quinta-feira, 29 de julho de 2010

As ações PN da Petrobrás e o FGTS, há 9 anos.

No comecinho deste mês de Julho publiquei no meu Blog a matéria “Ambição, especulação ou apenas emoção e desconhecimento”. Nele comentei meu receio do que pudesse acontecer com as ações da Petrobrás devido ao desastre ocorrido com a BP, British Petroleum no Golfo de México. Acredito que fui um dos primeiros a enxergar a analogia da empresa petrolífera britânica com a nossa Petrobrás, que ambiciona em futuro próximo explorar as águas profundas do Oceano Atlântico, frente a costa brasileira, no que é chamado a operação “Pré Sal”, que deverá ser a nossa futura redenção.

A direção da Petrobrás resolveu há poucos dias postergar o mega lançamento internacional de novas ações da empresa para Setembro deste ano, talvez porque não achou o momento muito oportuno...

Mas antes da postergação jogou ao mercado o balão de ensaio de que nossos milhões de operosos funcionários públicos e privados, que tem o privilégio e honra de possuir contas no FGTS, pudessem investir nas novas ações a serem lançadas. Oh como nosso governo é magnânimo e quer bem ao povão!

Dizem as más línguas que povão não tem memória, mas este seu escrivão de longa data guarda muitos recortes de jornais que ele acha importantes ou interessantes.

Fazendo agora, uma periódica revisão de notícias guardadas, encontro numa gaveta o seguinte recorte no jornal “O Globo”de 16 de Abril de 2001 com o título garrafal “Grupo seleto usou FGTS em ações da Petrobrás”.

Sabemos hoje que quem colocou dinheiro do FGTS em ações da Petrobrás acabou ganhando um bom dinheiro, apesar da queda brusca ocorrida neste ano e outras altas e baixas ocorridos nesse longo período.

Consultando alguns dados igualmente guardados e, apesar de pessoalmente não possuir ainda Petrobrás, verifico que em 11 de Novembro de 2009 as ações PN estavam cotadas a 37,41 tendo atingido anteriormente sua cotação máxima de 49,32 em 21 de Maio de 2008.

Por outro lado, este provinciano entendedor de mercados acionários acredita que o PL do papel Petrobrás gira atualmente ao redor de 11,8 índice este que não é de desprezar para quem deseja arriscar uma parcela de suas economias no ouro negro como também é chamado o petróleo e, por outro lado, não for demasiado esfomeadinho e tenha tempo para ver no que dá.

Devo alertar ao distinto leitor que não sou nem analista, nem profissional e nem fui contratado pela Petrobrás para escrever a respeito dessas ações, porém cotadas os PN a 27,90 no dia 26 de Julho último, pode ser uma época bastante interessante para investir.

Mas, falando a respeito das cotações anteriores e atuais, peço desculpas por ter perdido o foco desta minha matéria que seria o de comentar a respeito do perfil de quem em Abril de 2001 usou seu FGTS para comprar ações da Petrobrás.

Vou portanto resumir o status dos 221.000 trabalhadores que naquele ano desejavam ganhar mais do que os miseráveis 3% de juros mais TR, arriscando sua grana. (imaginem, menos que a inflação projetada de 5,5% para o corrente ano);

  • Em relação a “Escolaridade”; 10% tinham1º grau completo, 14,8% tinham 2º grau incompleto, 38,4% tinham 2º grau completo e 36,8% tinham curso superior.
  • Em relação ao “Tempo de Serviço”; 25,4% tinham até dois anos de T.S. 18,1% entre 2 e 5 anos de T.S. 20% entre 5 e 10 anos de T.S. e 36,5% acima de 10 anos de T.S.
  • Em relação a “Idade”; 23,4% tinham até 30 anos, 41% tinham entre 30 e 39 anos, 27,9% tinham de 40 a 49 anos e 7,7% tinham acima de 50 anos.

Bem minha gente, conservadores, arrojados, audaciosos, ambiciosos e especuladores, os dados estão em cima da mesa, mas é claro que faltam alguns bom ingredientes políticos, macro econômicos, conjunturais e outros fatores não abordados aqui para vocês terem suficientes elementos para julgarem por si mesmos.

A oportunidade de ganhar um bom dinheiro está ao alcance das suas mãos, para quem tem paciência e cacife para esperar. Também é possível que novas informações e revelações, sejam quais forem, possam por tudo a perder...

Para os pessimistas o copo está meio vazio e para os otimistas o copo está meio cheio.

Pelo menos dei para vocês uma boa dica de como pensavam nossos dignos patrícios a respeito do assunto há 9 anos. Não me culpem se as coisas não saírem como gostariam.

Louis Frankenberg,CFP® - 27 de Julho de 2010

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Macro Finanças e Micro Finanças, conceitos conflitantes

Independente dos nobres sentimentos e atitudes que gostaríamos que os outros enxergassem na gente, geralmente agimos primeiramente em defesa de nossos próprios interesses. Esta atitude ou reação a um acontecimento ou fato novo não é egoísta mas sim um atributo básico do ser humano.

O melhor teste para confirmar o que acabo de afirmar consiste em observar nossa própria reação quando deparamos com determinado estudo, pesquisa econômica ou financeira que, momentaneamente nos chama a atenção.

Após verificarmos de que trata o assunto, procuramos ver onde, eventualmente, nos enquadramos.

Somente depois de termos verificado nosso próprio posicionamento em relação ao estudo ou pesquisa em questão, é que fazemos uma avaliação mais genérica de como outros grupos ou segmentos estão posicionados.

Os profissionais ou mesmo amadores que estudam e interpretam análises e pesquisas econômicas ou financeiras de determinado segmento da população ou então em relação ao seu todo, sempre dividem os resultados analisados em diferentes grupos componentes.

Os diferentes grupos resultantes geralmente são quantificados e transformados em percentuais, facilitando assim sua interpretação.

Não sou nem um pouco diferente de você, caro leitor, e quando se trata de pesquisas ou estatísticas econômicas, financeiras ou sociais, verifico primeiro se pessoalmente faço parte do segmento superior, inferior ou mediana da pesquisa que estou analisando naquele momento.

Quando você, prezado leitor, lê em algum livro, jornal, revista, enxerga na TV ou mesmo na Internet um desses levantamentos que lhe interessam, qual das partes dos mesmos seus olhos buscam primeiro? É quase certo que seus olhos (dirigidos interessadamente por seu cérebro) quase automaticamente irão inicialmente se concentrar no segmento onde imagina que você se enquadra na pesquisa!

Com esta reação espontânea dos olhos, comandado pelo cérebro, quero provar que o interesse da gente é bastante egoísta ou em outras palavras, é uma reação espontânea ou quase um ato reflexo.

É claro que pessoas sensíveis e estudiosas, aquelas sempre sedentas em aprender e compreender melhor o que acontece ao nosso redor com seus semelhantes, tentam também encontrar respostas mais científicas e genéricas e interpretá-las a luz de diferentes fatores.

Na minha particular condição de planejador financeiro, nos muitos anos em que tento entender melhor como age a pessoa física na defesa de seus próprios interesses e, naturalmente os de sua família imediata, observo que a maioria dessas pessoas dão normalmente muito maior importância aos fenômenos macro econômicos e financeiros do que àqueles que mais seriam de seu próprio interesse, que são os fenômenos micro econômicos e financeiros.

Espero que até aqui tenham entendido este fenômeno tão difícil de explicar.

Darei um exemplo múltiplo; quando se trata interpretar algum estudo ou pesquisa sócio-econômica amplamente divulgada pela mídia, a maioria das pessoas gostaria de ser igual às pessoas de maior patrimônio e renda, de maior destaque social, daqueles que tem o carro mais sofisticado ou a moradia mais luxuosa. Esquecem por completo sua própria condição financeira do momento, educação, habilidades, dons, idade, núcleo familiar e procuram se identificar ou até igualar ao grupo que desejam copiar.

A sociedade em que vivemos e a própria mídia que divulga esses estudos, provoca estas irrealísticas reações, enaltecendo e promovendo algumas pessoas fora do comum, contando quais são suas façanhas e sucessos (quase nunca seus fracassos). As novelas na TV são prova viva e atual daquilo que estou querendo dizer.

Bem, a finalidade dessas minhas complexas explicações é reafirmar que cada pessoa deve em primeiro lugar priorizar suas próprias peculariedades, conceitos e predicados.

Em razão destas suas prioridades inerentes aos seus predicados e peculiaridades pessoais (e as da sua família) nos leva a proclamar que a Micro Economia e Micro Finanças são infinitamente mais importantes que a Macro Economia e a Macro Finanças para você como indivíduo, apesar de você ser bombardeado diariamente com muito mais estudos e pesquisas macro.

Para legitimar esta minha interpretação de como penso, adiciono mais o seguinte ingrediente; você, caro leitor, é total e absolutamente diferente por dentro e por fora dos outros 6,5 bilhões de seres humanos existentes sobre a face da Terra e por isso não pode, em momento algum, comparar-se a outro indivíduo ( ou grupo) por mais que o conhece, admira e queira imitá-lo.

Seu universo e maneira de levar a vida deve ser diferente de qualquer outro ser humano.

Tente, portanto, ser o mais autêntico possível, prefira seus próprios sonhos, objetivos e prioridades de vida.Seja você mesmo!

Siga mais seus instintos e verifique a partir de agora quais são seus próprios interesses e jamais os do macro grupo. Pare a partir de hoje de ver como os outros agem e certamente erram igual a mim, a você ou seu modelo ideal que não existe.

Louis Frankenberg,CFP® 21.07.2010

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pessoas físicas normais não pagam as taxas de juros cobrados nos dias de hoje

Desde que comecei a fazer palestras e seminários a respeito de endividamento, compras a prazo e taxas de juros em nosso país, em empresas industriais e comerciais, dirigidas especialmente às classes menos favorecidas, e quando estas taxas ainda eram bem mais elevadas, fiz tudo que minha imaginação pudesse inventar para tentar convencer os participantes a acabar com o endividamento em suas vidas. Naquela época ainda havia uma única razão para não fazê-lo. Era o fato da corrosão mensal da nossa moeda ser descomunal e também porque no mês seguinte ela provavelmente seria ainda mais elevada. Pessoas simples, naquela época, nem perguntavam qual era a taxa mensal, muito menos a anual... Espero que jamais voltemos aquela era de loucura, ilusão e período de deseducação.

Estamos agora em 2010 e abaixo reproduzo a última tabela das diferentes linhas de crédito dos meses de Abril e Maio, cedidas gentilmente pela ANEFAC, onde sou um dos diretores.

Na pressa de publicar esta matéria, não consegui acertar todos os alinhamentos da tabela. Minhas desculpas ao prezado leitor.

Nossa entidade tem tradição em divulgar estas tabelas há muitos anos, exclusivamente com o intuito de alertar a todos a respeito de assunto tão relevante e tão pouco compreendido.

Importante é mostrar que quando a taxa de inflação aproximada em 2010 deverá situar-se ao redor de 5,5% ao ano, ninguém de sã consciência deveria pagar 76,53% ao ano para um empréstimo no banco ou 238,30% ao ano para satisfazer a administradora do cartão de crédito (ver tabela Maio 2010).

Pense, caro leitor, o quanto você perde em qualidade de vida, deixando de gastar em alimentação, em educação, em transporte, em lazer etc. deixando desnecessariamente uma nota salgada cada mês com seus credores.

Nos planejadores financeiros sabemos que em média, as pessoas em nosso país pagam 30% do que colocam liquido no bolso em juros, após os descontos normais em seus salários. Repito para quem não entendeu; em média, uma família que ganha R$ 2.000 líquidos por mês, gasta R$ 600 em juros!

Tudo isso acontece porque uma grande quantidade de pessoas não se deu de conta que a inflação agora é de 5,5% anualizados e a taxa média de juros é de 121,71% anualizados, para todas as linhas de crédito, empréstimos etc. Apenas 22 vezes maior!

A segunda razão que desejo realçar desta absurda e surrealista realidade de nosso país é que não existe nenhuma entidade governamental que gasta qualquer verba na divulgação de educação financeira para as pessoas simples que representam mais de 50% da nossa população. Onde está esse Governo que pensa que faz tanto pelo povo?

Para aqueles que desejam fazer algo positivo em prol das pessoas com pouca escolaridade ou nenhuma noção do valor do dinheiro e que se endividam doidamente, ( e que tem algo a ver com você) por favor expliquem em linguagem simples as razões porque somente devem fazê-lo em último caso.

Estou certo que sua consciência e auto estima irá felicitá-lo.

Louis Frankenberg,CFP® 8-7-2010

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Abaixo a tabela publicada pela ANEFAC

ABIRL 2010

ABRIL/2010

MAIO/2010

TAXA

MÊS

TAXA ANO

TAXA MÊS

TAXA

ANO

Juros comércio

5,77%

96,04%

5,83%

97,38%

Cartão de crédito

10,69%

238,30%

10,69%

238,30%

Cheque especial

7,40%

135,53%

7,43%

136,32%

CDC – bancos

2,40%

32,92%

2,45%

33,70%

Empréstimo pessoal-bancos

4,79%

75,32%

4,85%

76,53%

Empréstimo pessoal-financeiras

9,87%

209,42%

9,93%

211,45%

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ambição, especulação ou apenas emoção e desconhecimento?

(Algumas das aprendizagens de um investidor em ações )

Acompanho o mercado acionário nacional e internacional há vários decênios, tendo igualmente lido uma imensidão indescritível de livros, teorias e matérias a respeito de como ganhar dinheiro com esta modalidade de investimento.

Ao contrário de outros profissionais, escritores e articulistas, apenas ganhei renome, mas jamais dinheiro que valesse a pena, através dos quatro livros publicados e menos ainda que pudesse ser considerada espetacular por intermédio do mercado de ações...

Aliás, sempre fiz questão que os títulos dos meus livros nunca tivessem nomes bombásticos que pudessem induzir o leitor a crer que pudesse ficar rico pelo simples fato de lê-los.

Para enriquecer são necessários inúmeros outros predicados que, oportunamente irei abordar neste meu blog. Aguarde!

É conhecida a história de que um consultor escreve livros de como outros mortais devem atuar, porque não consegue ganhar dinheiro suficiente para si com seus próprios conselhos!

Os nomes dos inúmeros gurus que fizeram fortuna com ações tornaram-se mundialmente conhecidos, alguns dos quais deixaram por escrito para a posteridade a maneira como a fizeram.

Aspectos mais profundos de suas personalidades e maneiras de pensar e agir perante seus semelhantes e seus negócios permaneciam muitas vezes obscurecidos. Geralmente também preferiam esquecer de mencionar seus muitíssimos fracassos...

Leitores que não ganharam dinheiro com ações ou, quem sabe, perderam parte ou a totalidade de seu patrimônio, tentando seguir os métodos dos ditos escritores, provavelmente uma absoluta maioria, são totalmente esquecidos pela história e, quem sabe, continuam lamentando até hoje a sua falta de sorte. Nos seres humanos somos assim, somente os vitoriosos são lembrados e sempre queremo-nos espelhar neles!

Eu, por sinal, não era nada diferente dos jovens esfomeadinhos de hoje que ficam zanzando pelos home brokers e corretoras mais tradicionais, na época em que iniciei a minha aprendizagem como vendedor do maior grupo internacional de fundos de investimento.

O título desta matéria espelha algumas (não todas) as sensações pelas quais a gente transita na juventude e que mais tarde a gente vai aprimorando e ao poucos reformulando.

Vamos então ao que interessa. É impossível como ser humano, irracionais que somos, de prever como determinada ação ou empreendimento que emite ações ao público irá se comportar, tantas são as variantes e fatores desconhecidos que compõe o leque de possibilidades que possam ocorrer durante sua existência.

Aliás, recomendo a leitura do livro de Nassim Nicholas Taleb, chamado “A Lógica do Cisne Negro,o impacto do altamente improvável”. Este livro aborda em profundidade,(inicialmente de maneira um tanto enfadonha), tudo aquilo que sempre desejei explicar à minha clientela, ou seja de que nada é absolutamente infalível ou absoluto. O livro de Nassim, precisa de 450 páginas para dizer o que eu explico em algumas poucas sentenças. Todo investidor, especialmente o adepto de ações, deveria considerar com muita mais seriedade a questão do “risco”, que pouquíssimas pessoas levam a sério quando a vontade de possuí-las é maior que a racionalidade e lógica.

Veja, caro leitor, o que está acontecendo neste mesmo momento à ação da “BP”,British Petroleum, uma das maiores empresas petrolíferos do mundo....

Alguém poderia prever o desastre causado pelo poço de petróleo que continua jorrando petróleo há mais de dois meses sem parar no Golfo do México?

Não me levam a mal, pessoalmente não estarei adquirindo nenhuma das novas ações de lançamento da nova emissão da nossa querida (e poderosa) Petrobrás, pois desconheço as repercussões que o futuro preço possa ter devido a este trágico desastre com a petrolífera BP. Prefiro ficar no meu cantinho observando o mercado...

Para confirmar meus prognósticos um tanto pessimistas, esta semana, o próprio Governo está sugerindo a possibilidade de permitir que você utilize seu FGTS para adquirir ações da Petrobras (novinhas em folha, recém saídas do forno e especialmente emitidas para lhe fazer um favor! Lembra a história da velhinha de Taubaté que acreditava em tudo?

Tremo de medo, imaginando por simples analogia, o que possa ocorrer, idêntico ao caso BP, de que os imensos e muito profundos poços do futuro pré sal, na nossa Costa Atlântica, onde o Governo apregoa que se encontra a nossa futura redenção, possa ser afetado...

Preciso relembrar-lhe de que não existe refeição gratuita ou então de que se fosse tão bom assim, porque então promover a venda de ações da Petrobrás para um segmento da população com pouco ou nenhum conhecimento do mercado acionário?

Meu conselho; aguarde algum tempo e adquira as ações posteriormente, quando as ações já estiverem sendo negociadas nacional e mundialmente e os poços já estiverem sendo explorados comercialmente. Não vai faltar oportunidade de comprá-las num futuro próximo ou mais distante!

Também aprendi (e Warren Buffet também é da mesma opinião), que comprando e vendendo ações sem parar e a velocidades super sônicas, acabo enriquecendo unicamente aos intermediários mas não a mim mesmo.

No passado, ganhei algum dinheiro aguardando pacientemente uma alta fora do normal, para então me desfazer de parte ou de todo um pacote de ações e fui muito bem sucedido. A pressa continua sendo inimiga da perfeição.

Tento não esquecer a lição que um guru cujo nome esqueci, explicou em algum dos inúmeros livros que li; comprar sempre na baixa e vender sempre na alta, era o lema dele. Infelizmente, jamais meu despertador tocou quando a maior baixa ou alta estivesse ocorrendo e dessa maneira tive eu mesmo de escolher o momento mais apropriado Algumas vezes acertava, outras não.

Diversos dos meus clientes executivos adquiriram pacotes de ações das empresas multinacionais nas quais trabalhavam. Quando eles deixavam a empresa geralmente queriam permanecer com as mesmas. Muitas vezes eu os desaconselhava ou então dizia para eles: vende a metade, alegando que, enquanto ocupavam posições de mando em suas empresas, sabiam o que acontecia lá no alto (o tal de inside information!) mas quando caíssem fora da empresa, perderiam esta privilegiada condição...

Quando você faz parte de um grupo e tem uma excelente posição e salário, a sua empresa é a melhor do mundo, mas quando vai embora (ou é saído por incompatibilidade...) não sabe se não vai precisar usar parte das economias para sobreviver até o próximo emprego aparecer.

Nas Segundas Feiras, acompanho na Folha de S.Paulo, as chamadas “dicas do mercado”. São quatro Corretoras de Valores que recomendam cada uma quatro ou cinco ações que acreditam tenham potencial de valorização, junto com as cotações do momento e um tal de preço alvo que eles imaginam que determinada ação possa alcançar (nunca dizem quando). A dica vem acompanhada de uma bolinha coloridinha na qual também indicam se o risco a ser incorrido será alto, médio ou baixo. Quando penso no caso da BP, pergunto como é que eles sabem se o risco é alto, médio ou baixo.

Como ainda me considero mero aprendiz de feiticeiro, talvez hoje em dia um pouco mais ressabiado do que na juventude, indago a mim mesmo se as indicações das quatro diferentes Corretoras (certamente cada uma tem em seus quadros excelentes profissionais analistas) não deveriam todas indicar as mesmas oportunidades e com prognósticos de ganhos semelhantes? Em qual das Corretoras devo acreditar se todos tem palpites diferentes?

Como existe enorme disparidade nos palpites e ainda uma contínua alteração de indicações das empresas propostas, de semana para semana, acabo confuso e desorientado, deixando para a semana seguinte a decisão de me valer da ajuda dos analistas das ditas Corretoras. Confuso,até hoje não segui a orientação de nenhuma delas.

Hoje dando risada da minha ingenuidade angelical de principiante, relembro quando comprei há muitos anos umas poucas ações da PAA, Pan American Airways que então era a mais importante empresa de aviação do mundo. Dois anos depois faliram e eu fiquei chupando os dedos e lamentando a minha falta de sorte. Recuperei menos de 10% do valor que tinha pago pelas ações! Na época da compra pensei que iria ficar rico investindo no futuro da aviação civil, imaginando os milhões de turistas que iriam cruzar os céus do mundo. Que tremendo erro de julgamento cometi, pois quando leio os resultados das atuais empresas aéreas com ações nas bolsas (inclusive as nossas duas maiores cujos nomes vocês conhecem), concluo que praticamente todas continuam perdendo dinheiro. Provavelmente o investimento em ativos fixos e constantemente superados tecnologicamente, é a principal causa da dificuldade em ganhar dinheiro com a aviação civil.

Termino reafirmando como planejador financeiro, que posso resumir em uma única palavra o melhor dos meus palpites para hoje. Para todos que desejam ter uma probabilidade de possuir mais grana em alguma época futura e, consequentemente menos preocupações, façam uso da “D I V E R S I F I C A Ç Ã O “ em todos seus investimentos de longo prazo.

Louis Frankenberg,CFP® 01/06/2010

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Blog; www.seufuturofinanceiro.blogspot.com

E não esqueçam, divulguem meu blog para seus amigos, colegas e familiares.

Não ganho nada mas me divirto um bocado escrevendo para vocês!

O imposto que nos é imposto

Você, eu e mais 190 milhões de brasileiros pagamos impostos abusivos que até mesmo podem ser chamados de escorchantes, porém nossos governos Municipais, Estaduais e Federal não entregam aquilo que nossa Constituição de 1988 (Ver Capítulo II Art. 6º, dos Direitos Sociais,) prescreve que deveríamos receber em troca!

De maneira alguma sou contra o pagamento de impostos, mas sim contra o abuso de ter que pagar impostos crescentes ano após ano, sem que os inúmeros benefícios que, hipoteticamente, também deveríamos estar recebendo, fossem igualmente ampliados e/ou melhorados.

A realidade do que acontece hoje em dia, indica exatamente o oposto.

No dia 2 de junho último, José Serra, Governador de São Paulo, esteve presente na virada do placar eletrônico chamado “Impostômetro” da Associação Comercial de São Paulo, que atingindo um marco altamente significativo, estava instalado em lugar privilegiado da nossa cidade.

Vocês sabem o que significa a montanha de dinheiro que coletivamente já pagamos em apenas cinco meses do ano 2010? O total agora já ultrapassa o astronômico montante de R$ 500 bilhões em tributos de todas as espécies pagos pelo povo brasileiro e nem chegamos ainda a metade do ano.

Muito pouco deste dinheiro foi para a educação de nosso povo, muito pouco foi para a melhoria da saúde dessa mesma população menos favorecida (SUS etc), pouquíssimo foi para a ampliação das estradas nacionais e ruas municipais esburacadas e sem manutenção adequada, para os ajustes atrasados da aposentadoria e benefícios do INSS dos velhinhos indefesos e doentes, não falando da falta de segurança em todo o território nacional. Vou parar por aqui, pois a lista é imensa.

Observem o absurdo do que está acontecendo sem que a sociedade civil se organize e peça “mudanças já” como no passado soube tão bem pedir “impeachment já”!

Ao mesmo tempo em que ocorre a gradual perda do poder aquisitivo da nossa moeda e da tributação que incide sobre tudo que ganhamos e fazemos, as pensões e aposentadorias da maioria da população diminuem cada vez mais! Apenas aqueles que recebem um salário mínimo são contemplados com reajustes melhores pelo atual Governo.

Os responsáveis pela deterioração constante do valor aquisitivo dos cidadãos mais ricos, dos remediados e dos pobres, são os elevadíssimos impostos, contribuições, taxas, multas e outras maneiras de nos achacar, tanto Municipais, Estaduais como Federais que pagamos, 365 dias por ano, alguns perceptíveis, outros convenientemente ocultos.

E o quanto desse dinheirão arrecadado serve apenas para pagar as inchadas engrenagens burocráticas do país?

A resposta a esta indagação assustaria qualquer cidadão mais consciente e observador.

Desde o começo do Governo Lula, em 2003 os gastos com funcionalismo público dobrou de valor, ou seja, de R$ 75 bilhões passou para 151 bilhões anuais! E o quanto ganharam a mais os pensionistas e aposentados da iniciativa privada com renda acima de um salário mínimo?

Pergunto qual a serventia do “Impostômetro” se nossos líderes civis, políticos e governantes não se indignam suficientemente para finalmente proporem alterações radicais para este insustentável status quo. Conheço a resposta: interesses corporativos que seriam atingidos e falta de interesse autêntico pelo aumento do nível educacional, financeiro e de saúde física e mental da população como um todo.

Por outro lado fico imensamente feliz em ver amplamente divulgado em todas as mídias pelo Governo Federal que mais da metade da população brasileira agora já pode ser considerada como pertencente à classe média, porém constantemente indago a mim mesmo se ganhar R$ 1.200 mensalmente ( montante que representa atualmente o ganho mínimo para poder ter o privilégio de estar incluída de fato na classe “C”) é suficiente para equilibrar o orçamento mensal familiar.

Será que os atuais R$ 1.200 mensais representam uma melhora na qualidade de vida de uma família ou é apenas um valor referencial e simbólico, sem qualquer significado maior e que, de fato não contempla nem o fator inflacionário, nem a soma dos enormes tributos ocultos que pagamos ao adquirir o pão, o leite, o feijão, a luz, o transporte e outras despesas do dia a dia.

O IBPT, Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, entidade que de longa data brada aos quatro ventos que estamos sendo esmagados pelos tributos de todos os tipos e formatos, acaba de revelar (Folha de S.Paulo de 20/5/2010) que coletivamente precisamos agora trabalhar 148 dias, para pagarmos nossos impostos! São cinco meses inteirinhos de nossos ganhos que vão parar nos cofres públicos, minha gente!

Segundo o mesmo IBPT e, por favor, não tenham devido minhas revelações, um AVC ao interpretar os seguintes dados coletados por mim em diversas outras fontes:

Para a média de ganhos de nossa população como um todo (incluindo, portanto todas as classes sócio-econômicas), o percentual de tributos pagos por cada cidadão individualmente seria de 40,54% sobre seus ganhos. Este percentual calculada para o cidadão da classe “C” acima citado e cuja renda é R$ 1.200 mensais, seria o astronômico montante de R$ 486,48 por mês e que totalizariam R$ 5.837,76 anualizados!

Para mim, inexpressivo cidadão indignado, mas ainda possuindo consciência e sensibilidade, estas cifras são absolutamente inaceitáveis, mesmo que fossem um pouco exageradas!

Apenas para efeito de comparação cito o sr. Marcio Pochmann, cidadão há pouco nomeado pelo atual Governo para ser o Presidente do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e que, em 16/5/2008 (há dois anos) já plenamente atuante naquele organismo governamental, divulgou através da Folha de S.Paulo que os 10% mais pobres da população brasileira pagavam de tributos R$49,80 mensais ou seja R$ 597,60 anualizados.

Quero destacar que estes dados são de dois anos atrás. Em qual das cifras podemos confiar; nos R$ 486,48 de 2010, nos R$597,60 de 2008 ou em nenhuma das duas?

Em governos que gastam milhões em publicidade em relação aos seus próprios feitos, divulgando-os aos quatro ventos, dá para confiar?

Na qualidade de planejador financeiro não consigo imaginar que quando 85% da população brasileira não tem qualquer reserva financeira de emergência e a soma das classes sócio econômicas C,D e E representam 84,37% da nossa população, (dados do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, de Dezembro 2009, para 6 das principais metrópoles do Brasil) que eles tenham poder aquisitivo suficiente para adquirir automóveis, casas populares , eletrodomésticos viagens etc.

Para mim é evidente que algumas das pesquisas acima mencionadas não são corretas ou então essas classes populares emitam o milagre de Jesus da multiplicação dos pães ou... esqueceram de mencionar receitas e ganhos quando são indagadas pelos pesquisadores do IPEA, IBGE ou FGV.

Vamos agora analisar o pagamento de tributos pelos brasileiros em relação ao PIB do país. Em 1994/1995, com o advento do Plano Real este era de aproximadamente 28%. Em 1990 com o Plano Collor já era aproximadamente 30% do PIB e no Governo Fernando Henrique, em 1997 havia diminuído para aproximadamente 29% do PIB. No início do Governo Lula já passava novamente de 32% do PIB. Agora há poucos dias foi publicada a cifra oficial do Brasil para o ano de 2009 onde finalmente alcançamos o recorde de 34,28% do PIB, ( considerando-se também que no ano de 2009 o IBGE havia ajustado este índice oficial para baixa ao refazer seus próprios cálculos...)

Observando os dados acima, verificamos que partimos no Plano Real em 1994 com 28% do PIB e agora estamos alcançando os 34,28% do PIB. Um injustificado aumento acima de índices que já eram muito elevados.

Seria possível concluir ao considerar-se 34,28% em relação ao PIB, que a soma dos tributos que pagamos são apenas meros percentuais desprovidos de importância?

Definitivamente minha resposta é NÃO! Os tributos apontam constantemente seu viés para cima!

Países como Dinamarca, Suécia, França, Alemanha, Espanha e Reino Unido têm um percentual de tributos maior que o nosso, porém oferecem saúde, educação, bem estar na velhice e segurança para seus cidadãos bem mais efetiva que aqui entre nós.

Não querendo me aprofundar ainda mais na questão (e vontade não me falta), e considerando que pessoas bem informadas igualmente o sabem, aqueles mesmos benefícios e serviços citados antes e solenemente embutidos na nossa Constituição, também são sagrados e observados naqueles países.

E quais são as conseqüências desta distorção em nosso próprio país? Infelizmente temos de procurar um apimentado plano de seguro saúde privado, uma educação mais completa para nossos filhos em escolas particulares, um plano de aposentadoria complementar que sacrifica nosso bem estar presente e, além disso, uma pseudo-segurança fora das esferas oficiais, mas que geralmente continua sendo precária e parcial.

Infelizmente, aqueles que não têm capacidade financeira suficiente para suportar este surrealista duplo pagamento (através dos tributos e novamente por fora) e que representam a absoluta maioria dos 190 milhões de brasileiros, sabem muito bem quais são os dissabores e sacrifícios pelos quais passam durante todas as suas vidas.

Que seria viável pagar menos tributos em nosso país não tenho dúvida, pois em países mais adiantados como Canadá, Austrália, Estados Unidos e Japão o quociente PIB/tributos oscila entre 33,3% e 27,9%!

Mesmo em países em desenvolvimento semelhantes ao nosso como Argentina o quociente é 24,5% , México, 24,5% e Índia, 18,8%.

Entretanto, sabendo como funcionam as coisas em nosso país, sei que uma simples reforma tributária como há anos vem sendo aventada, abrangendo toda a estrutura fiscal dos Municípios, Estados e Federação, não terá a mínima possibilidade de sucesso, pois certamente iremos trocar seis por meia dúzia e a totalidade dos tributos não irá baixar como deveria acontecer com a atual e pesadíssima máquina governamental que coletivamente temos de sustentar.

Acredito sim, que um belo dia e que ainda não chegou, teremos que decidir e ter a suprema coragem em desmontar até 50% dessa imensa maquina burocrática, tanto do poder Executivo, como do Legislativo e Judiciário, para podermos avançar e progredir e, de fato nos orgulhar como sendo país plenamente desenvolvido e nos sentirmos cidadãos satisfeitos e orgulhosos.

Talento e qualidades temos muitos. Falta apenas a coragem para implantar as tão faladas e nunca efetuadas mudanças e transformações.

A meu ver essa revolução ética, moral, fiscal e administrativo que vamos precisar efetuar é totalmente viável nessa incrível idade da tecnologia e da informação, concomitantemente com o advento, desenvolvimento e avanços da Internet.

Nós cidadãos pessoas físicas e jurídicas há algum tempo já somos de fato responsáveis pelo envio de todas as informações e recursos financeiros diretamente para os organismos governamentais responsáveis.

Hoje em dia eles recebem nossos tributos sentados confortavelmente em suas poltronas, precisam apenas mexendo a mão no mouse para encontrar nossos nomes, atividade e demais informações.

Na tela verificam que os nossos impostos já se encontram disponíveis. Pior, quando não estão satisfeitos, nos mandam eletronicamente uma intimação e aí então precisamos provar que somos inocentes...

Louis Frankenberg,CFP® S.Paulo 01/07/2010

Planejador financeiro independente e também diretor da ANEFAC e sócio do site financeiro WWW.financenter.com.br.

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