A minha maneira particular de
interpretar a sempre tão almejada “sorte”.
Louis Frankenberg, CFP® 24.04.2014.
Lido há anos com as mais
diferentes maneiras de pensar de executivos e outros grupos sócio econômicos, mas continuo a me perguntar qual a razão de
tanto celeuma em torno da palavra “sorte”, já que ninguém consegue dominá-la e
muito menos influenciá-la.
Para mim e, provavelmente, para
outras tantas milhões de pessoas, a grande dúvida continua sendo; “será mesmo que ela existe para uns e é
inexistente para outros?”.
E dando continuidade às minhas inúteis
divagações, será que existe alguma poderosa e desconhecida força da natureza ou
algum ser supremo dirigindo a nos todos, sendo ele o grande responsável por
nossos êxitos e fracassos, distribuindo em doses diferenciadas o fator
sorte a seu bel prazer e vontade?
Será que esta misteriosa
entidade que, geralmente acreditamos ser de boa índole, também possa exercer
alguma influência injusta ou quem sabe até fatal sobre a nossa existência?
Há tantas maneiras diferentes de
interpretarmos essa misteriosa força, dentre as quais destaco apenas algumas de suas diferentes denominações como sendo “divina
providência”, “destino”, “desígnio”, “fatalidade”, ou “sina” (termo que
usávamos no Rio Grande do Sul da minha juventude).
Os chineses costumam
representar o símbolo representativo da sorte igualmente para designar uma
espécie de encruzilhada em nossas vidas
chamada “oportunidade”, maneira e visão com a qual eu também me identifico, como verão mais adiante.
Quem sabe, e talvez por esta
mesma razão, a palavra “sorte” ou a “falta dela” passou a ocupar um espaço
bastante relevante na minha mente e maneira de encarar o assunto, a partir da
época em que comecei a treinar centenas de jovens na arte da venda de produtos
financeiros e de investimento”.
Quero acreditar que meus leitores
também possam estar interessados na maneira como interpreto esta força tão misteriosa e difícil de definir,
com maior exatidão.
Como tudo que envolve aspectos extra
sensoriais e crenças, para poder encaixar este conceito tão etéreo na minha filosofia de vida, procurei adaptá-la
àquilo que a maioria das pessoas busca, e que se
chama “a busca incessante do sucesso” ou
ainda mais genericamente, “dar-se bem na vida”.
Desde que lembro, sendo eu um observador
curioso, que sempre se perguntava da razão pelas quais certas pessoas eram bem
sucedidas e outras não, tive a oportunidade de influir na maneira de atuar de muitos
jovens, no início de suas vidas profissionais.
Enxergava e avaliava suas
maneiras de se relacionar com outras pessoas e conseguia também perceber
aqueles entre eles que eram mais ou menos inteligentes, mais ou menos batalhadores
ou ainda aqueles mais ou menos criativos e originais.
Quando sentia que havia vontade
de aprender e desejo de progredir na vida em alguns deles, mostrava-lhes suas
deficiências e explicava como buscar melhoras e maior eficiência naquilo que
faziam.
Precisando treinar e sempre renovar
a motivação daqueles jovens, inexperientes e ansiosos intermediários, ávidos
por um lugar ao sol, passei a desenvolver minha própria teoria a respeito dos
caprichosos desígnios da “sorte”.
Muitos deles costumeiramente se
queixavam da falta de sorte ao não conseguirem convencer potenciais clientes ou
então atingir metas mínimas de venda que lhes garantissem ganhos suficientes através
das comissões de intermediação com que a empresa compensava vendas efetuadas.
Já no ato da seleção do
candidato às posições oferecidas, eu fazia
perguntas, cujas respostas me davam um razoável perfil do candidato que entrevistava e, que inúmeras
vezes, não atingiam as minhas condições
mínimas e expectativas.
Entre tantas outras, perguntava-lhe
se preferia ganhar (na moeda da época), 10.000 cruzeiros como vendedor ou 3.000
cruzeiros fixos em alguma função burocrática que eu inventava na hora. Muitos
preferiam o fixo e eu, em consequência,
os eliminava imediatamente da lista de potenciais vendedores.
A razão principal para meu veto
era que precisávamos de gente dinâmica, criativa e ambiciosa e não pessoas
acomodadas e satisfeitas com um salário fixo bem menor.
Confesso que eu mesmo, ainda
sendo muito jovem, aprendia tanto quanto aqueles outros jovens ansiosos por
vencer na vida!
Uma matéria chamada “Que a sorte esteja com você” no Jornal
“Valor” publicado no dia 8 de Abril último, me inspirou para divulgar para
vocês a essência do que entendo esteja igualmente embutida nessa questão da “sorte”
ou então “da falta dela”, queixa comum de tanta gente hoje em dia e não somente
daqueles meus subordinados dos anos 70 e posteriormente também, quando já era o
Gerente Geral de Vendas para o Brasil da Distribuidora de Valores do Banco Itaú.
Vou tentar explicar este meu
ponto de vista particular que, eventualmente,
possa influir sobre a tal da sorte ou da falta dela.
Mas quero antes comentar o
principal enfoque da matéria do jornal “Valor” mencionado e que tratava dos “títulos de capitalização” que promovem sorteios
no qual os incautos e ingênuos sempre voltam a investir apesar das advertências
feitas pelos profissionais financeiros independentes e não alinhados (e
conformados) com os “incentivos à produção” de algumas instituições financeiras
que pouco ou de nenhuma maneira se preocupam com uma
verdadeira educação financeira e
progresso patrimonial de sua clientela.
A referida forma de investir se
aproveita do anseio de pessoas sonhadoras e acomodadas que preferem ganhar na
loteria em vez de obter êxito financeiro por meio do trabalho e, dessa maneira,
conquistar o pote de outro que se encontra lá no final do arco íris...
Ainda não decidi se a razão
deste desconhecimento é apenas ilusão na eventual obtenção de ganhos
milionários ou falta mesma do conhecimento da realidade dos fatores
fundamentais da vida e da acumulação patrimonial de forma racional.
Traduzido para um português explícito,
afirmo que a sorte grande favorecerá sempre os banqueiros e gestores, que se
aproveitam da ingenuidade das pessoas para obterem lucro com um grau quase 100% de certeza, enquanto apenas um em cada milhão
de ingênuos investidores possivelmente poderá receber uma minúscula compensação, quem sabe favorecida
pelo deus da sorte!
Esse incauto investidor, movido
apenas pela fé nos sorteios realizados
pelas instituições financeiras para os
titulares de títulos de capitalização,
na verdade possui uma única certeza absoluta; estará ele próprio pagando sem o saber
pelo premio que alguém (provavelmente
não ele) irá obter algum dia.
Estará igualmente sob a
influência e dependência da infalível lei
das probabilidades.
Aproveito este meu blog para
realçar que investidor que se preze e dê valor ao seu dinheiro, deverá sempre
investir em ativos financeiros que, de nenhuma maneira possam
depender da sorte.
Mas vamos finalmente enunciar abreviadamente
a teoria que desenvolvi há tantos anos, mas que continuo achando bastante
válida para mim mesmo e agora compartilhando com vocês.
Comprovei na prática naqueles agora
longínquos anos de treinamentos e de supervisão que, toda pessoa é portadora de
três componentes essenciais que fazem dela o ser único e especial que se
apresenta perante o mundo exterior como indivíduo diferenciado de todos os
outros na face da Terra.
Cada pessoa que se preza deveria analisar quais são estas suas características
que nos diferenciam, de acordo com seu próprio juízo, incluindo tanto os traços
característicos mais positivos que possuí, mas também aqueles mais negativos
(!), portanto auto avaliando-se de maneira absolutamente honesta, não tentando
enganar-se a si mesmo.
Fiquem sabendo que nada melhor
para se auto conhecer, do que fazer um aprofundado estudo de si mesmo para
entender quais são nossos próprios dons e características da personalidade e
maneiras de ser.
São os fatores positivos que
deveremos aperfeiçoar ainda mais, enquanto opostamente, nossos traços mais
débeis ou ineficientes, reavaliar a medida do possível.
As características mais controvertidos ( portanto negativas) deveriam
ser revolvidas e analisadas com muita
atenção, e quando de suas descobertas, melhoradas.
De qualquer maneira, acredito
que a herança genética também desempenha um papel fundamental e proeminente em
nossos vidas. Por essa razão alguns de nossos traços mais negativos são tão
difíceis de serem modificados.
Vamos finalmente depois de
todos estes preparativos, expor minha teoria.
O 1º componente é esta
habilidade, que eu denominaria de “mental”,
inteligência, racionalidade, lógica ou outro qualquer aspecto relacionado com
as múltiplas funções do cérebro, órgão
este tão espetacular que possuímos, mas que nem todos utilizam como deveriam em
todo seu potencial e capacidade de promover saúde, felicidade e qualidades
profissionais.
O 2º componente, eu o
denominaria de “pernas”, para
deslocar-se ou seja, a disposição para trabalhar e não ser preguiçoso ou
acomodado, ao de batalhar sempre e não se dar por vencido, a de estar constantemente disposto para o aproveitamento das
enormes oportunidades que surgem e que exigem nossas mudanças de rumo, permanentemente.
O 3° componente é a
capacidade de “administração”,
(organizar-se) ou quem sabe tratando-se de qualificação especial na coleta de
dados e informações essenciais que ajudam a pessoa a divulgar ou vender seu
próprio “peixe” (hoje em dia tão mais facilitado pelo advento do computador,
que seleciona, separa e guarda com perfeição milhares de dados distintos).
Muito bem, cada um de nós
certamente possui alguma destas três diferentes características ou fatores em
maior ou menor dosagem. E é aí que se concentra a minha teoria. Ela exige que
você amplifica (e tente usar e realçar) ao máximo este seu dom mais positivo
que possui.
Cabe agora a você mesmo dar um
percentual a cada uma destas suas características, que podem variar de 10% a
90%. ( e com toda a isenção e honestidade possível)!Lembre-se que você não pode
e deve enganar a si mesmo!
Se, por exemplo, você for um
indivíduo preguiçoso, mas se considera muitíssimo inteligente, mas não tem
pendores para administrar seu negócio poderia fazer a seguinte tabulação;
Inteligência 60% - Pernas 10% e Administração 20%.
Caso você se considera um
batalhador, jamais tendo preguiça e simultaneamente seja um razoável
administrador e organizador, mas de pouca imaginação ou de ideias luminosas e,
quem sabe considerando-se menos inteligente que pessoas brilhantes que conhece,
poderia se auto tabular da seguinte maneira; mental 15% - pernas 40% e
Administração 35%.
E finalmente em cima destas
características ou fatores de cada um de nós e cuja soma deveriam sempre somar
90%, eu incluiria os 10% restantes para este abstrato conceito denominado como
sendo “sorte”.
Amarrando esta teoria, portanto
minha interpretação, ao descrito acima eu diria que, muitas vezes, determinamos
nos mesmos a tendência da sorte e ela certamente terá maior ou menor influência
em nossas vidas, de acordo com a direção que impulsionamos às nossas
vidas.
Resumindo; faça o máximo de
aproveitamento possível de suas melhores características e dons e provavelmente
você terá maiores probabilidades de êxito na vida.
E concluindo, “A sorte existe sim, mas só para aqueles que
a buscam freneticamente através de por em prática suas melhores qualificações,
ideias, energias e atos”.
São Paulo, 24 de Abril de 2014
Louis Frankenberg,CFP®
Caro leitor; Peço sua
paciência, pois estarei ausente durante
todo o mês de Maio, voltando a escrever
um novo “post” no blog a partir de 10 de Junho de 2014. Vamos torcer por nossa
seleção a partir de 12 de Junho! Forte abraço, Louis
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