segunda-feira, 14 de março de 2011

Confirmado; o ser humano não pode prever o dia de amanhã!


Acabamos de assistir em toda a sua terrível grandeza a mais uma prova da nossa completa ignorância quando se trata de prever (e se precaver) de acontecimentos futuros.  
O devastador terremoto no Japão seguido do assassino e traiçoeiro Tsunami continua repercutindo em nossos televisores e outros meios de comunicação, constrangendo nossa sensibilidade para o enorme sofrimento do povo japonês.
Este ignorante planejador financeiro há muitíssimos anos vem martelando e alertando seus clientes e leitores de que nenhuma regra, lei, teoria ou prática ainda tem a capacidade de prever o que pode ocorrer nem nas próximas 24 horas  na economia de um país, nas finanças de algum segmento industrial ou comercial,  na imprevisibilidade  e estupidez de determinados governos egoístas e muito menos dos catastróficos fenômenos da natureza.
O mesmo ocorre conosco seres humanos, que achamos que nossa inteligência, lógica, intuição, sabedoria ou educação  nos pode livrar de acidentes, doenças  ou mesmo da morte prematura.
Há inúmeros anos acompanho os brilhantes textos de famosos economistas, financistas, cronistas e jornalistas, em cinco línguas diferentes e, invariavelmente após a leitura de seus memoráveis textos concluo que  alguns deles  certamente são próximos de geniais  e tento guardar suas preciosas  mensagens de sapiência na minha memória.
Acontece que em determinados momentos da história  todos eles estão com a razão e podem até, como acontece às vezes, por pura coincidência, acertar em seus diagnósticos e previsões, para em um segundo momento,   certas ocorrências não previstas, levarem de roldão  suas fantásticas teorias e até mesmo conclusões, tal como aconteceu neste  ultimo  terremoto seguido do Tsunami  no Japão.
Continua vivo na minha lembrança que meses ou até um ano  antes da crise econômica e financeira que afetou o mundo em 2008, algumas vezes eu deparava com matérias escritas  no The Economist, textos lidos pela Internet ou no original, em jornais de vanguarda da Europa ou Estados Unidos e que vaticinavam que a especulação e ganância de certos grupos que fabricavam produtos ditos “estruturados”, certamente iriam causar problemas futuros...
Não seria portanto, por falta de aviso prévio de alguns esclarecidos e não comprometidos “outsiders”, que alguns dos maiores bancos internacionais quase faliram em 2008 e hoje o ranking  dos mesmos é completamente distante dos anos pré crise...
Não é igualmente por nada que volta e meia surgem   novos Madoff  e outros malfeitores que enganam investidores incautos com seus esquemas criminosos que,  organismos de controle e fiscalização que tinham o dever e deveriam prevenir que atuassem impunemente, mas nem mesmo detectaram  indícios de procedimentos menos dignos...
Penso com meus botões de qual será a razão para que nenhum dos dirigentes dos tais bancos na época quase falidos e que, venderam títulos ao público investidor de no mínimo qualidade dúbia, até agora não sofreram punição igual ao Madoff !
Não é por nada que faz 30 anos os Estados Unidos eram os senhores absolutos  do poder econômico-industrial e agora já se sentem ameaçados pela China em sua supremacia.
Não é por nada que no meu tempo de estudante a gigantesca empresa industrial General Motors era a maior de todas em capital, faturamento e lucro (e era até denominada como sendo a empresa das viúvas, pois o rendimento que proporcionava aos seus acionistas era quase garantido) e hoje  são amplamente superados por empresas  de tecnologia  da informação como Microsoft, Apple e Google (e provavelmente amanhã serão outras com nomes chineses, indianos e quem sabe até brasileiras).
Gente, aqui em nosso país, mas também lá fora, ainda somos demasiadamente dependentes de fatores  que nada tem a ver com lógica e conhecimento.  Acordam para esta realidade e mudem de atitude!
Estupidamente, continuamos olhando individualmente onde investe nosso vizinho, qual a marca de carro em que ele anda, como se veste e quão bem sucedido ele é para em seguida imitá-lo!
A maioria de nos ainda não descobriu que somos  diferentes uns dos outros. Está provado, somos 7 bilhões de seres humanos, física e  intelectualmente distintos entre si.
De maneira bem resumida e democrática divido com vocês a minha própria teoria a respeito da imprevisibilidade de qualquer assunto ou fenômeno que quisermos conhecer melhor (mas como todas as outras teorias, não  leve  esta minha muito a sério).
Tem o seguinte enunciado e explicação e, por favor, me dê o devido crédito ao passá-la adiante, caso concordem, e esqueçam  que o  autor sou eu caso acharem que não tem qualquer valor. Vamos lá;
Considere para fins práticos de que em qualquer investimento ou mesmo qualquer ocorrência em nossas próprias vidas existem pró forma 1.000 fatores   diferentes que lhes são próprias e que possam influenciá-los.  
Segundo essa minha teoria talvez possamos detectar ou lembrar 100  desses  fatores, mas sempre existirão 900  que não iremos  considerar ou que não possamos imaginar que possam ocorrer.
Em outras palavras, são as tais de incógnitas, misteriosos fatores que mudam resultados e  que na maioria das vezes vão ser determinantes  para um final feliz ou infeliz de nossa opção ou investimento no qual depositamos tanta fé.
Pela lei das  probabilidades  estaremos   dependendo muito mais daqueles 900 fatores desconhecidos. Para ser exato nove vezes mais. 
Vou terminar este controvertido  tema citando  o livro de Nassim Nicholas Taleb chamado “A lógica do Cisne negro”. Este inteligente  autor nascido no Líbano e que já foi um experimentado operador  de derivativos  de sua própria empresa em Wall Street, demonstra brilhantemente que jamais podemos confiar  inteiramente naquilo que conhecemos e de que sempre podem ocorrer Cisnes Negros, quando a humanidade imagina que  somente   existem Cisnes Brancos que  podem influenciar resultados.
Um conselho aos leitores do meu Blog; jamais se deixem influenciar completamente por determinada ação de  qualquer empresa.
Por mais que dê vontade  de aplicar todo (ou grande parte) do seu dinheiro  naquele investimento maravilhoso que lhe deu 10% de rendimento por cinco anos consecutivos, quando todos os do mesmo segmento ofereciam apenas 5%, contenha-se, pois V. não sabe se não está se metendo com um potencial Madoff ou  Cisne Negro! Estão aí diversas empresas gigantescas internacionais que mais tarde caíram do seu pedestal que não me deixam mentir.
Este conselho vale para tudo na vida e não somente para investimentos.   
D IV E R S I F I Q U E  S E M P R E  É  
M E U  C O N SE LH O !

Louis Frankenberg,CFP® – 14 de março de 2011

Não me considero guru ou coisa semelhante... mas por pura coincidência abordei  assunto semelhante neste meu blog de 2 de fevereiro de 2011 e portanto anteriormente aos últimos acontecimentos no Japão.
Reveja a crônica denominado; Quanto vale dormir em relativa paz quanto aos nossos investimentos”.    



 

Um comentário:

Anônimo disse...

9-5-2011
Bom dia Sr. Frankenberg,
Hoje ganhei o dia (mais importante de graça).
Li sua materia sobre como irei me encontrar quando pendurar minhas chuteiras.
Acredito que por ser capricorniano nasci pensando nisto, quando irei me aposentar e como irei me aposentar.
E sua materia respondeu a todas minhas duvidas; duvidas estas que sempre pensei que o meu dinheiro chegará ate la junto comigo?
Gostei muito dos seus calculos e realmente fiz os meus e é a mais pura realidade:
Se quer ter qualidade de vida economize desde a maternidade, quando voce nasce, senão é certo, que irá passar necessidades.
Sou um caso igual ao citado no seu, trabalhei em multinacional em cargo elevado e tenho amigos hoje mais velhos que eu, que realmente vivem da aposentadoria do governo. Isto me tortura, pois tenho 45 anos e como você diz tenho pelo menos mais 40 pela frente.
A realidade das previdências confirma o que eu sempre digo quando vem me oferecer algum plano, quantos planos precisa vender para cobrir sua quota no seu banco ? pois a realidade que eles mostram e só uma poupança "gorda" mas em 15, 20 anos o que será que irá sobrar?
Agradeço por sua matéria que me deixou mais aliviado e agora sei que estou no caminho certo.
Teremos até um dia das mães mais "exagerado".
Forte abraço,
M.R.S.
Curitiba/Pr.