Louis Frankenberg,CFP 12-02-2014
Desta vez vou me ater a dar aos meus leitores algumas diretivas de ordem
geral para que as tenham presente ao longo de suas vidas úteis e produtivas.
Não queiram jamais depender somente da opinião de formadores de opinião
que são os jornalistas que escrevem para as mídias. Tampouco devem depender daquilo que órgãos governamentais tentam divulgar.
Não devem esquecer que jornais, revistas e noticiários de rádio e TV em
geral são produzidos por jornalistas e produtores que tem por objetivo buscar
algo inédito ou sensacionalista que chame a atenção dos leitores e ouvintes.
Já fui por seis anos colunista de Exame, sei do que estou falando. O
Editor da revista volta e meia me perguntava se o assunto que escolhi para
comentar era inédito e chamaria a atenção do leitor.
A missão, natureza ou dever profissional dos jornalistas é essa mesma, mas
nem por isso vocês devem cegamente acreditar e seguir o que apregoam.
E mais, para enfatizar duplamente meu ponto de vista o seguinte; quando
alguma notícia financeira é publicada em jornal, revista ou noticiário, a mesma
já é passada e eventualmente deixou de fazer sentido em ser inédito.
Construir um patrimônio sólido que nos garanta a tranquilidade futura que
desejamos exige que saibamos o que queremos para nós mesmos e, muito
provavelmente sempre deveremos sublimar alguns outros desejos imediatos,
prioritários ou secundários e até mesmo totalmente supérfluos.
Faz parte integrante deste meu conselho ter a coragem de trocar desejos
imediatos porém prescindíveis, por projetos que tem por meta um sólido
futuro
Como somos todos seres humanos normais e pouquíssimos de nós iluminados,
portadores de visões futurísticas, desconhecemos o que nos aguarda no dia de amanhã.
Esta tática que recomendo evidentemente encerra certos riscos e não deve
agradar as mentes mais imediatistas, mas a dura verdade é que jamais saberemos por
quantos anos mais ainda estaremos por aí...
Já devo ter mencionado em algum blog anterior a este que, nossos instintos
primitivos são dez vezes mais poderosos que nossa mente “dito” racional e, por
essa razão, quase sempre preferimos gastar o dinheiro que dispomos (e que geralmente
é escasso...) em coisas que nos dão prazer imediato em vez de guardar um pouco
para aquele futuro tão distante e incerto.
Testes feitos por Psicológicos confirmam continuamente essa tendência da
mente do ser humano.
Deve ser por essa a razão que existirem tantas pessoas no mundo que
quando chegam à velhice muitas vezes passam por privações. Na maioria dos casos
ficam arrependidos de não terem sido mais previdentes, mas aí já é tarde.
Acumular reservas para os misteriosos caminhos e surpresas que nos
aguardam em nossas vidas, entretanto, para aqueles que desejam ser verdadeiramente
independentes financeiramente de filhos e governos imprudentes, é essencial.
Pessoalmente, ao contrário de tantos dos meus clientes, sempre fui do
tipo cauteloso, pois estava plenamente consciente que capital acumulado ao
longo do tempo não deveria ser perdido em razão de súbitos impulsos envolvendo riscos
incorridos acima do razoável.
Volta e meia repito a quem queira ouvir que, uma vez alcançado a idade
de 50 ou 55 anos, é praticamente impossível recuperarmos algum patrimônio
duramente conquistado que tenha sido perdido em razão de maus negócios ou investimentos.
Deveria ser objetivo automático de qualquer indivíduo ou família, guardar
ao redor de 10% do ganho líquido mensal ou anual, coisa nada simples em nosso
país. Também chamo a atenção para o fato que qualquer investimento deverá ser
cuidadosamente acompanhado e não ser deixado sem supervisão constante ou
periódica.
Em país de elevados tributos diretos e indiretos como o nosso, ceder
aproximadamente um terço dos rendimentos brutos do trabalho ao fisco Municipal,
Estadual e Federal, representa fardo por demais elevado, conhecendo-se a
deficiência dos benefícios de retorno em relação à saúde, educação, segurança e
aposentadoria.
Sugiro que prestem enorme importância ao preparo de alternativas para
não terem de depender cegamente das incumbências constitucionais assumidas pelo
Estado e jamais cumpridas.
Infelizmente, o período relativamente curto e cada vez menor que temos
para a acumulação de um razoável patrimônio financeiro, a meu ver é insuficiente
para atender a tantas questões vitais relativas às nossas vidas.
Por isso, reflita, opte conscientemente e garanta seu próprio bem estar futuro.
Inicie o quanto antes um plano racional de acumulação de reservas
financeiras diversificadas.
Dentro de alguns dias divulgarei aqui no Blog algumas revelações a
respeito da nossa Previdência Social oficial que me dão arrepios e confirmam
que os conselhos que dou não são de jogar fora, mas ao contrário, de levar
muito a sério.
Louis Frankenberg,CFP
E-mail; perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com
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