sábado, 3 de dezembro de 2011


Comentando e criticando notícias lidas e fechando o ano 2011
Louis Frankenberg,CFP®  3.12.2011

 É sabido e historiadores o confirmam  quando as notícias
que algum  mensageiro trazia antigamente
  eram muito trágicas ou negativas, a  solução   que geralmente se adotava  era matar o mensageiro.
Peço entretanto que não critiquem  em demasia meus comentários incisivos, pois  este observador  apenas deseja  abrir os olhos de seus leitores,
alertando-os para  nossas deficiências que necessitam ser corrigidas para que o país possa se orgulhar perante outras nações e seu próprio povo.

        
  • O Jornal “Valor” em 28.11.2011 publicou  que 1.027 brasileiros pesquisadas pelo Banco HSBC em colaboração com a “Cícero Consulting” resultaram na seguinte pergunta formulada:
 se essas pessoas estariam atualmente preocupadas com seu próprio futuro financeiro na época de suas aposentadorias. As respostas foram;
28% afirmaram que não estavam preocupadas, 21% afirmaram que estavam um pouco preocupadas e 26% muito preocupadas. 8% disseram que não pretendiam se aposentar e 16% responderam de que não pensaram a respeito. (percentuais arredondados)
Pessoalmente, baseado no acompanhamento  que faço há longos anos de inúmeros executivos e pessoas comuns, eu diria que aqueles que não estão  ou  estão apenas moderadamente  preocupadas fariam melhor  em pensar mais seriamente a respeito do seu próprio futuro, já que o Estado Brasileiro não possui melhor tradição  a respeito de como cuidar de seus velhinhos e você não sabe (felizmente) se irá morrer cedo  ou  com avançada idade!

  • Os impostos e tantas outras formas diretas e indiretas de arrecadação governamental  em nosso país são bastante pesados, comparados com a maioria das demais  nações. Quando é possível de forma legal diminuí-los, nós cidadãos sempre deveremos fazer uso desta possibilidade.  Para aqueles que estão sujeitos ao imposto de renda da pessoa física, recomendo como uma das mais eficientes maneiras de estarem prevenidos, que adquirem algum plano de previdência complementar tipo PGBL, pois obterão alguma vantagem fiscal. Para  aqueles  não enquadrados e não necessitando obter  os 12% de redução legal de I.R. recomendo  que adquiram um VGBL. De qualquer maneira, novamente relendo o 1º item desta crônica, convém considerar que você sempre precisará se precaver devidamente contra insuficientes fontes de renda na velhice. Caso você é daqueles que desejam continuar vivendo despreocupadamente como nos dias de hoje, continue se iludindo como a cigarra da fábula “A Cigarra e a Formiga” de Aesopo. Provavelmente lembrar-se-á de mim e das minhas recomendações  quando já será   demasiadamente tarde!

  • A maioria de nos cidadãos comuns pensamos que as instituições financeiras sabem melhor cuidar de nossas economias que nos mesmos, sempre acumuladas com bastante  sacrifício.  Será que sabem mesmo?  Às vezes ponho em dúvida este axioma. Vejam porque. No ‘The New York Times” de 17 de setembro de 2011  e posteriormente também no “The Economist”  li que o Banco Barings, teve um prejuízo de 1,4 bilhões de dólares   devido   as especulações provocados por um seu colaborador chamado Nicholas Leesen, em Fevereiro de 1995. O Banco Sumitomo em Junho de 1996 perdeu 2,6 bilhões de dólares  provocados pelo colaborador Yasuo Hamanaka, que especulou em negociações com  cobre. A Société Générale, da França perdeu 6,7 bilhões de dólares em Janeiro de 2008 em razão de negociações com “futuros”, provocados pelo funcionário Jerome Kerviel. O colaborador Toshihide Iguchi do Daiwa Bank, conseguiu perder 1,1 bilhões de dólares em Julho de 1995 brincando com obrigações governamentais e finalmente o maior banco suíço UBS  perdeu 2,3 bilhões de dólares em Setembro deste ano.  Vou  deixar de citar outros de menor calibre mas igualmente  desconcertantes. Todos eles  além de perderem  dinheiro e prestígio, tiveram como resultado que suas ações baixaram   enormemente de valor nos mercados acionários.  Bombas deste calibre não acontecem somente no exterior, pois no passado  ocorreram também  por aqui e em   escala gigantesca! Geralmente o ingênuo cidadão (e depositante dos  bancos afetados) somente toma conhecimento desses acontecimentos quando já são manchetes nos jornais e por essa razão aconselho que você sempre fique atento a imperceptíveis mudanças no atendimento  ou burocracia de qualquer instituição financeira com a qual trabalha. Nossos órgãos fiscalizadores governamentais, em minha modesta opinião, não são dos mais confiáveis  e espertos em detectar  por antecipação  súbitas explosões dessa natureza. O que acabo de descrever e para suavizar um pouco  o rigor do que acabei de revelar, a história daquele fazendeiro desconfiado do interior de nosso país  que tradicionalmente guardava seu dinheiro em baixo do colchão e que finalmente foi convencido  por um gerente de que deveria depositar seu dinheiro no banco. Ato contínuo ele voltava todas as semanas à agência, preenchia um cheque, contava o dinheiro para confirmar  que o mesmo continuava  lá. E mais tranqüilo  o depositava novamente...Moral da história e conselho do Frankenberg; confie no seu banco mas nunca perca de vista o local e a modalidade   de investimento na qual  sua  pequena ou maior  fortuna esteja investida. Lembre-se também; renda maior que o normal geralmente significa  risco maior!

  • Para se avaliar devidamente o peso do custo de manutenção que pagamos atualmente no Brasil  por quase tudo que adquirimos e então quisermos  comparar estes dados com os de outros países, o “MBE”, Movimento Brasil Eficiente publicou em 8 de Outubro último  um pequeno levantamento no qual é comparado  uma cesta básica de 30 produtos  no Brasil   aos de uma cesta de produtos iguais  em outros países.  Não se espantem portanto que  a China é 10% mais barato em média que uma mesma cesta básica no Brasil.  A cesta básica dos Estados Unidos  é 22% menor que a do Brasil.  Não é sem razão que os aviões estão lotados com brasileiros viajando para a Flórida e outros destinos norte americanos  para fazer compras e  que os gringos  vem nos visitar apenas quando ignoram o quanto têm de desembolsar por aqui pela estadia e alimentação.

  • Para confirmar o que acima acabei de descrever, a revista “The Economist” analisou em Julho de 2011 o custo de um Big Mac ( também chamado Big Mac índex) em várias partes do mundo.  O custo foi adaptado para o poder aquisitivo de cada país, convertido em dólares americanos. O Brasil foi novamente o campeão com o peço US$6,16 (deixo para cada um de vocês calcular o preço de cada  mordida).  Mais caros que o Brasil apenas Suécia e Suíça.  Mais baratos que o Brasil em ordem decrescente; Canadá, Países do Euro, Austrália,  Japão,  Estados Unidos....!, Reino Unido, Coréia do Sul, México,  Rússia e finalmente a  China com um preço de US$ 2,27 por  um Big Mac.

  • Em 21/10/2011 o jornal Valor publicava uma avaliação do IPEA, “Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas” (Entidade Governamental).  Não se espantem. Quem em 2008 tinha renda mensal familiar  até dois salários mínimos, comprometeria 53,9% dessa renda em tributos de todas as naturezas! Proclamo eu então que, ou o Estado Brasileiro  diminui seu próprio tamanho e  portanto também os tributos que pagamos  individualmente ou então  o atual cidadão classe “C”,”D e “E”  vai permanecer eternamente  pobre sem possibilidade alguma de alcançar uma vida digna! Daqui a dez anos revejam esta minha proclamação. Mesmo a família que ganhava em 2008 mais de 30 salários mínimos mensais (ganho de um grupo seleto de cidadãos) estava então pagando 29% dessa renda em tributos de todas as espécies!  Para esta privilegiada família ainda seriam necessárias 197 dias de trabalho segundo a IPEA. para pagar aquela carga tributária. Para os sacrificados cidadãos que ganhavam  até 2 s.m. seriam necessários 106 dias de trabalho e por esta razão repito de que devemos diminuir o tamanho do Estado Brasileiro.

  • Eu sempre escutava com muito orgulho que operários  brasileiros  eram os melhores do mundo, inteligentes, aprendendo rapidamente  e outras baboseiras semelhantes. Parece que  tenho de rever meus conceitos.Mas a gente nunca sabe se as pesquisas efetuadas por algum Instituto Nacional ou Estrangeiro são válidas  ou tem alguma motivação oculta determinada por interesses de A,  B ou C.... Fiquei chocado quando a Folha de S.Paulo publicou em  3/10/2011 um levantamento efetuado pela consultoria norte americana “Conference Board” a respeito de produtividade. O resultado  jogou  a minha   ilusão  na sarjeta.  Um operário americano produz mais que 5 operários brasileiros!  Se for verdade, vou ter de rever muitos dos meus conceitos. Reproduzo  a pesquisa mas tenho minhas dúvidas quanto a  sua veracidade. A produtividade em ordem decrescente em relação ao índice  máximo americano (100%)  é a seguinte; Cingapura, Austrália, Alemanha, Correia do Sul, Turquia, Argentina, Rússia, Chile, África do Sul e somente então vem o capenga Brasil com  um índice de 20,6%. Piores que nós; China com 15,9% e Índia com 8,8%! Penso que ainda temos de avançar muito para nos consideramos um país avançado e dignos de nos tornar a 5ª  ou 6ª potência mundial! Para os que desejam saber como é calculado o índice de produtividade aí vai a definição; O PIB, Produto interno Bruto é dividido em cada país por sua força de trabalho ativa. Simples não? Mesmo assim altamente vergonhoso para nós caso este levantamento for verídica.

  • Ao escrever esta última crônica do ano, feliz ouço nossa Presidenta afirmar no rádio que precisamos consumir mais, esquecer de que existe uma crise acontecendo no mundo e diminuindo milimetricamente alguns tributos.  “Dê ao povo algumas migalhas para se contentarem’ devem ter pensado seus conselheiros. Na mesma hora eu estava preparando este último item, tendo na minha frente um recorte do jornal “Valor” de 3. 11.2011 que reproduzia uma matéria do  “The Wall Street Journal Américas” e  tinha o titulo e sub título seguinte;
     “Índia é um pesadelo para empreendedores- burocracia e corrupção no caminho dodesenvolvimento”.
A matéria  destacava Brasil em 126º lugar, Rússia em 120º lugar, Índia em 132º, lugar, China em 91º lugar e Estados Unidos em 4º lugar  em relação aos outros 183 países. 
     A minha intenção é apenas mostrar quão longe ainda estamos de sermos um país com legislação
moderna e processos burocráticos simples e efetivos. Caso quisermos ser um país com destaque
futuramente, devemos imediatamente reformular  nossos protocolos, procedimentos e inúmeros outros aspectos que também incluem educação, aspectos trabalhistas e infra estrutura.
   Passo a destacar apenas os diversos sub itens  em que se
   sub divide o estudo em relação ao nosso país para      confirmarem quão longe ainda estamos  de podermos nos considerar 1º mundo sempre, em relação aos 183 países restantes.
  • Facilidade para fazer negócios; 126º lugar,
  • Rapidez e simplicidade  para abrir um negócio; 120º lugar
  • Lidar com alvarás  de construção; 127º lugar
  • Tempo para que um contrato seja cumprido; 118º lugar
  • Quantidade diferente de impostos; 150º lugar
  • Quantidade de anos para fechar uma empresa; 136º lugar

  • Vocês já ouviram citar a palavra “corrupção”? Pois  hoje 2/2/2011 foi publicada no jornal “Valor” e anteontem divulgada  oficialmente o  mais recente ranking da corrupção pela ONG “Transparência Internacional”. Este índice mede a percepção da corrupção no setor público de diversos países. A menos corrupta é a Nova Zelândia, em seguida  em ordem decrescente  Dinamarca, Finlândia, Suécia,, Cingapura, Noruega, Holanda, Austrália, Suíça e Canadá. Em 73º lugar vem o nosso país, em 75º lugar a China e o mais corrupto é a Somália. Não preciso dizer mais nada quando sabemos que 6 ministros do Governo  Dilma já foram mandados para casa  em razão de indícios  provados de corrupção. Talvez um 7º siga o mesmo caminho. Quem viver, verá!Pessoalmente acredito que poderíamos estar pagando muito menos tributos e ter melhor educação e saúde para nossos filhos e demais cidadãos se conseguíssemos diminuir esta mazela. Acabar com a corrupção provavelmente será impossível.

*Todos os dados foram  copiados das fontes mencionadas e este blogueiro não  garante sua veracidade. É dada a minha permissão
  para  cópia, desde que me seja dado o crédito e o endereço do blog.

Caros leitores, vou desaparecer por uns tempos para espraiar e me reciclar. Volto no começo de Fevereiro de 2012. Espero reencontrar a todos. Tenham um feliz natal e um novo ano que lhes traga inúmeras alegrias. Desejo-lhes felicidade, saúde e prosperidade. E o tradicional “desculpe qualquer coisa”
Um abraço bem apertado e até 2012

Louis Frankenberg,CFP®    4.12.2011