Louis Frankenberg, CFP® 27-08-2014
Todos aqueles que estão
plenamente convencidos da importância de criarem e manterem reservas
financeiras para as épocas de chuvas e trovoadas e até das longas e verdadeiras
tempestades que podem ocorrer em nossas vidas, deveriam, hipoteticamente, ter
absoluta confiança nas empresas gestoras de investimentos e também nas entidades
independentes de “rating”, na defesa dos interesses de investidores e, não
esquecendo, nas boas intenções de governos de países civilizados, depositários
de suadas poupanças.
Em outras palavras, falamos em
“depositar absoluta confiança e sem medo” em grupos financeiros privados e
estatais, entidades de avaliação de conceitos e dos próprios governos
garantidores da idoneidade das instituições financeiras.
Mas qual a garantia existente
de que em algum momento desta complica equação, alguma dessas instituições não
irá falhar fragorosamente com suas promessas
de idoneidade?
NENHUMA!
É sobejamente conhecido por
todos, o pressuposto de que riscos sempre existirão. Todas as instituições
financeiras, sem exceção, estão sempre nos prometendo juros, dividendos e nosso
capital original devolvido, porém simultaneamente realçando que resultados
passados não são nenhuma garantia futura...
Enquanto gastam enorme
quantidade de tinta (e publicidade) em apregoar seus resultados, apenas em uma
linha do rodapé, preferencialmente em letra bem miúda, nos afirmam que não serão
responsáveis por eventuais erros, falhas ou promessas não cumpridas...
Este calejado planejador
financeiro, em razão de sempre ter sido um desconfiado, cético e muito cauteloso
divulgador de eventuais e positivos resultados futuros e, durante toda a sua
vida, ter tentado se aprofundar nos mínimos detalhes de cada inversão e, da
idoneidade, tradição e ética dos gestores responsáveis, custodiantes,
autarquias de fiscalização etc. em diversas ocasiões passadas perdeu dinheiro com suas próprias
inversões!
É esta a principal e única
razão em ter adotado há aproximadamente um decênio de anos, uma forma bastante
peculiar de alertar a si mesmo e, principalmente as pessoas que lhe consultam.
Advirto-as de que existe uma
grande (talvez até enorme) probabilidade de que algum dos investimentos que fez ou
ainda fará, em algum momento futuro, se transformará em pó.
Desde o início da minha
caminhada profissional em finanças e economia, estava plenamente convencido da
importância da diversificação nas diferentes categorias de investimento
existentes, estudando os riscos inerentes de cada um deles.
Eu já tinha plena
consciência, mesmo neófito, que atrás de cada negócio, ou inversão sempre havia
uma pessoa ou grupo financeiro, absolutamente interessado em pintar um quadro o
mais positivo possível...
O que me distinguia dos demais
colegas, era algo chamado “consciência” e desejo honesto e sincero em ser
absolutamente transparente e profissional.
Ao contrário de alguns colegas que, pouco estavam preocupados com
o que ocorreria ao capital alheio (infelizmente apenas interessados nos
próprios benefícios e interesses) e, se limitavam em apregoar somente predicados
positivos e, portanto jamais citando ou nem mesmo pronunciando as palavras
“risco, “cuidados”, “diversificação”, “prudência” etc.
Por que faço tanta questão em
lhe relembrar, caro leitor, essa questão do risco e da grande probabilidade
existente de você perder tudo ou quase tudo em algum investimento atualmente
existente ou ainda por fazer futuramente?
Porque este nosso mundo que
inclusive é habitado por egoístas, malandros e também empreendedores que,
involuntariamente ou não, administram seu dinheiro de forma muito leviana.
Apenas para ilustrar este ponto de vista, saiba que neste mesmo momento,
três dos maiores gestores de fundos de investimento do mundo, ou sejam; Bank of América, City Bank e Union de Banques
Suisses, estão pagando dezenas de bilhões de dólares ao Governo Norte Americano
em razão de multas que lhes foram aplicadas por terem vendido gato por lebre
aos seus investidores. (Revista The Economist, edição 9/8/2014 –página 59).
Pela lógica e igualmente
devido outros fatores, deverias sempre relembrar que grupos financeiros maiores
e menores internacionais e (também nacionais) podem neste
mesmo momento estar cometendo semelhantes erros propositais ou não. As funestas
consequências, quem sabe, somente irás sentir quando te aposentares... e então já é demasiadamente
tarde!
Aqui, em nosso país, desde
quando comecei a atuar como consultor financeiro, e isto já fazem dezenas
de anos, inúmeros grupos bancários, securitários, de poupança, financeiros etc.
já entregaram a alma ao criador!
Muitos deles jamais foram
punidos ou devolveram o ouro roubado e, seus dirigentes, continuam vivendo nababescamente até os dias de hoje.
Meu perene conselho a todos
que se preocupam com seu futuro financeiro saudável, é de contratar sempre algum
profissional de absoluta confiança, que não tenha qualquer interesse no grupo
financeiro no qual investes tuas reservas e ele de alguma maneira estar envolvido.
Sempre faça uma análise aprofundada e sob múltiplos aspectos como rendimento real, idoneidade, segurança, aspectos fiscais, etc. possam incidir sobre suas tão importantes reservas.
Sempre faça uma análise aprofundada e sob múltiplos aspectos como rendimento real, idoneidade, segurança, aspectos fiscais, etc. possam incidir sobre suas tão importantes reservas.
Nada e ninguém lhe dará plena garantia de que jamais irá acontecer qualquer
anormalidade com seu rico dinheirinho, mas pela própria lei das probabilidades,
seu risco de perda certamente diminuirá drasticamente caso tomares algumas
providências antecipadamente!
De qualquer maneira,
lembre-se que os mais conhecidos e melhores gestores, consultores e investidores confessaram que também já
perderam dinheiro.
Você não será nenhuma exceção!
Levando tudo isto em divida conta, você deverá estar preparado para também perder em algum momento, alguma
de suas muitas transações, bem ou mal
planejadas! Um sincero abraço,
Louis Frankenberg,
CFP® 28-08-2014
De última hora no Jornal Valor de 28.8.2014
A nota de Agência
Bloomberg diz que o Royal Bank of Scotland recebeu uma multa de Libras 14,47
milhões, e os bancos Lloyds e Barclays
também estão envolvidos em más práticas contra investidores daqueles
bancos no Reino Unido, comprovando que
malandragens não somente acontecem nos Estados Unidos. Onde mais será que ocorrem?
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