Louis Frankenberg, CFP® 02-04-2015
Um adágio que a maioria de nos conhece e exalta é ”ter saúde é o máximo que o ser humano pode almejar”, mas algum cínico (absolutamente correto em seu deboche) posteriormente emendou para “a suprema felicidade é ter saúde com dinheiro”.
A vida, entretanto, é bem mais complexa do que nos apoiarmos apenas em adágios simplistas para sermos felizes.
Não discordo do acréscimo mencionado acima, pois sou prova do fato de não ter dinheiro quando se deseja usufruir de uma merecida aposentadoria gera em algum momento bastante angústia para pessoas imediatistas e imprevidentes.
Posso confirmar o dito pela quantidade de homens e mulheres que me procuraram no decorrer dos anos para saberem qual seria a melhor maneira de fugirem da velhice pobres e desamparadas.
Acompanhando a evolução das finanças de muitas famílias em nosso país, desde que me tornei profissional deste segmento denominado “educação e planejamento financeiro” e acompanhando igualmente de perto as conhecidas deficiências do Estado Brasileiro no que tange oferecer igualmente condições financeiras e de saúde justas e dignas à maioria de seus cidadãos mais idosos, resolvi hoje abordar este tema, mas não batendo pesado mas apenas sinalizando como sinal de perigo futuro.
A finalidade desta minha intervenção é alertar a todos que se preocupam com o porvir que, muito provavelmente, deverão assumir sozinhos a imensa tarefa de viver saudáveis e cuidar de jamais se tornarem completamente dependentes de familiares ou de governos irresponsáveis.
É possível encontrar em nossa sociedade executivos de pequenas, médias e grandes corporações e também profissionais liberais independentes imaginando que, posição social, cargo ocupado ou função de destaque devem ser seus objetivos prioritários para se tornarem homens e mulheres bem sucedidos. Nada mais ilusório! Aliás “bem sucedidos” para mim tem diferente conotação que para uma porção de gente que conheço.
O passar dos anos nos ensinam amargas e, as vezes, custosas lições, que desmentem completamente esta maneira de encarar obstáculos naturais que a vida geralmente nos prepara.
Em algum momento, pessoas com crenças e atitudes menos altruístas e mais focadas em si mesmas, caem do pedestal. Por que será?
Porque episódios completamente diferentes e jamais imaginados por elas costumam acontecer e nos farão refletir que determinados valores que havíamos adotados como tipicamente nossos e, nem sempre racionais, serão menos importantes que outros comprovadamente bem mais relevantes.
O longo ciclo de vida que se inicia na nossa juventude e nos acompanha até a velhice normalmente não possuí mecanismos automáticos que possam conduzir nosso cérebro a raciocinar em situações adversas e não previstas.
Infelizmente acidentes de percurso e imprevistos não acontecem somente aos outros...
Confirmando esta intrínseca condição, modernos estudos da Psicologia que envolvem o comportamento humano, dão muito maior ênfase aos nossos sonhos e objetivos do que na maneira de como poderíamos enfrentar melhor eventuais percalços.
A minha experiência de vida, somada a da profissão de planejador financeiro, portanto, lidando há inúmeros anos com meus próprios percalços financeiros e dos outros, me fornecem respostas suficientemente comprobatórias para confirmar e destacar a importância destas descobertas científicas.
É uma pena que é apenas quando alcançamos a meia idade ou ainda mais tarde, damo-nos conta que alguns valores universalmente celebrados e aos quais anteriormente talvez déssemos menor importância ou até desprezávamos, deveriam ter sido melhor apreciados e levados em conta em nossas ações e atitudes.
Vou citar apenas alguns desses valores que pessoalmente considero extremamente importantes.
Esses valores são tão fundamentais quando transmitidos entre seres humanos, que até podemos expressá-los por apenas um único vocábulo!
E não se esqueçam de transmiti-los aos seus filhos desde tenra idade e vocês pais, servir-lhes igualmente como modelo a ser seguido.
Vejamos quais são alguns desses poderosos propulsores das relações humanas que geram bom entendimento para com nossos familiares e não familiares;
“Felicidade”, “Saúde”, “amizade”, “família”, “amor”, “ética”, “compreensão” “perdão”, “sinceridade”, “sabedoria”, “lealdade”, ”cooperação” etc.
Como profissional financeiro tenho o sagrado dever de acrescentar às preciosidades acima destacadas que cada cidadão tenha também suas “finanças em ordem”.
Enquanto “dinheiro” é igualmente um único vocábulo, prefiro sempre me referir ao mesmo como apenas uma maneira inteligente e racional de atingir sonhos e metas. Porém, aviso aos navegantes, jamais deveria tonar-se a meta ou objetivo em si.
No entanto, quando tomamos conhecimento das tristes e precárias condições de vida da absoluta maioria da humanidade, portanto também aqui em nosso país, tenho por obrigação moral e profissional em adicionar uma definição a mais neste final de crônica.
A conquista da independência financeira está limitada a talvez um período de no máximo 30 anos de vida da média da população brasileira.
Não postergue, portanto sua decisão de cuidar da melhor maneira possível de suas finanças e patrimônio.
Abraço amigo.
Louis Frankenberg, CFP® 02-04-2.015
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