sábado, 22 de março de 2014

A respeito da maneira e das opções existentes na conduta de suas finanças pessoais em relação à maneira deste consultor enxergar seu próprio papel - 2ª Parte.


 

A respeito da maneira e das opções existentes na conduta de suas finanças pessoais em relação à maneira deste consultor  enxergar seu próprio papel.

2ª parte de uma série de três
Louis Frankenberg, CFP® 22-03-2014.
 
Este blog sempre teve como objetivo primário alertar seus leitores para a complexidade da administração de suas finanças pessoais, explicando e incentivando-os a refletir e tomar antecipadamente providências respeito.  Esta 2ª parte é uma continuação da matéria publicada no Blog em 8/3/2014     

Parto do princípio de que estou escrevendo para pessoas comuns, provavelmente mais compenetradas que a média da nossa população, que têm a mente aberta e que, dentro da minha própria interpretação, também gostariam de conquistar os três objetivos básicos da vida que sempre   volto a mencionar por serem sentimentos universais, atendendo aos objetivos da absoluta maioria dos seres humanos, em todas as partes do mundo e que são:

 
Saúde, Felicidade e Tranquilidade (despreocupação) Financeira.

Eu, tendo para minha vida pessoal e familiar adotada a trilogia acima mencionado como um quase axioma,  levo tentativamente adiante este meu objetivo quase utópico.

Com  realismo e sem me iludir de que tudo com que sonhei iria acontecer, transformei a meta utópica acima mencionada em duas vertentes ou  opções de vida que vou explicar  em seguida.        

Notem bem que elas  são  absolutamente   contrárias entre si.

Dou-lhes uma resumida explicação do porque estas duas vertentes ou opções de vida serem  absolutamente distintas entre si.

    

           Vertente  ou opção “A”

·       Buscar e adotar o imediatismo como norma de vida - Usufruir o máximo de prazer hoje, imediatamente – Dar guarida a vontades e desejos instintivos sem prévia reflexão a respeito das eventuais consequências que possam ocasionar - Ter gosto em enfrentar o desconhecido (aventurismo) - Ser a favor e deliberadamente adotar riscos (calculados ou não devidamente avaliados) - Ser egocêntrico ou seja adotar como norma o princípio “o que importa são os meus próprios interesses, “não me importo do estrago que possa eventualmente ocasionar com esta política”. É claro que ainda  existem outras manifestações nesta vertente não mencionadas e nem sempre algumas das mencionadas  se aplicam a determinadas pessoas específicas.


Vertente ou opção “B”

·       Ser antes desconfiado que confiado em demasia relacionada a pessoas e negócios - Manter um certo e contínuo controle sobre seus ganhos e gastos, sempre avaliando-os cuidadosamente -  Priorizar  e sempre levando em consideração a criação de reservas para  prevenir-se de um futuro sabidamente desconhecido. Dar-se de conta que  medidas paliativas são apenas quebra galhos provisórias, mas  que podem ajudar em momentos cruciais. Valorizar trabalho, empreendedorismo, criatividade, ética, honestidade de propósitos, relações humanas harmoniosas etc.

 
A 1ª vertente enunciada acima  tem tudo a ver com a maneira como nos seres humanos lidamos instintivamente (quase inconscientemente)  a respeito das consequências  do imediatismo e da auto satisfação de nossos desejos e vontades.

A 2ª vertente nos conduz deliberada e conscientemente a uma  reflexão mais aprofundada e análise em relação às eventuais repercussões e   consequências dos atos a serem assumidos por nós. 

Esta nossa mente inquisitiva  sinaliza  os perigos   em adotar riscos demasiadamente radicais em que possamos incorrer  caso seguirmos instintivamente nossos impulsos   primários enunciados na 1ª vertente. 

Como efeito adicional aos nossos súbitos impulsos algumas vezes temos ainda a tendência de nada fazer ou seja adotar o imobilismo, a deixar as coisas como estão.

É o tal de comodismo que é   outro de nossos formas congênitas de ser. Enfim, nossas ações (todas elas!) são  extremamente poderosas.

O Psicólogo Dr. Daniel Kahneman (Prêmio Nobel de Economia em 2002) junto com seu colega Israelense já falecido Amos Tversky, tiveram o mérito de provar, (e acabaram se tornando as maiores autoridades mundiais da quase ciência da psicologia econômica e financeira.

Ambos os cientistas comprovaram que nossos impulsos e desejos são quase impossíveis de serem contornados e são extremamente dominadores.

Que excelente desculpa   temos para continuarmos cometendo toda a espécie de estripulias devido  estas descobertas...!)

E é por esta razão que eu e tantos outros planejadores financeiros estamos convencidos da enorme influência do comportamental do ser humano em relação às suas próprias finanças. 

Pela mesma razão tentamos convencer alguns recalcitrantes cabeças duras a tentar frear  seus exagerados impulsos a favor do consumismo e outros vícios igualmente perigosos. 

Um flagrante exemplo  desse irrefreável desejo de possuir  é certamente  aquele carrão de luxo que adquirimos apenas para dar inveja ao nosso vizinho que possui uma residência maior e mais bonita que a nossa...

Nosso ego precisa esfregar na cara do tal vizinho que (também) temos  cacife suficiente para igualá-lo e até superá-lo!   

Pode ainda ser  aquela imensa vontade de querer imitar alguém muito   influente social ou comercialmente. Em nossa mente o colocamos   num  pedestal. Idolatramos empiricamente a figura   sem saber  quem ele realmente é!

Este que vos previne contra os falsos messias já passou por  diversos desses personagens em sua vida que  admirava e que posteriormente haveriam de cair do pedestal... Que decepção e que  desilusão ocasionam!

Existem ainda tantas outras razões para nos deixar desorientados, fazendo com que iniciamos ações irrefletidas pelas quais posteriormente às vezes   pagamos caro.    

Quando os desejos e vontades de possuir e do consumismo são financeiramente de pequena monta e satisfeitos sem maior esforço orçamentário,  tudo bem. Mas o que dizer quando  estão a exigir esforços financeiros descomunais e consequentemente nos fazem assumir empréstimos e compromissos financeiros além da nossa capacidade de pagá-los?

É bom  sempre relembrar  que os imprevistos e acidentes de percurso na vida acontecem de fato e não somente aos outros.

Publicitários envolvidos com   marketing de anúncios da maioria das Companhias de Seguros estão sempre nos prevenindo a respeito dos desastres em geral, nos procurando envolver emocionalmente. Os textos são  sempre impactantes e apelando para o catastrofismo.   Sabem melhor que ninguém quão desprevenidos  e despreocupados são os seres humanos, preferindo sempre ver que o copo d’água está meio cheio e nunca meio vazio...

Ainda Segundo  Kahneman, somos demasiadamente otimistas.

Mas, finalmente agora, estamos chegando ao âmago da questão que estou tentando explicar  extensivamente.   

E é para este aspecto tão crucial na vida de cada um que desejo chamar a sua maior atenção, caro leitor e colocá-lo mentalmente perante a seguinte situação, para que você    possa meditar em profundidade a respeito e definitivamente encontrar sua própria resposta e maneira de enfrentá-la.  

O  desejo que me move é poder influenciá-lo permanentemente para o restante de sua vida.

 

Caro amigo leitor,

para a 3ª parte e última parte desta odisseia, que   continuarão tratando   das   duas vertentes  ou opções em nossas vidas e que estou tentando esmiuçar para vocês, deverão aguardar mais alguns dias.

Um forte abraço,

Louis Frankenberg, CFP®   22-03-2014


sábado, 8 de março de 2014

A respeito da maneira e das opções existentes na conduta de suas finanças pessoais em relação à maneira deste consultor enxergar seu próprio papel.


1ª parte de uma série de três.

Louis Frankenberg, CFP®      08-03-2014.
 
Este blog sempre teve como objetivo primário alertar

seus leitores para a complexidade da administração

de suas finanças pessoais, explicando e incentivando-

os a refletir e tomar antecipadamente providências a

respeito. Resumidamente é isso e nada mais!    


Caros amigos;

Vocês já devem ter se perguntado inúmeras vezes o que motiva Frankenberg, levando-o a produzir seu blog.

Vou tentar responder extensivamente, dividindo o todo em três partes e aprofundando-me em alguns conceitos básicos que me movem há muito tempo.

Meu desejo foi sempre abordar assuntos que, talvez para outros profissionais e consultores sejam irrelevantes ou até mesmo inconvenientes.   

Para mim, desde que comecei a trabalhar neste ramo das finanças, sempre foi de primordial importância ser honesto em meus propósitos, muito profissional e autêntico.

Tenho imenso prazer em escrever, mas ao mesmo tempo me sinto no dever de alertar as pessoas a respeito das inúmeras armadilhas existentes na acumulação de seus bens materiais que vão capacitá-los a ultrapassar os imprevistos quotidianos e garantir-lhes um futuro mais tranquilo.

A atividade de um profissional conselheiro do ramo financeiro pessoal, tentando ser honesto e ético, significa desejar ajudar a criar mais bem estar e menos angústia ou, em outras palavras, garantir a um indivíduo ou casal futuramente ter menor probabilidade de depender (unicamente) da boa vontade de filhos, familiares ou de instâncias governamentais irresponsáveis e pouquíssimos preocupados com seus próprios cidadãos quando estes já têm por merecer descansar (aposentar-se).

A extremamente difícil tarefa de acumular gradualmente bens imóveis e financeiros significa automaticamente correr riscos de toda sorte.

Ninguém pode antecipadamente imaginar quais vão ser os obstáculos que virão ao nosso encontro em 10, 20 ou 30 anos e muito menos criar antídotos absolutamente eficientes para compensá-los.

A tarefa de conselheiro, portanto, também implica em tentar ser extremamente cuidadoso e ter consciência que nossos conhecimentos são absolutamente limitados e jamais terão o poder de eliminar episódios, quem sabe, improváveis de acontecerem, mas que de fato podem ocorrer.  

Por esta mesma razão julgo ser importante promover a maior diversificação possível para meus próprios e seus ativos financeiros (e não financeiros) e tentar saber de  cada consulente o que este busca para sua vida, tentando penetrar em sua mente e mais, saber quais são seus sonhos, objetivos e prioridades.

Os muitos anos de militância neste segmento financeiro pessoal, em um país no qual no passado já me confrontei com inúmeras crises de todas as espécies, me fez concluir que uma imensa maioria das pessoas não conseguem colher respostas válidas (e que também façam sentido lógico) de como e onde deveriam investir aquilo que conseguem poupar.

A realidade, dissecando e relembrando sempre as lições do presente e passado, provam de que não existe um único bem financeiro ou não financeiro a prova de tempestades e terremotos e de que a diversificação ainda é a melhor maneira de encarar as oscilações súbitas e imprevisíveis de alguns deles.

 

Dentro da minha visão, e me desculpem a franqueza daquilo que vou dizer em seguida, uma imensidão de pessoas não conseguem diferenciar um gasto normal ou mesmo essencial fazendo parte obrigatório do seu orçamento doméstico, daqueles outros que são apenas secundários ou até mesmo irrelevantes e muitas vezes absolutamente desnecessários.

De fato, caro leitor, saber manter um razoável equilíbrio e prevenir-se contra os imponderáveis não é tarefa das mais simples, pois nenhum de nós é visionário, super homem ou super mulher.

É por esta simples razão que todos os estudos que já passaram por mim provam que apenas pouquíssimos indivíduos conseguem amealhar suficiente capital financeiro e patrimonial para poder usufruir dos benefícios que o dinheiro ou outros bens podem nos proporcionar.

Aqueles de vocês que me acompanham há algum tempo devem saber que constantemente abordo (às vezes até exagero e me repito!) que todo ser humano é movido por interesses dos mais variados, que podem ser transparentes e éticos, mas igualmente ocultos ou sendo até chocante,   classificáveis como deliberadamente desonestos e egoístas. Os dicionários os chamam de interesseiros.

É por esta razão que nesta minha catarse quase filosófica, devo-lhes lembrar de que definitivamente estou do seu lado, nada querendo-lhe vender ou impor, apenas abrir-lhes os olhos.  

Não desejo doutriná-lo ou conquistá-lo para meu raciocínio e pontos de vista, mas fazê-lo apenas pensar o que é melhor para si mesmo, dentro de sua própria compreensão e entendimento.

Ler as duas partes restantes dependerá de você.

Até lá e abraço amigo.
Louis Frankenberg, CFP® 08-03-2014




Final da 1ª parte de uma série de três

 
E-mail; perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com