sábado, 7 de dezembro de 2013

Fechando 2.013 e a razão pela qual não estou nada animado em relação ao próximo ano de 2.014



 

Louis Frankenberg,CFP®  7-12-2013


Este meu blog, comemorando o término do 4º ano de existência, não deixa de ser igualmente meu “alter ego”, pois descarrego nele, neste final de ano, minhas frustrações e mágoas em relação ao que atualmente está acontecendo em nosso país.  

Apesar daquilo que vi e continuo vendo de negativo ao meu redor, continuo acreditando em um grandioso futuro, mas no momento estou muito decepcionado.

Não levam em conta meu atual estado de espirito e esqueçam o que passarão a ler!

Fico melancólico e triste assistindo ao gradativo deterioro da maneira como estamos sendo dirigidos, pela ética oficial posto em prática por políticos e governantes e dos costumes cada vez mais decadentes com os quais estamos sendo contemplados.

Parece que é parte integrante do culto de uma minoria que deseja nos impor sua ideologia, que  considera a mesma  como sendo absolutamente normal.

Esta maneira de pensar nada  tem a ver com meus dogmas, meus   princípios, minha própria definição de ética e de tantos outras normas  que me foram incutidos ainda quando criança e das quais não  desejo arredar pé.     

O ano de 2.013 acabou sendo parecido ao de tantos outros anos do passado recente.     A meu ver apenas confirmou que estávamos descendo mais outro degrau rumo a uma  espécie de sub solo obscuro, nebuloso e desconhecido e isto me assusta deveras!

Tristemente cheguei simultaneamente à conclusão de que atualmente não existem mais lideranças atuantes, respeitadas, aplaudidas e devidamente ouvidas em nosso país e que possam fazer  valer suas opiniões e conselhos ante um governo onipotente, imaginando ser dono de uma única verdade, porém incapaz de solucionar  questões simples e vitais devido as estripulias que costuma  impor, pelas constantes mudanças de rumo que adota e pelos erros monumentais  que estão sendo cometidos.

Essa terrível constatação para mim é frustrante e me deixa perplexo e confuso.  

Sei que proclamar estas verdades publicamente é constrangedor, porém  não consigo ver qualquer  nesga de luz brilhando lá no fim do túnel.

Leio jornais físicos e virtuais, ouço comentários e interpretações de amigos e de colegas profissionais e pessoalmente costumo interpretar cifras e indicadores econômicas e financeiras. Todas sem exceção, são  a meu ver desanimadoras.

Percebo igualmente um pessimismo generalizado país afora em relação à maneira de como estamos sendo governados e não consigo extrair dos  meus conhecidos e amigos qualquer palavra de elogio para os atuais dirigentes da Nação.

Perplexo com este meu estado atual desanimador, pergunto a mim mesmo como é possível ter estas reflexões tão negativas e ser tão pessimista, quando se realizam   no ano que vem a Copa do Mundo no Brasil e dois anos após as Olimpíadas.

Será que está sendo adotada por aqui a célebre filosofia de; “deem pão e circo ao povo”?

Sempre fui homem de planejamento, de objetivos e de metas traçadas antecipadamente e também de desenvolver enorme esforço posterior para  tentar realiza-las. Será que ninguém mais planeja por aqui?     

Lamentavelmente ao meu redor sinto o cheiro desagradável da corrupção, da politicagem barata e populista, do empreguismo sem limites, das inúmeras tentativas de enganar a opinião pública com informações inverídicas ou meias verdades e da profusão sem igual da contabilidade fantasiosa com que se tenta ludibriar aqueles que costumam interpretar com seriedade estatísticas, balanços, indicadores e até pesquisas de opinião.   

Nos noticiários televisivos enxergo diariamente as  imagens sem fim das constantes filas nas nossas estradas esburacadas e sem manutenção, dos metrôs superlotados e atrasados e até mesmo de vez em quando totalmente paralisados.  

Fico atônito vendo as dificuldade de acesso das filas quilométricas de caminhões, dirigindo-se para nossos portos mal equipados, que não suportam um maior fluxo de exportações das imensas safras agrícolas, produzidas com enormes dificuldades pela heroica  e persistente  iniciativa privada. 

Não consigo acreditar que até 25%  dos grãos transportados são perdidos devido as enormes deficiências existentes em toda infra estrutura rodo ferroviário.

Que imenso prejuízo  de bilhões que não precisava estar acontecendo se tivéssemos um planejamento central válido e sério que atravessasse todos os governos!

Leio abismado a respeito da vergonha representada por nossos estudantes que não   possuem qualificações suficientes,  nem em matemática, nem na maneira correta de escrever  os textos  mais simples na nossa própria língua, quando   nos representam lá fora ou  mesmo  quando fazem  exames de seleção  aqui mesmo no país.   

Eu poderia continuar me  lamentando a respeito da insegurança geral que reina em todos os recantos e dos exageradamente elevados tributos, taxas e contribuições que pagamos em tudo que adquirimos e consumimos.

Como Planejador Financeiro que sou, conheço as dificuldades existentes para acumular reservas  financeiras, que iremos precisar para poder enfrentar futuramente uma  desequilibrada previdência social,  que não nos pode nem garantir uma velhice  tranquila.

Preenchendo minha  própria declaração anual de imposto de renda, me repugna saber que não posso deduzir os milhares de  Reais  que gasto com medicamentos, sabendo que estes já tem embutidos  enorme carga tributária quando os adquiro na farmácia. 

E então, depois de tudo isso, fico pensando que a saúde pública fornecida para a maioria de nossa população continua sendo uma absoluta desgraça, consequência da insensibilidade e incompetência existente dos administradores nomeados pelos governos Federal, Estadual e Municipal que, há dezenas de anos, continuam deixando desamparados milhões de brasileiros.  Já leram a Constituição e o que diz a respeito?

O que adianta trazer profissionais médicos ou mesmo práticos de saúde lá de fora quando sabemos que a questão central não é  a da falta de profissionais da saúde, mas de infra estrutura física e deficiência de equipamentos básicos em todos os municípios.        

Por todas essas razões expostas  desejo relembrar e afirmar aos meus distintos leitores que os grandes responsáveis  pela criatividade, iniciativa, espirito de luta e desejo de progredir de nosso povo, é sem dúvida alguma a própria sociedade civil, que paga  pesadamente por todos esses tributos pela qual é sustentada esta gigantesca máquina pública em todos os níveis do poder.

É provável que muitos negócios estão  neste mesmo momento sucumbindo no início de suas atividades ou talvez um pouco mais adiante, exatamente  por não conseguirem pagar a infinidade  de tributos, e igualmente  devido  a desnecessária burocracia  onipresente, que não para de crescer.

Na condição de Bacharel em Contabilidade e Atuário que sou, posso vos afiançar que os 36% do PIB que coletivamente pagamos de impostos etc, representam  valores  mais que  suficientes para termos excelentes serviços públicos. E por que não existem?

Em consequência destas falhas monumentais em áreas vitais da máquina publica brasileira, esta abnegada e persistente sociedade civil paga em duplicidade pelo direito de existir e poder progredir. 

Tenho o pressentimento, mas não possuo as cifras, de que a maior parcela dos orçamentos públicos, em qualquer área dos serviços exclusivos que são oferecidos, estão sendo utilizados quase que inteiramente para o pagamento do funcionalismo em si.

Provavelmente é esta a razão principal de sua absoluta deficiência. Muitos caciques e demais índios, uns atrapalhando aos outros! 

Eu tive a sorte de ser contemplado com um dom especial  que é o de  reconhecer de longe falcatruas ainda não reveladas e, posso vos afiançar, que as vezes sinto arrepios quando enxergo alguma publicação em  jornal de grande circulação, balanços e pesquisas numéricas de organismos oficiais.

Não pretendo citar pelo nome nenhum deles, mas a meu ver, alguns são obras primas de mistificação.  

Por tudo isto que escrevi, podem sentir que Frankenberg não é de maneira  alguma   um arauto e entusiasta do nosso  momento atual.

Por essa razão peço desculpas por lhes dar neste final de ano uma mensagem nem um pouco positivo.

Eu não queria me calar e guardar apenas para mim mesmo, este gostinho amargo que sinto na boca e na alma.

Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo para todos, apesar de tudo!

Forte abraço,

Louis Frankenberg,CFP®      

Nota

Encerro o ano e voltarei a escrever em Fevereiro de 2014

São Paulo 7 de Dezembro de 2013
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