sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Estou simplesmente atônito.

 Louis Frankenberg, CFP®         18-09-2015     

            Estou simplesmente atônito.

Um apelo para que haja mudanças profundas e não apenas cosméticas.

Este Planejador Financeiro há cerca de 40 anos tenta explicar, especialmente para pessoas físicas, a tremenda importância que tem para o futuro, um eficiente e racional planejamento de suas vidas econômicas e financeiras.
Será que vocês podem imaginar o significado que tem para alguém aconselhar por tanto tempo, igualmente clientes como ao público em geral, de quais os cuidados que devem tomar, para alcançar com maior probabilidade de sucesso, a tão almejada estabilidade financeira, tranquilidade e bem estar?

Quatro décadas lendo, absorvendo e transmitindo estatísticas, pesquisas, trabalhos científicos sobre o comportamento humano, sempre relacionado aos instintos, desejos, fobias, prioridades etc. são mais do que suficientes para sabermos o que geralmente acontece aos que não levam devidamente em consideração os fundamentos que regem os princípios do risco, oportunidade, sucesso ou fracasso, sejam quais forem as interpretações que você deseja dar aos dois últimos vocábulos conhecidos por “sucesso” e “fracasso”.

Interpondo-se entre nossos objetivos, desejos e metas de vida, encontram-se evidentemente os inúmeros obstáculos que, nos humanos, não temos a menor possibilidade de antever.
Podemos apenas adotar algumas medidas que os aliviem quando ocorrem.
São muitas vezes devidas a estas mesmas imponderabilidades citadas acima que precisamos igualmente embutir em nossas mentes e imediatas considerações, mecanismos adicionais de autodefesa, sejam quais forem.
Podemos chamar estas medidas de segurança de “diversificação de fontes de renda” ou “metodologias distintas” ou até modernamente de “Plano B”, aos quais eu aconselharia acrescentar “Plano C” e possivelmente ainda um eventual Plano “D”.
Porém nossa mente comprovadamente imediatista geralmente nem mesmo deseja encarar um “Plano A” ou ainda pior, “Plano Algum”!

Se você, caro amigo e leitor soubesse quão poucas pessoas alcançam, digamos os 60 ou 65 anos de idade objetivando poder usufruir de tranquilidade, saúde física e mental e finanças em ordem, provavelmente daria maior importância ao que eu sempre apregoei em minhas inúmeras consultorias, palestras e seminários. 
Pasmem e reflitam; nem 10% dos casais alcançam este objetivo!
No entanto, é bom relembrar que existe uma razoável probabilidade de que você que me lê, homem ou mulher, aos 65 anos de idade ainda irá viver entre 20 a 30 anos a mais após ter pendurada as chuteiras e, sem ter alternativa senão a de continuar trabalhando para manter seu sustento, gostando ou não! Para tal, considere válidas as estatísticas por mim citadas mais acima.

Apenas para fins de raciocínio, imagine que seus filhos também não tenham possibilidades financeiras suficientes para poder lhe auxiliar ou uma probabilidade ainda mais preocupante; a existência de uma entidade criada para lhe amparar na aposentadoria e para a qual você contribuiu a vida inteira e que simplesmente lhe diz qualquer dia destes, “não temos mais condições de lhe pagar, vire-se”.
Estamos  assistindo ao absoluto desequilíbrio financeiro do INSS provocado inclusive (mas não somente) por erros propositais cometidos por nossos governantes ao diferenciar as regras existentes para funcionários públicos em relação aqueles da iniciativa privada. Nem todos são iguais perante a lei!  

E foi precisamente naquele instante de absoluto desânimo que comecei a pensar em tanta coisa que considerava que estava radicalmente errado e, nada podendo fazer para criar mais patriotismo e maior interesse desinteressado pelo futuro de nosso país por parte daqueles que deveriam nos comandar e no desespero de nada podendo fazer, que surgiu o título deste blog:                                          
“Estou simplesmente atônito!”
  
Justamente em virtude das razões acima citadas que os dirigentes de nosso país, incluindo nessas genéricas categorias indistintamente os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que concluí que eles não dão a mínima importância ao seu dever de cuidar melhor das finanças da nossa Nação. 
E por que deveriam? Respondo; porque em sua maioria pertencem ao grupo dos 90% restantes da população, complemento daqueles 10% citadas anteriormente.
São eles os mesmos integrantes de minhas estatísticas de pessoas absolutamente descontroladas e desinteressadas, apenas pensando em seu próprio futuro – e quão bem elas o fazem! - por que então haveriam de cuidar melhor dos sonhos de um futuro melhor dos outros, entre os quais se encontram os previdentes, os patriotas, as pessoas sensíveis e preocupadas com o futuro de seus filhos, netos e conterrâneos em geral. Aqueles mesmos 10% os
quais mencionei anteriormente.

É apenas por esta razão, minha gente, que estou atônito!
Não ouço, não vejo, não leio praticamente nenhum dirigente, líder, intelectual ou legislador discutir ou tentar incluir nas atuais propostas de mudança do estado calamitoso atual em que nos encontramos uma nova ordem na qual a quantidade absurdamente grande de funcionários públicos e legisladores serão limitados a metade ou talvez até a um terço dos atuais e, concomitantemente seus salários e outros absurdos benefícios serem compatíveis àquilo que em países do 1º mundo é pago pela prestação dos mesmos serviços. 
E não estou me referindo somente ao nível de competência na esfera Federal, mas igualmente aos níveis e competências nos poderes Estaduais e Municipais.
Será que estou delirando e desejando algo irreal, uma aberração ou simplesmente não temos coragem suficiente em criar uma nova ordem de como deveria funcionar a atual falida máquina pública em nosso país?

É simplesmente mais do que evidente para mim que, saúde, educação, segurança e obras públicas essenciais ao nosso progresso são desleixadas e abandonadas e, quando talvez 80% a 90% dos recursos provenientes dos tributos que pagamos são utilizados para pagar os milhões sem fim de gente interessada somente em aumentos de salário, abonos, férias e aposentadoria vitalícia, sem jamais perder a remuneração ou serem postos no olho da rua. 

A iniciativa privada e o povo consumidor hoje em dia têm de arcar com tributos que alcançam ao redor de 40% do PIB nacional, significando que temos de trabalhar mais ou menos 5 meses por ano, somente para pagar esta engrenagem cara e totalmente ineficiente sem retribuição ou devolução eventual por parte desta máquina apenas bem lubrificada para arrecadar.
Em minha opinião está mais do que na hora em dizermos BASTA!
Estamos na undécima hora e o momento histórico mais favorável para que modifiquemos imediatamente nossa Constituição e toda a estrutura na qual está baseada a atual ordem legal, banindo inclusive o vocábulo “vitalício” que, a meu ver, é a maior das razões para alguém, - (normal para o ser humano que não precisa se esforçar para sobreviver) - se atirar nas cordas e deixar de ser eficiente e produtivo, quando serve ao Estado ou mesmo às empresas da iniciativa privada.

Caro leitor, precisamos mudar radicalmente nossa forma de pensar e atuar, caso queremos que nosso país e nossos descendentes tenham um futuro melhor!
Da maneira como vejo as coisas, estamos celeremente nos encaminhando para o caos ao tentarmos atualmente introduzir apenas medidas simplistas, ou seja, cosméticas e sem maior profundidade.  Não tardaremos em estar em igual situação a de alguns de nossos vizinhos de continente. É isto que queremos?
Pobres de nós que nos contentamos com o que aí está!

Louis Frankenberg, CFP®    18-09-2015
E-mail; perfinpl@uol.com.br ou lframont@gmail.com