Em razão daquilo que atualmente está acontecendo em nosso país e ansiando pela adoção de mudanças radicais e não simples medidas cosméticas, resolvi arrancar do esquecimento a coluna que escrevi há quase cinco anos.
Nada a ver com os acontecimentos, mas simplesmente porque não me ocorrem ideias novas.espero que possam aproveitar a mensagem nela contida.
ainda não resolvi se vou simplesmente desistir de publicar este blog ou continuá-la.
sou imensamente Agradecido pelas palavras de incentivo e apelos que tenho recebido de alguns de voce, caros amigos leitores.
Quando tudo parece negro ou nebuloso, resta sempre a esperança de dias melhores!
Louis Frankenberg,CFP - 20-03-2016
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Esqueço as turbulências financeiras do momento, preferindo falar um pouco sobre valores que me acompanham há tempos.
Louis
Frankenberg,CFP® 12-08-2011
Esta crônica foi um pouco inspirada na matéria recém lida na
edição de 30 de Julho ultimo da revista “The Economist” mas também para falar
da sorte que tive (terá mesmo sido?) em
ter vaticinado uma semana antes, a
ocorrência do débâcle nas bolsas e demais mercados financeiros brasileiros e
internacionais.
Espero não ter provocado
esta crise que ainda não acabou, devido esta minha opinião! (risada)
A matéria do Economist me relembrou o meu próprio passado de
jovem idealista, imaginando viver em um mundo justo, habitado por pessoas com
princípios éticos indistrutiveis e no qual jamais uns enganassem aos outros. Infelizmente, muito cedo me
convenci que estes meus nobres pensamentos eram
pura utopia.
Nos dias de hoje sou constantemente relembrado de que vivemos em
um mundo extremamente materialista, no qual interesses mesquinhos
são predominantes.
A revista The Economist acabou de abordar um predicado que
pessoalmente sempre considerei
relevante, o de “ter mais fé e confiança em nossos semelhantes”. Mas jamais cegamente!
O assunto foi pesquisado por duas cientistas da Universidade da
Califórnia, Santa Barbara.
Elas chegaram à
conclusão de que realmente compensa
sermos honestos com as pessoas com as quais lidamos ou temos alguma forma de relacionamento.
As pesquisas efetuadas por essas profissionais, sem que eu
possua qualificação suficiente para explicar os aspectos técnicos e científicos
abordados, retrocedem a centenas de anos, iniciando-se com nossos
antepassados que ainda habitavam as cavernas...
Lidando há tantos anos com a minha própria clientela de finanças
pessoais e aconselhamento, em relação a investimentos para a formação,
manutenção e crescimento patrimonial, é óbvio que encontrei os mais
variados tipos de cabeças pensantes.
Desde os primórdios da minha vida profissional eu acreditava
sinceramente e, continuo mantendo esta
mesma convicção até os dias de hoje, que ser autêntico e absolutamente
honesto com todos no trato destas questões era muito importante para mim mesmo e, é claro,
mais ainda para a pessoa que tivesse que depositar sua confiança em meus conselhos.
Eu simplesmente não conseguia oferecer produtos ou serviços nos
quais não acreditava e isso me causou alguns problemas e também dramas de
consciencia enquanto ainda era funcionário de instituições financeiras.
Talvez tenha sido essa a razão para um belo dia, quando já me
sentia capacitado a seguir carreira
solo e, ardentemente desejar ser
independente para sempre e poder dizer livremente o que pensava a respeito de
qualquer empresa, serviço ou produto.
Mas enquanto ainda era colunista da revista Exame e Meu Dinheiro da Editora Abril durante 6 anos, tinha que
frear meus ímpetos de soltar a minha própria opinião livremente, mas
presentemente produzo o meu próprio
blog e me expresso como quero!
Ainda na Faculdade, enquanto me auto sustentava, durante o dia,
eu trabalhava como corretor de imóveis,
mas já então estava convencido de
que não desejava morrer sendo corretor de imóveis, apesar de ter ganho um bom
dinheiro naquela função e ter aprendido as primeiras lições de relacionamento
humano.
Após passar por várias etapas intermediárias, passei a vender
fundos de investimento e, lembro muito bem que muitos dos meus colegas de
empresa naquele tempo, somente estavam interessados no valor da comissão que
iriam obter, não se importando com a qualidade do produto que ofereciam e tantos outros fatores essenciais, que pessoalmente eu considerava importantes.
Eu lia muito e meu incipiente inglês me
auxiliava bastante, pois
assinava na época a revista “Time” que
me nutria de cultura geral e financeira, quando ainda havia pouca informação sobre finanças em geral e
pessoal em nosso próprio país.
Voltando à matéria publicada pelo The Economist, no qual o editor e as pesquisadoras penetram
profundamente na mente humana, vejo
confirmado quão importante foi meu
primitivo instinto de dar muito valor ao que as pessoas pensavam e diziam,
apesar de naquela época não ter qualquer conhecimento de psicologia ou da
enorme complexidade da mente humana.
Meu primeiro mentor, um senhor norte americano bastante culto, havia me
ensinado que sempre deveria primeiramente estabelecer contato pessoal com o
cliente em potencial e jamais
tentar empurrar um produto ou serviço
que desse apenas vantagens para
mim.
Internet ou e-mail é
claro, ainda não existiam, mas ele já me advertia que telefone era o maior assassino de negócios em
potencial. Eu sempre deveria tentar marcar uma 1ª reunião com cliente em potencial, em local
sossegado, onde não fosse interrompido
por telefonemas ou secretárias entrando e saindo.
Até hoje sigo este aconselhamento, pois acredito que o
contato pessoal, visual, intelectual e
profissional, traz frutos
altamente positivos para mim e para o
cliente. Você passa a conhecer muito bem o mesmo e ele a você. Ampliei minha técnica da obtenção de conhecimento profundo do cliente ao passar a
convidar o casal, quando era o caso,
para a primeira e mais importante
entrevista a respeito de entender melhor
quais eram as metas financeiras dos mesmos e em que consistiam.
Meu instinto igualmente aconselhava que a conquista de um cliente deveria ter como
objetivo manter relações com o mesmo por toda vida e não apenas para um único negócio ou pouco tempo de relacionamento.
Novamente o estudo recém publicado no The Economist reconfirma o acerto daquela minha
primeira visão de como dois seres
humanos podem interagir e obter inúmeros benefícios um do outro.
Portanto uma importante lição a ser apreendida deve ser a de que
sempre deve existir absoluta confiança entre ambos. Pode, hoje em dia ser resumido em “empatia”.
Os muitos anos passados para mim provaram que profissionalismo,
ética e honestidade de propósitos foram amplamente compensados,
pois como mero iniciante e posteriormente como gerente geral de grandes
instituições financeiras, verifiquei como outros profissionais que não compartilhavam daquela minha filosofia iam ficando pelo caminho. e eu progredindo.
Eles nunca conseguiram entender que a maioria dos clientes tem
uma espécie de sexto sentido e percebem a diferença existente quando estão sendo conduzidos para adquirir
determinado produto ou raciocínio ou quando em oposição e honestamente ,o interlocutor faz
questão de querer entender o que eles mesmos desejam para suas próprias vidas.
A conquista da confiança e fidelização para mim sempre
significaram desejar o melhor para o
cliente, mesmo ao custo de não lhe vender absolutamente nada e, eventualmente, mandá-lo para ter uma conversa com o
concorrente.
Tenho muito orgulho em poder afirmar que inúmeros clientes provenientes ainda
de dezenas de anos atrás, acabaram por
se tornarem meus melhores amigos até os dias de hoje.
Por mais que eu entendo algumas das razões dos banqueiros de
hoje que não desejarem que haja vínculos mais fortes entre seus gerentes de
relacionamento com a clientela (e conseqüentemente os transferem seguidamente
de um lugar para outro), ainda acredito que somente contatos pessoais honestos e desinteressados trazem
consigo vínculos importantes que fazem toda a diferença.
Nestes anos todos, constatei que o cliente mais abre seu coração
e igualmente sua mente em relação as suas ansiedades e objetivos, quando sente que o planejador financeiro (ou
gerente de relacionamento) com o qual troca
idéias e/ou possui traços
de personalidade coincidentes, é autenticamente interessado em seu bem estar e segurança.
Hoje em dia, através das múltiplas formas pelas quais é possível
obter informações a respeito de aplicações e investimentos, muitas vezes o
fator decisório deixa de ser racional e
lógica, pois o cliente toma sua própria decisão
através da leitura em algum jornal, de
um noticiário na TV ou mesmo quando
escuta no clube argumentos convincentes de um seu amigo.
Sinto muita pena daqueles profissionais financeiros que,
premidos pelas contingências dos altos custos envolvidos nas operações das
entidades financeiras nos quais trabalham e outros fatores, devem cumprir metas de produção e sofrem por essa
mesma razão enorme pressão, forçando conseqüentemente clientes a adquirir
produtos ou serviços às vezes inadequados.
Penso que a melhor maneira de tratar um cliente por parte de um
intermediário financeiro ainda é de pensar nele (e em sua família), como
se ainda houvesse contato e relacionamento daqui a 30
anos, quando ambos, eventualmente,
estivessem aposentados e
pudessem se encontrar e falar tranquilamente
do passado com nostalgia, alegria, e sem sentimentos negativos.
Abraço e me desculpem
pelo teor auto biográfico desta crônica! Eu precisava externar isso.
Louis
Louis Frankenberg,CFP® 12-08-2011 e agora reproduzido em 20-03-2016
e-mail;
perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com
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