Nosso público investidor mais
jovem e inexperiente geralmente fica inebriado por algumas ofertas que “não se pode perder”.
Não se dão de conta que
profissionais de marketing e outras especialidades fizeram todo o possível para
incrementar os aspectos positivos da empresa envolvida, aplicando todos os
cosméticos imagináveis para minimizar ou fazendo desaparecer o negativo ou duvidoso...
Eu jamais adquiri um modelo
novo de carro nacional antes de terem decorridos de um a dois anos de observação
no dia a dia e ter conversado com motoristas de taxi e donos de oficinas
mecânicas e conhecer a opinião deles a respeito do modelo.
O mesmo procedimento utilizo
para entrar num IPO. Tenho muito respeito pelo ditado de que a pressa é inimiga
da perfeição. Geralmente não me arrependo deste procedimento nada ortodoxo,
porém muito eficiente.
Sou profissional de longa data
e já vi de tudo em nosso próprio mercado e no resto do mundo em matéria de
mercado acionário.
A prova maior desta minha
forma de pensar é o fato de ter constatado que muitas empresas lançadas nos últimos
tempos não resistem à realidade da economia e dentro de pouco tempo
são cotadas abaixo do preço inicial da oferta pública.
Sem querer colocar todos os
IPO’s numa mesma cesta e não desejando identificar qualquer empresa em particular,
desconfio que algumas delas somente se lançam no mercado para ludibriar os
incautos e ampliar seu capital a custa de um público desinformado e atiçado por
campanhas inteligentes de marketing e propaganda pela mídia.
É óbvio que atrás dessas
empresas se encontram acionistas majoritários que dessa maneira ampliam seu
patrimônio financeiro a quase nenhum custo.
Pouco ligam que suas ações originais pós IPO se desvalorizaram 50% ou mais no
IBovespa, pois de qualquer forma tem conhecimento perfeito do estado verdadeiro de
suas empresas e a esta altura estão aplicando seus gigantescos lucros em outro
negócio.
Obrigado jornal Valor
Econômico de 11 de Julho último por me ter dado a ideia em escrever a respeito.
Gestores
de recursos alheios e o nosso futuro
Este planejador financeiro já
viu de tudo e por esta razão geralmente encara com bastante senso de humor e
pitadas de ceticismo quando enxerga listagens feitas no qual são identificados os
maiores (ou melhores) gestores de investimentos de recursos alheios. Será que é
um bom negócio? Claro que é para eles!
Basta você não gerir de qualquer maneira o
dinheiro dos outros e pensar egoisticamente . A absoluta maioria dos investidores são preguiçosos e acomodados. Uma vez separado o dinheiro para as emergências, para os fundos de investimento e para os fundos de pensão para a aposentadoria, a preocupação passa para o gestor. É aí que está o erro da maioria.
Mas pessoalmente, eu me
preocupo muito em saber onde está meu dinheiro e quem ou como ele é
administrado, pois sei que a partir de certo momento da minha vida, não mais
serei capaz de gerar novos recursos e terei de conviver com a resultante de
minhas decisões anteriores, boas ou más!
Aqui em nosso país a maioria
de nós ainda não se dá de conta que a soma de diversos fatores que compõe o
rendimento real e verdadeiro de nosso patrimônio financeiro nos dias atuais está
diminuindo a olhos vistos ou, na melhor das hipóteses, permanece constante.
Será que o rendimento obtido
ano a ano, antes que eu vá precisar o mesmo para viver superará o que
necessitarei mensalmente? Esta é a
grande questão que precisará ser respondido hoje para não ficarmos arrependidos
amanhã, quando será demasiadamente tarde.
É muito difícil para qualquer
pessoa conseguir imaginar-se aposentado daqui a 10, 20 ou 30 anos e
praticamente impossível conhecer o valor do acumulado em verdadeiro poder
aquisitivo do patrimônio naquela longínqua época futura.
Temos, entretanto uma pálida
ideia do que possa acontecer ao nosso dinheirinho guardado durante tanto tempo,
quando soubermos o que nos é deduzido em custos, anualmente.
São as taxas de administração,
são os impostos diretos e indiretos e mais do qualquer outro custo é a corrosão
constante da nossa moeda devido a inflação.
Infelizmente a nossa
legislação ainda não associou os custos de administração que pagamos ao fator
inflacionário e limites de impostos incidentes sobre nosso suado dinheirinho
guardado.
Perguntem à maioria de nossos aposentados
se eles tem a mesma qualidade de vida financeira que tiveram durante suas vidas
quando ainda em estavam em plena atividade produtiva e receberão como resposta; de forma alguma.
E
quais são os maiores gestores de recursos alheios do mundo?
Em 1° lugar está novamente o
UBS, Union de Banques Suisses.
Este mesmo grupo teve
problemas sérios com o Internal Revenue (Receita Federal) dos Estados Unidos,
pagando pesadas multas e devendo denunciar ao Governo norte americano o nome de
milhares de contribuintes faltosos com seus deveres de imposto de renda....
O 2º lugar pertence ao BOA,
Bank of America e depois seguem o Wells Fargo, Morgan Stanley e Credit Suisse.
Outros grupos internacionais
seguem, porém todos sentiram o impacto da crise financeira do ano 2.008 em consequência
da qual o fortíssimo grupo Merril Lynch foi incorporado pelo Bank of America.
Há tantos anos sendo consultor
de finanças me fizeram acreditar que nomes famosos e constantemente citados
pela imprensa não tem significado algum. Cometem erros iguais aos menores gestores ou a você mesmo que administra seus miseráveis milhares...
Tamanho não é documento e
sempre achei que o próprio investidor, imbuído da intenção de supervisionar
pessoalmente seu patrimônio, guiado por profissionais honestos em todos os sentidos, fariam um
trabalho bem melhor.
Aqui em nosso país onde também
existem grupos financeiros de porte, também jamais devemos nos entregar
completamente aos gestores de nossos recursos.
Não desejo em nenhum momento
denigrir qualquer grupo financeiro local, mas acredito que algumas vezes a
pressão exercida para que um investidor mude sua carteira de investimentos é
feita unicamente para proporcionar algum rendimento adicional para o gestor.
Interesses ocultos que
raramente são explicados com absoluta convicção e sinceridade, são algumas vezes utilizadas
apenas para a obtenção de algum ganho adicional.
O exercício de administrar
dinamicamente e ao menor custo possível uma carteira deve ser efetuado pelo
gestor dentro do âmbito daquilo que administra e não pela troca de produto A
por produto B.
Um abraço e até o próximo
Blog!
Louis
Frankenberg,CFP® - 15-07-2013
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