quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ficar e manter-se bem financeiramente a vida inteira

 
Louis Frankenberg,CFP

Não tenho a mínima dúvida de que coletivamente somos um povo altamente consumista.
A experiência obtida no decorrer da minha vida profissional, adicionada  a inúmeros cursos de pós graduação em finanças pessoais e comportamental do indivíduo, me convenceram definitivamente que  querer possuir tudo que  nossos familiares, amigos ou colegas já têm (e de preferência imediatamente) é algo que  a maioria dos seres humanos  mais almejam. 
Parece que nossos patrícios   também não conseguem reprimir  este impulso  tão intenso, muitas   vezes bem acima de suas possibilidades financeiras individuais e familiares.
Acredito que adquirimos este mau hábito de nossos vizinhos norte americanos, o povo mais consumista do mundo e que agora também estão sofrendo a consequência deste péssimo costume.
Estamos agora  mesmo assistindo ao enorme fogo que foi ateado no palco  também chamado  de 1o mundo sócio econômico e financeiro.
O Banco Central do Brasil, nossa Presidenta e os melhores economistas não  podem nos garantir  que    não vamos também nos tornar    vítimas  do mesmo mal que atualmente assola governos e instituições financeiras de tantos  países do mundo inteiro. Nossas autoridades  preferem não divulgar dados alarmistas e quem sabe nem cheguemos aos  extremos que ocorrem atualmente na Grécia.
Sou um observador neutro mas experiente,  muito consciente e atento ao que acontece ao meu redor e receio pelo constante e gradativo inchaço da máquina do Estado Brasileiro  em todos os seus segmentos e que está ocorrendo desde  alguns anos passados.  
Situação exatamente semelhante ocorria nos países que agora estão infectados pela crise e lutando  desesperadamente contra seus déficits gigantescos.
Por falar nisso, você amigo leitor, está devidamente preparado para perder seu emprego  e continuar mantendo seu atual status social etc por digamos um ano ou mais? Se estiver ou não, continue lendo...
Lamento também que nosso povo  permite  passivamente que este nosso Estado perdulário (não querendo citar algum termo mais forte, porém verdadeiro)  incremente continuamente e sem parar os elevadíssimos tributos  que pagamos, sem destinar suficientemente os bilhões arrecadados, à nossa saúde pública, à educação fundamental tão deficiente, à segurança de nos todos  e finalmente aos desamparados aposentados  que contribuíram  durante suas vidas úteis com grande parcela dos seus ganhos para ter  a garantia da velhice tranqüila que mereceriam.
Apenas poucos têm suficiente renda e, por essa mesma razão, pagam duplamente estes mesmos serviços de seus próprios bolsos, mas que deveriam ser prestados pelo Estado Brasileiro com os tributos arrecadados.
E como ficam aqueles  muitos que não podem se dar ao luxo desta extravagância ?
Em minhas palestras e seminários  relacionadas com a importância da  poupança pessoal fui sempre  incentivador da edução financeira  no sentido das   famílias criarem reservas para momentos    díficeis e imprevistos de suas vidas e, consequentemente  se tornassem dependentes das absurdas taxas de juros praticados em nosso país, que invariavelmente embutem  pesados  impostos governamentais, além dos ganhos  de intermediários etc.
Por essa razão resolvi  de agora em diante e, de vez em quando, publicar quadros que criei  originalmente desde 1990 em "Power Point" ou seja imagens  de situações óbvias e  muito visuais  que talvez ajudem a alterar o comportamento de  alguns dos meus leitores e outras  pessoas  de suas relações.  
Peço  a ajuda de vocês amigos para divulgarem as orientações de alguns desses quadros para quem necessita delas.
Possuo um enorme acervo de imagens que valem cada uma por mil palavras e não gostaria que se perdessem por falta de divulgação.
Caso gostarem da idéia, favor se manifestarem através do blog ou e-mail.
Abraço  de um planejador financeiro sncero, que gostaria que nosso povo como um todo, tivesse uma vida menos atribulado e com mais alegria e felicidade!
Até a próxima publicação,
Louis Frankenberg- 18-10-2011
*Clique em cima do quadro para ampliar a imagem




quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Um blog que divulga informações financeiras úteis, aconselha desinteressadamente e conta histórias



Louis Frankenberg,CFP®

Caros amigos, estou de volta de uma visita à familiares na Europa e muitos de vocês continuaram bravamente clicando   meu blog em busca dos meus esparsos (e demasiadamente extensos) rabiscos que  durante um mês permaneceu intocado e sem novas fofocas.   
Meus parabéns e agradecimento!  Considero-os meus estóicos heróis.
Aqueles que me lêem periodicamente já devem ter concluído que  minha principal intenção ao escrever periódica porém irregularmente esta crônica,  não é vender nem produtos e nem meus  próprios serviços e que me dirijo principalmente à vocês pessoas físicas, jovens e mais experientes, todos com os pés firmemente plantados no chão e que portanto pretendem ser  realistas e  não vivendo de fantasias ou de notícias divulgadas  pelas   diferentes mídias  existentes,  por  governos  nem sempre honestos em seus propósitos e que mais pensam em se auto promoverem  ao divulgarem  (plantarem seria uma palavra mais apropriada) informações de seu próprio interesse ou  então por comerciantes e instituições financeiras ávidas em vender seus produtos de qualquer maneira, nem sempre    transparentes.
Todas as manhãs consulto o fabuloso site de pesquisas  “Google-Analytics” que me atesta como vocês leitores, razão suprema das minhas crônicas, estão me vendo e, tenho imenso orgulho em poder  afirmar que  6,21% de vocês  até hoje  entraram de 51 a 100 vezes  no meu blog “Dinheiro Sempre by Frankenberg” e 5,92% o abriram   entre 101 e 200 vezes desde a sua inauguração no começo do ano passado! (estes dados são de 03.10.2011).  
Quero ressaltar novamente que a chamada macro economia por definição sempre aborda  dados gerais de setores ou seja segmentos macro econômico-financeiros na qual você leitor  é apenas um componente minúsculo e, eventualmente  possa estar individualmente representado de forma totalmente equivocada como já deve ter percebido inúmeras vezes.
Na minha condição de modesto  pesquisador e planejador financeiro profissional certificado, de forma oposta, sempre procuro explicar   dados que possam ser de interesse do indivíduo e de sua família e que por essa mesma razão é chamada de segmento  micro econômico-financeiro.
A absoluta maioria dos economistas, sociólogos e inúmeros profissionais financeiros  no mundo inteiro geralmente preferem abordar os dados macro econômicos, pois  estes atendem aos interesses preferenciais das grandes corporações  e governos nos quais encontram   maiores possibilidades de obtenção de auto remuneração e lucratividade.   
Pessoalmente faço parte de um minúsculo grupo que  não é  vinculado aos grupos  financeiros e por essa mesma  razão  posso dizer o que penso neste nosso maravilhoso país.
Meus familiares sempre me chamaram de rebelde, pois gostava de dizer o que outros pensavam mas não tinham coragem de falar em voz alta.
Sabem por que fiz todo este preâmbulo antes de entrar no assunto propriamente dito e que   lhes desejo agora revelar de maneira resumida e sinteticamente?
Porque acredito que para você e   seus dependentes poderem desfrutar de uma vida melhor, tanto hoje  como amanhã, seria melhor tomar conhecimento de fatos que nem sempre são revelados pelos órgãos da imprensa ou pela Internet.
História número um
Vocês sabem que Portugal, tal como  a Grécia, hoje em dia tão comentada pela imprensa, é um dos outros  países atualmente sofrendo de grave  crise financeira.
Pois  numa cidade próxima da capital  Lisboa chamada Cascais, sempre  que posso, visito e me delicio com os pratos típicos em um restaurante muito simples (lá chamada de “tasca”) e que até pouco tempo atrás, durante o almoço tinha todas as suas mesas 100% ocupadas quando das minhas periódicas vindas à Portugal.
Pois nesta última visita e no costumeiro horário de almoço, havia apenas 3 mesas ocupadas, sendo uma delas por minha família. Gente, isto sim é   reflexo direto de crise que tristemente senti estar ocorrendo  por onde  eu andava.
Os negócios já não são como antigamente e isto em plena temporada de turismo deles, como me informaram pessoas  simples do povo e alguns comerciantes.
Nos Shopping Centers a situação era semelhante, o que  muito me entristecia pois gosto  dos portugueses. Durante as duas dezenas de anos que viajo para Portugal  acompanhei  a grande evolução que lá estava ocorrendo, mas igualmente vivenciei o aumento vertiginoso do consumismo, da ganância e da especulação imobiliária.
Os portugueses pensavam até faz pouco que finalmente estariam livres do sub desenvolvimento e já se consideravam iguais a outros países mais desenvolvidos da União Européia, pois recebiam quantidades enormes de euros a titulo de empréstimo para construírem estradas e muitas outras regalias e benfeitorias.
Mau uso e corrupção levaram boa parte do dinheiro que não foi bem investido.
Esqueceram apenas  que havia um preço a pagar por toda a população, ricos e pobres  igualmente, e que a conta viria mais tarde...

História número dois
Era uma vez um país maravilhoso chamado Estados Unidos da América no qual o ouro  crescia em árvores e  os pobres, ambiciosos e deslocados políticos de todo mundo acorriam sem cessar, enriquecendo em pouco tempo, como num passe de mágica.
A moeda do país era o Dólar,  disputado  ardentemente por todos que desejavam algum dia emigrar para aquele distante paraíso terrestre. 
Não havia povo em parte alguma da Terra que não idolatrasse e entesourasse aquela moeda tão desejada. Era o país mais rico  e poderoso do mundo e outras nações, amigas e   inimigas,  tremiam só de imaginar que pudessem ser  invadidos e subjugados por seus ferozes e às vezes beligerantes habitantes denominados também de capitalistas.
Bem do lado oposto do mundo existia outro país, alta e densamente povoado  chamado de China.
Seus  diligentes habitantes,  todos de  olhinhos enviesados porém muito espertos, eram pobres mas  em compensação muito diligentes. Aquela massa de chinesinhos e chinesinhas, eram chamados de comunistas pelo poderoso Estados Unidos, pois repartiam o pouco que possuíam entre si e gostavam imensamente de ler um livrinho de cor vermelho que havia sido escrito por um homem considerado muito Mau.
Aqueles pobres chineses, entretanto, eram apenas inimigos imaginários dos norte americanos que  idolatravam acima de tudo seu  próprio deus “o dólar”, até o instante em que os pobres chineses    também  descobriram   quais eram as delícias  do capitalismo.
Então aqueles  dois  países tão diferentes entre si pensaram que seria melhor se respeitarem mutuamente e portanto não  levar demasiadamente a sério  rusgas e briguinhas.
Os chineses conseguiram enganar os atordoados  norte americanos com  os  salários que pagavam aos seus operários extremamente baixos, até o ponto dos americanos transferirem a maioria de suas indústrias para aquelas distantes terras. Quando acordaram do seu sonho, os capitalistas estavam importando de China todas as suas necessidades, dando-lhes  em troca   seus amados dólares.
Conseqüentemente, aqueles mesmos  chineses comunistas, aos poucos foram adquirindo, e aos montes, todo o dinheiro dos capitalistas norte americanos em troca de bugigangas e enfeites. Acabaram  acumulando em baixo dos seus colchões alguns trilhões  daquela moeda tão cobiçada por todos.  
Entesourados em seu próprio território e protegido por uma imensa e inexpugnável muralha, dando secretas risadas de contentamento, os chineses fizeram com que os ricos  capitalistas  norte americanos se tornassem  seus  devedores. 
Os anteriormente ricos e agora empobrecidos capitalistas norte americanos, como a seguir vocês vão ficar sabendo, passaram a ser reféns financeiros dos chineses comunistas!

Foi por esta razão que abrindo o jornal  e me impressionando com a matéria    lida no  “International Herald Tribune” do dia 15 de setembro de 2011 que fiz questão de trazer para vocês meus leitores, alguns trechos  da manchete  “Lost decade swells the ranks of America’s poor” ou seja, “a década perdida  amplia  o segmento dos pobres da America”.
A intenção deste planejador financeiro ao trazer algumas cifras atuais do nosso vizinho e poderoso Estados Unidos, é demonstrar que o que pode acontecer por lá, facilmente poderá ocorrer também por aqui, onde grande parte da nossa população (50%!) ainda se encontra  abaixo do  nível mínimo de sustentabilidade e decência.
Não é por acaso que muitos brasileiros que emigraram nos últimos 10 a 30 anos para a América do Norte, estão novamente voltando para o nosso país, tentando-se adaptar às nossas próprias deficiências.

Eis  resumidamente algumas das pesquisas reproduzidas por aquele  jornal;
  • 2,6  milhões de pessoas   no ano passado passaram a incrementar a legião dos pobres que são aqueles que vivem abaixo da linha de pobreza oficialmente demarcada  pelo governo norte americano, segundo o órgão oficial de recenseamento deles, representando 15,1% da totalidade da população dos Estados Unidos ( atualmente cerca de 300 milhões de habitantes) e  que representam    46 milhões de pessoas, sendo esta  a cifra mais elevada deste segmento dos últimos 52 anos.
      (o valor considerado abaixo do nível familiar de pobreza em 2010 foi
      22.314  dólares anuais).
  • A dominante classe média norte americana baixou acentuadamente  desde o ano de 1996.
  • Foi a 1ª vez desde a grande depressão de 1929 que a média de renda da família  norte americana havia diminuída, segundo o economista da universidade de  Harvard, Sr. Lawrence Katz.
   Consideramos esta uma década perdida foram as palavras exatas daquele
   economista.
  • As pesquisas demonstraram que o desemprego foi a maior causadora do aumento da pobreza nos Estados Unidos.
  Em 2010, 48 milhões de pessoas entre as idades de 18 e 64 anos não
  tinham trabalho.
  O maior decréscimo de ganhos ocorreu entre os jovens que perderam 9%
  de seus salários.
  • O maior salário médio  para um funcionário masculino que trabalhasse o dia todo foi de 47.715 dólares anuais em 2010. Este ganho médio praticamente era igual ao do ano de 1973 quando o ganho havia sido  de 49.065 dólares.
  • Segundo declarações do Sr. Timothy Smeeding, diretor  do Institute for  Research and Poverty da Universidade de Wisconsin-Madison, “Estamos correndo o risco de criarmos uma nova classe   inferior”!

Volto a ressaltar  da importância da criação de reservas financeiras por parte de todas as pessoas inteligentes, pois mesmo aqueles que neste mesmo momento possuem bons empregos e salários, esta gente pode ter alterada sua confortável condição, caso a crise financeira  mundial  nos alcança aqui no Brasil. A possibilidade existe e é muito real.
Seja uma pessoa previdente, caro amigo e amiga e crie mecanismos que possam lhe proteger contra tantas circunstâncias imprevistas  em sua  vida!
O que atualmente ocorre nos Estados Unidos, onde a classe média está perdendo sua moradia e seu emprego e pior, sua própria fé, poderá sem dúvida alguma também ocorrer por aqui!
Pense e age enquanto tiveres ainda suficiente  força e saúde física!
Um forte abraço e até a próxima coluna.

Louis Frankenberg,CFP®  05-10-2011