segunda-feira, 15 de julho de 2013

Notas econômicas e financeiras brevemente comentadas por mim


 
Louis Frankenberg, CFP® 15-07-2013.

 IPO’s - Initial Public Offerings

Nosso público investidor mais jovem e inexperiente geralmente fica inebriado por algumas ofertas que “não se pode perder”.

Não se dão de conta que profissionais de marketing e outras especialidades fizeram todo o possível para incrementar os aspectos positivos da empresa envolvida, aplicando todos os cosméticos imagináveis para minimizar ou fazendo desaparecer o negativo ou duvidoso...

Eu jamais adquiri um modelo novo de carro nacional antes de terem decorridos de um a dois anos de observação no dia a dia e ter conversado com motoristas de taxi e donos de oficinas mecânicas e conhecer a opinião deles a respeito do modelo.

O mesmo procedimento utilizo para entrar num IPO. Tenho muito respeito pelo ditado de que a pressa é inimiga da perfeição. Geralmente não me arrependo deste procedimento nada ortodoxo, porém muito eficiente.

Sou profissional de longa data e já vi de tudo em nosso próprio mercado e no resto do mundo em matéria de mercado acionário.

A prova maior desta minha forma de pensar é o fato de ter constatado que muitas empresas lançadas nos últimos tempos não resistem   à realidade da economia e dentro de pouco tempo são cotadas abaixo do preço inicial da oferta pública.

Sem querer colocar todos os IPO’s numa mesma cesta e não desejando identificar qualquer empresa em particular, desconfio que algumas delas somente se lançam no mercado para ludibriar os incautos e ampliar seu capital a custa de um público desinformado e atiçado por campanhas inteligentes de marketing e propaganda pela mídia.

É óbvio que atrás dessas empresas se encontram acionistas majoritários que dessa maneira ampliam seu patrimônio financeiro a quase nenhum custo.  Pouco ligam que suas ações originais pós IPO se desvalorizaram 50% ou mais no IBovespa, pois de qualquer forma tem conhecimento perfeito do estado verdadeiro de suas empresas e a esta altura estão aplicando seus gigantescos lucros em outro negócio.

Obrigado jornal Valor Econômico de 11 de Julho último por me ter dado a ideia em escrever a respeito.

Gestores de recursos alheios e o nosso futuro

Este planejador financeiro já viu de tudo e por esta razão geralmente encara com bastante senso de humor e pitadas de ceticismo quando enxerga listagens feitas no qual são identificados os maiores (ou melhores) gestores de investimentos de recursos alheios. Será que é um bom negócio? Claro que é para eles!
Basta você não gerir de qualquer maneira o dinheiro dos outros e  pensar egoisticamente .
A absoluta maioria dos investidores são preguiçosos e acomodados. Uma vez separado o dinheiro para as emergências, para os fundos de investimento e para os fundos de pensão para a aposentadoria, a preocupação passa para o gestor. É aí que está o erro da maioria.

Mas pessoalmente, eu me preocupo muito em saber onde está meu dinheiro e quem ou como ele é administrado, pois sei que a partir de certo momento da minha vida, não mais serei capaz de gerar novos recursos e terei de conviver com a resultante de minhas decisões anteriores, boas ou más!

Aqui em nosso país a maioria de nós ainda não se dá de conta que a soma de diversos fatores que compõe o rendimento real e verdadeiro de nosso patrimônio financeiro nos dias atuais está diminuindo a olhos vistos ou, na melhor das hipóteses, permanece constante.

Será que o rendimento obtido ano a ano, antes que eu vá precisar o mesmo para viver superará o que necessitarei mensalmente?  Esta é a grande questão que precisará ser respondido hoje para não ficarmos arrependidos amanhã, quando será demasiadamente tarde.

É muito difícil para qualquer pessoa conseguir imaginar-se aposentado daqui a 10, 20 ou 30 anos e praticamente impossível conhecer o valor do acumulado em verdadeiro poder aquisitivo do patrimônio naquela longínqua época futura.

Temos, entretanto uma pálida ideia do que possa acontecer ao nosso dinheirinho guardado durante tanto tempo, quando soubermos o que nos é deduzido em custos, anualmente.

São as taxas de administração, são os impostos diretos e indiretos e mais do qualquer outro custo é a corrosão constante da nossa moeda devido a inflação.

Infelizmente a nossa legislação ainda não associou os custos de administração que pagamos ao fator inflacionário e limites de impostos incidentes sobre nosso suado dinheirinho guardado.

Perguntem à maioria de nossos aposentados se eles tem a mesma qualidade de vida financeira que tiveram durante suas vidas quando ainda em estavam em plena atividade produtiva e receberão como resposta; de forma alguma.

E quais são os maiores gestores de recursos alheios do mundo?

Em 1° lugar está novamente o UBS, Union de Banques Suisses.
Este mesmo grupo teve problemas sérios com o Internal Revenue (Receita Federal) dos Estados Unidos, pagando pesadas multas e devendo denunciar ao Governo norte americano o nome de milhares de contribuintes faltosos com seus deveres de imposto de renda....

O 2º lugar pertence ao BOA, Bank of America e depois seguem o Wells Fargo, Morgan Stanley e Credit Suisse.

Outros grupos internacionais seguem, porém todos sentiram o impacto da crise financeira do ano 2.008 em consequência da qual o fortíssimo grupo Merril Lynch foi incorporado pelo Bank of America.

Há tantos anos sendo consultor de finanças me fizeram acreditar que nomes famosos e constantemente citados pela imprensa não tem significado algum. Cometem erros iguais aos menores gestores ou a você mesmo que administra  seus miseráveis milhares...

Tamanho não é documento e sempre achei que o próprio investidor, imbuído da intenção de supervisionar pessoalmente seu patrimônio, guiado por profissionais honestos em todos os sentidos, fariam um trabalho bem melhor.

Aqui em nosso país onde também existem grupos financeiros de porte,  também jamais devemos nos entregar completamente aos gestores de nossos recursos.

Não desejo em nenhum momento denigrir qualquer grupo financeiro local, mas acredito que algumas vezes a pressão exercida para que um investidor mude sua carteira de investimentos é feita unicamente para proporcionar algum rendimento adicional para o gestor.

Interesses ocultos que raramente são explicados com absoluta convicção e sinceridade, são algumas vezes utilizadas apenas para a obtenção de algum ganho adicional.

O exercício de administrar dinamicamente e ao menor custo possível uma carteira deve ser efetuado pelo gestor dentro do âmbito daquilo que administra e não pela troca de produto A por produto B.

Um abraço e até o próximo Blog!


Louis Frankenberg,CFP® - 15-07-2013



 

 

Nenhum comentário: