissão de cotas de fundos imobiliários, mas de que maneira o público vai saber se estas transações são ética e financeiramente defensáveis? As editais exigidas pela CVM omitem uma porção de dados  fundamentais que eu como futuro investidor gostaria de conhecer!








Nada posso fazer além de manifestar meu espanto de que esses negócios possam estar ocorrendo sob o olhar e fiscalização de um organismo plenamente capacitado, qualificado e autônomo como deve ser o xerife.


Eu não posso entender como é possível que grupos financeiros possam estar recebendo  registro e licença da CVM para colocar suas próprias agências bancárias dentro de um fundo imobiliário para posteriormente pagarem algum conveniente e previamente combinado aluguel aos quotistas de um fundo imobiliário.


É mais do que evidente que existe nesta mágica mudança de propriedade   por meio da alienação do imobilizado de imóveis de uma instituição bancária para um Fundo Imobiliário   um enorme e oculto conflito de interesses, pois quem é que vocês pensam que vai determinar qual será o valor das locações dessas agências a não ser a própria direção do grupo financeiro envolvido desta transação mágica?


Quais os índices que serão utilizados para repor com justiça o preço do aluguel etc. etc. ?  Há inúmeras incógnitas e jogadas misteriosas envolvidas nesta transação e por enquanto ninguém consegue me dar respostas absolutamente convincentes. 


Além disso, qual a empresa  de auditoria  isenta que vai verificar se os custos e despesas que serão debitadas futuramente aos proprietários de cotas e que certamente  afetarão o aluguel serão justas? 


Existe alguma empresa desvinculada   ou algum “Conselho” dos próprios investidores do fundo que possa fiscalizar todos os custos e despesas que serão jogados a débito do rendimento a ser distribuído aos cotistas?


Pergunto ainda se a própria CVM analisou previamente o preço de mercado de cada agência que foi incluída na transferência do capital da entidade financeira para o fundo imobiliário? Acredito que mais uma vez serão socializados os eventuais futuros prejuízos decorrentes do negócio, mas enquanto isso alguns espertos e aproveitadores ganharão muito dinheiro indevidamente.


Vamos a seguir apontar apenas alguns casos bem recentes que despertaram a minha atenção;





A Caixa Econômica lançou recentemente um FII de R$300 milhões que incorporava certo número de agências e terrenos pertencentes à Instituição. Alguém verificou se todos esses imóveis valiam realmente R$ 300 milhões?





O Banco do Brasil lançou recentemente o Fundo BB Renda de Papeis Imobiliários Fundo de Investimento FII, em que também seria possível adquirir imóveis da própria Instituição. Vale a mesma pergunta que para o item anterior.





A empresa Rio Bravo, como intermediário, em Junho deste ano lançou o Fundo de Investimento Imobiliário Mercantil do Brasil no valor de 101,664 milhões de reais. Este banco é  do setor privado. Vale novamente o mesmo raciocínio.





E, enquanto eu estava trabalhando neste tão controvertido “post”, abro o jornal Valor de 10 de Julho último e uma página inteira de um espetacular novo Fundo Imobiliário se esparramava na minha frente. É o “Banrisul Novas Fronteiras Fundo de Investimento Imobiliário” que irá permitir que novos quotistas adquirissem R$ 70 milhões em novas cotas, permitindo ao banco hábil e subtilmente se capitalizar, pro forma  e assim se desfazer de imóveis, fazer o leasing a preços convenientes etc. Tudo isto acontece dentro da lei e para a alegria dos por enquanto futuros investidores sem que alguém fiscalize previamente o negócio   para saber se esta transação é eticamente válida. Viva a inventividade brasileira.





Pergunto se alguém da CVM ou qualquer entidade  independente de auditoria (e não comprometido) analisou previamente se as cotas de capital desses quatro fundos imobiliários acima citados tinham (ou têm) preços de mercado compatíveis com o valor dos imóveis a serem incorporados.   


É sabido que nos últimos dois anos imóveis tiveram  grande valorização,( se é bolha ou não, ainda não sabemos) mas mesmo assim, o novo cotista tem o direito de saber se o peço que está pagando é justo ou está exageradamente  acima do  valor de mercado.


Gente fico espantado como tantas pessoas se deixam conduzir à estes negócios da moda e me lembro de que  ocorreu há alguns anos passados  quando os flats eram a grande coqueluche e todos só desejavam adquirir seus 40 a 50 metros quadrados de empreendimentos hoteleiros ou ávidos incorporadores. Provavelmente alguns investidores ganharam, mas outros  certamente se arrependeram tardiamente. 





Vou finalizando a minha argumentação a respeito dos FII com mais algumas simples   observações ou questionamentos se preferirem.


Receio que, aproveitando a atual e constante queda dos juros de todos os títulos de renda fixa, os FII passaram a ser o investimento da moda e como tal, alguns deles, estão sendo objeto de negócios inexplicáveis ou pelo menos duvidosos.


Penso que inúmeros cotistas desses Fundos Imobiliários em geral, mas em especial aqueles   ligados a instituições financeiras e empreendimentos imobiliários, estejam pagando preços por demais elevados por suas cotas e que, em um segundo momento (quando não sei)  despertarem, estarão com um mico na mão.   Por serem os FII entidades jurídicas de capital fechado, não poderão se desfazer de suas cotas, a não ser por preço vil que hábeis negociantes estarão adquirindo.





De acordo com a  filosofia que criou os fundos de investimento em geral, (“mutual funds” ) orginalmente nos Estados Unidos ou Inglaterra, estes tinham sido planejados para pulverizar o risco incorrido por pequenos investidores. Como então é possível alguém adquirir   um fundo imobiliário constituído por um único imóvel no qual o aluguel virá de um único inquilino? E se esse inquilino falir ou não pagar pela locação, como ficarão os cotistas?


Certamente é possível admitir como fazendo sentido quando um fundo de investimento imobiliário tiver como inquilinos os muitos lojistas de um Shopping Center, mas não quando o mesmo é constituído por um único hospital (FII Hospital da Criança) ou uma escola ou universidade (FII Anhanguera Educacional).


Para você caro investidor,   entusiasta novato por fundos imobiliários, meu conselho será levar em conta, de agora em diante, tudo que eu tiver escrito acima e dar preferência em participar de algum deles quando já estiverem plenamente funcionando por algum tempo. negociados e distribuindo juros ou rendimentos regularmente e isentos de imposto de renda. 


Dê uma boa espiada em todos os dados que você tem a possibilidade de coletar de alguns fundos imobiliários que já estejam em atividade há algum tempo e somente após se dar por satisfeito, então sim adquira cotas deles. Estude toda a série histórica de cotações das cotas previamente publicadas do período em que em já estiveram ativos e verifique se não existem algumas discrepâncias que possam ser interpretadas como suspeitas.


Um forte abraço e cuide o melhor possível do seu rico dinheirinho, que   pode  transformar-se em pó em velocidade supersônica caso você não tiver feito sua lição de casa. 


Desculpe pelo tamanho desta matéria que escapou do razoável, mas esta é única maneira que conheço para lhe explicar melhor um assunto que só agora está se tornando conhecido. Parabéns por sua paciência e, caso estiver de acordo com o que leu, alerte seus amigos e familiares.


E Envie-me um e-mail com seus comentários. 





Louis Frankenberg, CFP®.