quinta-feira, 29 de outubro de 2015

QUANDO UM PAÍS INTEIRO DELIBERADAMENTE SALTA PARA O ABISMO.


Louis Frankenberg – 30-10-2015

Como cidadão comum que sou, frequento toda sorte de ambientes. Relaciono-me com bastante facilidade, seja onde estiver e, atualmente não passa um minuto para que a conversa com colegas e amigos não resvale para o estado caótico em que se encontra nosso país, sob quaisquer pontos de vista que se queira abordar.
São os incríveis e quase surrealistas escândalos revelados, são também os bandidos de quaisquer calibres que já não temem a polícia, praticando crimes hediondos em todas as cidades e rincões do país, são igualmente os aumentos constantes de preços, que elevam a inflação a novos patamares não vistos há muito tempo, são ainda nossos políticos e dirigentes que, apesar de estarem sendo pegos em flagrante com provas e tudo o mais, que continuam impunes e, criminosamente são absolvidos em alguma instância superior ou até mesmo anteriormente blindados para que nenhuma instância, órgão da imprensa ou autoridade possa lhes incomodar ou condenar.
Preciso continuar citando outros malfeitos ou deixemos que cada leitor se lembre de mais uma dúzia ou mais de outras razões para estarmos tão pessimistas?
Igual ao nosso grande estadista do passado Ruy Barbosa, estou cansando de ser honesto, vendo a impunidade, a injustiça, a sem-vergonhice e a corrupção triunfarem e então, uma imensa sensação de absoluto vazio, desesperança, desilusão e depressão me atingem em cheio e me desanimam.  
Penso comigo que, se eu, já em estágio de terceira idade
atualmente tenho essas crises de desespero, imaginem outras pessoas que agora mesmo estão perdendo seus empregos, cada dia mais endividadas e não podendo nem mais oferecer aos seus filhos uma Pátria decente  ou sonhar com um futuro melhor para eles! Ai, que coisa triste.
Um só pensamento me acompanha nos últimos tempos; será que homens e mulheres de bem, ou seja, aqueles autênticos LIDERES que acreditam e tem fé em nosso país, não conseguem se reunir e gritar bem alto; BASTA de experiências mal sucedidas, de mentiras, de pessoas sem qualificação profissional e absolutamente sem moral que nos dirigem, o que então podemos esperar?
Conclamo encarecidamente aos nossos líderes de bem e decentes, porém hoje encolhidos, que se manifestem de mil diferentes maneiras  para que possamos sair desse incrível “faz de conta” que não nos levará a absolutamente nada!
Humildemente e encarecidamente peço a eles  que se manifestem alto e de bom som, pois precisamos aglutinar o povo com uma inspiradora nova liderança, para pedir, não exigir, uma nova ordem, pois o que está por aí não mais nos satisfaz!
Eu, apenas um bem sucedido profissional liberal, que antes tinha orgulho de proclamar aos quatro ventos que tínhamos aqui em nosso país executivos e profissionais liberais de grande capacidade, dirigindo empresas comerciais, industriais, financeiras e de prestação de serviços de sucesso, formados aqui mesmo e alguns,

 até com pós-graduações, mestrados e doutorados no exterior.  Não posso crer que não mais existem.
Além disto,ainda temos nossos excelentes juízes, intelectuais e outros pensadores de ponta que podem nos ajudar a encontrar um novo futuro, novos objetivos para que novamente possamos nos orgulhar do Brasil.
Onde então, estão todos eles? Tenho certeza que continuam por aí, igualmente envergonhados como eu, escondendo-se  pois, caso quisessem colaborar na administração de nosso país, teriam de abdicar de suas próprias crenças saudáveis e progressistas, participando das benesses, ágapes e incríveis atos desonestos na qual se transformou a administração pública Federal, Estadual e Municipal do Brasil. 

Ansiosamente, aguardo há meses - ou será que já são anos – alguma inesperada edição simultânea de todos os jornais de vanguarda do país, de todas as emissoras radiofônicas e televisoras em uníssono, de todas as redes sociais da moda como, por exemplo, Facebook, Linkedin etc e demais entidades associações civis e ONG's com alguma importante e libertadora proclamação e mensagem à Nação e ao seu povo descrente e desiludido, afirmando categoricamente que precisamos imediatamente trocar esses desgastados  e apodrecidos poderes existentes e respectivas lideranças por novas, transparentes e inovadoras. 
Precisamos mudar o que está por aí e o quanto antes!
Estou pedindo o absurdo?

São Paulo, 30 de Outubro de 2015.
Louis Frankenberg,CFP
Um desiludido cidadão.
e-mail;perfinpl@uol.com.br





 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Pinceladas a respeito de inclusão econômica e populismo.


Louis Frankenberg, CFP® – 19.10.2015.
Não pretendo abordar a gigantesca crise na qual estamos por demais anos sendo envolvidos pelo atual Governo e seus desqualificados dirigentes e subordinados.
Entre os inúmeros erros cometidos, nesta matéria me refiro especialmente à divulgação de dados inverídicos em relação à evolução econômico social de determinada camada da população. 
Vou apenas dar a minha opinião a respeito da ilusão ou  seja, deliberada desinformação na qual foi colocada esse segmento no que diz respeito à fabulosa melhora de suas próprias condições de vida.
Não acredito no que continuamente está sendo apregoado que, mais de 50 milhões de brasileiros - 25% da totalidade - foram beneficiados com a elevação de seus níveis de vida e, desta maneira, passaram a pertencer a Classe Média, ou seja, elevadas à superior classe “B”, libertados que foram por dois de nossos Partidos Políticos pseudo populares, elevados da inferior classe ”C” como resultado da intervenção dos maravilhosos Planos “Salário Família”, “Minha Casa Minha Vida” e de alguns outros benesses oferecidos. 
Acredito sim que, a maciça venda de “Comodities”, principalmente à China e o consequente e simultâneo aumento de empregos temporários obtidos no Brasil, geralmente de baixo salário, criaram a ilusória impressão de elevação dos rendimentos daquela específica camada da população. 
Além disso, a criminosa propaganda oficial de incentivo ao consumismo artificial das classes C, D e E por meio da ampliação do aumento do endividamento e sempre às taxas de juros tradicionalmente elevadas praticadas em nosso país, complementaram a atual situação de elevada inadimplência de pessoas e famílias que, de maneira alguma, deveriam ter sidas induzidas a adquirem produtos que, eventualmente, não pudessem pagar, como efetivamente ocorreu.
Não desejo nem mesmo entrar no mérito da questão do atual e gradual aumento do desemprego que é cada vez maior, como estamos observando.
Muitas das pesquisas existentes em nosso país fazem inclusive confusão entre os termos “Famílias”, “Pessoas” e “Adultos” quando mencionam rendimentos mensais ou anuais alcançados e, obviamente criam erros de interpretação nas análises e levantamentos existentes nas comparações e conclusões por parte da maioria dos leigos.
Procuro ser um Planejador Financeiro moral e ético e jamais nesta minha condição profissional incentivaria pessoas a se endividarem, caso não fosse absolutamente necessário ou conveniente, especialmente quando a fonte do rendimento delas é pequena e geralmente insuficiente!
A título de evidência cito que eu mesmo fui e continuo sendo continuamente conclamado a recorrer a empréstimos consignados através de inevitáveis mensagens recebidas por e-mail, quando minha pensão pessoal recebida do INSS mal alcança 2 salários mínimos mensais e, tecnicamente jamais comportaria ter uma sangria mensal de 30% dos já minguados rendimentos caso aceitasse alguma daquelas maliciosas ofertas! 
Pela tabela usual, que classifica as fontes de rendimento familiares brutos das classes A, B, C, D e E, adaptadas a índices atualizados de Dezembro de 2014 e derivados dos orçamentos familiares apurados pelo IBGE de 2008/2009, estes grupos seriam enquadrados da seguinte maneira;
Classe A – acima de R$ 14.500 mensais
Classe B – de R$ 8.700 até R$ 14.500 mensais
Classe C – de R$ 1.740 até R$ 8.700 mensais
Classe D – de R$ 1.160 até R$ 1.740 mensais
Classe E – até R$ 1.160 mensais
Pessoalmente, acho a tabela acima por demais simplista, mas não tenho neste limitado espaço condições suficientes para enumerar minhas razões. 
Considerando um estudo publicado pelo “O Estado de S. Paulo” de 14/10/2015 como idôneo, seriam considerados internacionalmente “Classe Média” as famílias que ganhassem acima de U$ 28.000 anuais. Pois bem, considerando o dólar a 3,90 no dia 19/10/2015 teríamos calculados um rendimento mínimo anual bruto de R$ 109.200 e mensais de R$ 9.100. 
Supostamente, somente alguém da classe Média brasileira com rendimento acima de R$ 8.700 mensais (ver tabela mais acima) seria considerado classe “C” e isto em seu nível mais elevado quando esta também pode ser subdividida em 3 subclasses por algumas fontes de dados.
Outro levantamento publicado pelo “O Estado de S. Paulo” de 16/10/2015, efetuado pelos pesquisadores Marcelo Medeiros e Pedro H. Souza, concluíram que apenas 1% da população brasileira, ou seja, 1,4 milhões de adultos tem rendimentos acima de R$ 229.000 anuais (ou seja, R$ 19.000 mensais) e poderiam ser considerados famílias pertencentes à classe “A”.
Minha própria conclusão e, sem fazer uso de outras medições e análises que deveriam necessariamente ser considerados, é de que apenas ao redor de 5% da nossa própria população, ou seja, 5 milhões de pessoas deveriam ser incluídas na tal da Classe Média e não 25% ou seja, 50 milhões, como constantemente está sendo apregoado!
Posso continuar a elaborar provas e considerações mencionando a questão dos elevados tributos (impostos e outras contribuições) que pagamos da inflação que novamente atinge os 10% anuais e aspectos envolvendo educação, saúde e aposentadoria pelos quais pagamos, mas que não estão sendo entregues!
Prefiro parar por aqui, pois meus leitores preferem textos simples e concisos!
Abraço amigo,
Louis Frankenberg, CFP® 19-10-2015.