Um aconselhamento muito sincero para sua vida
Louis Frankenberg, CFP®
24.8.2012.
Apenas para
fins ilustrativos e, definitivamente sem finalidade auto promocional, reproduzo
abaixo a parte introdutório de um
diagnóstico de planejamento financeiro pessoal feito
por mim para um cliente executivo de meia idade, casado, com dois filhos.
O relatório é
resultante de duas entrevistas pessoais totalizando aproximadamente 7 horas de duração que tivemos
durante dois encontros em Junho deste ano.
Esta parte introdutória
detalha minha visão e interpretação resultantes dos desejos e objetivos expressados
pelo cliente no médio e longo prazos junto com minhas observações e conclusões.
Mas também é uma visão holística resultante de anos de observação.
O conjunto dessas
informações confidenciais sobre sua vida, incluindo documentos a respeito de fontes
de rendimento, atuais investimentos, etc. forneceram suficientes dados para interpretar
os mesmos e desenvolver esta parte introdutório e o restante das observações, sugestões
e conclusões que formaram o restante do relatório.
Identidade e
dados confidenciais estão sendo omitidos.
Prezado “X”
De acordo com o escopo da minha proposta inicial de
14/6/2012 estarei analisando e simultaneamente descrevendo meu ponto de vista
em relação aos atuais investimentos e seguros existentes, que constituem seu
patrimônio, sugerindo quando é o caso, sua simples e pura eliminação,
continuidade ou eventual ampliação.
Também estarei sugerindo alternativamente algum
novo investimento que imagino, possa ser do seu interesse para o médio e longo
prazo ressaltando, entretanto, que no mundo dinâmico dos dias de hoje, estas
mesmas alternativas podem se tornar rapidamente obsoletas, exigindo periodicamente
novas avaliações.
Também concorrem para essas eventuais alterações,
mudanças de rumo empreendidas, modificações ou acréscimos de novas fontes de
receita.
Estarei igualmente sugerindo, eventualmente, diferentes
aplicações, seguros de vida ou planos de previdência complementar a serem
adquiridas, sendo baseados no incremento patrimonial ou resultantes de
alterações de seu status atual, sempre de acordo com seu perfil, desejos e
objetivos que, passo a considerar como sendo tendente a ser conservador.
Como já dito, o relatório considera o médio e longo
prazos e igualmente o relaciona com sua atual
idade, dando peso e prioridade à sua
preocupação contínua com a família.
O escopo e avaliação para todas as minhas
considerações (mesmo que não citadas explicitamente) igualmente contemplam ocorrências
assimétricas tais como imprevistos, eventuais crises no país (e no exterior) ou
ainda acontecimentos pessoais, porém sempre tendo como motivação principal seu objetivo
básico; uma gradativa e sólida construção patrimonial, visando o bem estar
econômico-financeiro de si e da família.
O relatório levará ainda em conta a recomendação do
uso de entidades financeiras tradicionais e que, consistentemente tenham no passado
demonstrado solidez, eficácia e rentabilidade, apesar de que ninguém possa
garantir que um passado consistente irá se repetir no futuro.
Como vivemos em país onde de tempos em tempos
ocorre alguma forma de crise (aliás, nenhum país escapa hoje em dia dessa
observação), sou partidário de que sempre se considere a opção de fazer negócios
com empresas tradicional e comprovadamente sérias e desconsiderem-se aquelas
que são demasiadamente ousadas ou ainda tenham a tendência de prometer
lucratividade excessiva e de pouca probabilidade de se realizar.
A experiência de 35
anos no ramo do aconselhamento financeiro às pessoas físicas me faz recomendar
que se devesse levar a sério uma questão geralmente esquecida, de que
estatisticamente um ou mais dos investimentos ou negócios feitos por você ou
qualquer pessoa, poderá falhar completamente em seus propósitos e, por esta mesma
razão, é sumamente importante buscar-se sempre uma razoável diversificação
(pulverização de risco) de aplicações ou negócios, independente do nível de rendimento
que possa ser obtido.
Esta última questão levantada provavelmente é
bastante difícil de ser considerada como coerente, ou seja, como a mais inteligente
pela maioria dos seres humanos que, geralmente têm a tendência de assumir riscos
muito além dos admitidos como prudentes ou racionais.
Esta consideração tão importante está obtendo
ultimamente enorme visibilidade pelas observações feitas pelo Psicólogo Daniel Kahneman, prêmio Nobel
de Economia em 2.002
Se por um lado costumo sugerir diversificação, por
outro lado proponho igualmente alguma forma de concentração, significando que
não devemos nos espalhar demais, tornando a tarefa de supervisionar e administrar
o conjunto de investimentos e a eventual diversidade de instituições
financeiras, difícil de ser desempenhada na prática.
Acredito também que na forma de definir melhor e
com maior amplitude o termo “diversificação”, o aspecto investir no Brasil e no
exterior, isto é em países com economia, legislações e moedas consolidadas, muito
bem se harmoniza nestes tempos de maior globalização.
Como e aonde investir no exterior não faz parte do
escopo deste relatório, porém no devido momento poder-lhe-ei ser útil, pois faz
parte de minha expertise.
Chamo ainda a sua atenção para nunca deixar de
analisar as variadas formas e aspectos da nossa tributação (Imposto de Renda) e
sucessão cada vez mais relevantes em nosso país.
Elas podem ter significado ou peso iguais aos do
rendimento alcançado e da inflação (corrosão e poder aquisitivo da nossa
moeda).
Outro conselho que estou lhe dando é de não deixar
de periodicamente fiscalizar e conferir resultados de aplicações etc. e sempre estar
questionando gestores, exigindo respostas racionais, quando algum item controvertido
não for 100% compreendido e lógico.
Endosso por inteiro um antigo provérbio que proclama;
“O olho do
fazendeiro engorda e faz muito bem para a saúde do gado!”
O atual momento econômico e financeiro mundial, mas
igualmente o brasileiro, demonstra indubitavelmente que devemos criar um sólido
e diversificado patrimônio incluindo em seu todo itens tradicionais como “imobiliários”,
especialmente se não estivermos ligados a algum negócio comercial ou industrial
nosso, sólido e confiável que nos dê maior diversificação.
Este conselho é especialmente válido para profissionais
liberais ou autônomos, seu caso, pois na aposentadoria você terá de depender
pesadamente e quase que exclusivamente da totalidade do capital e reservas acumuladas até então.
E tenha como princípio nunca confiar cegamente
naquilo que governos e interessados da iniciativa privada queiram lhe impor
como sendo o mais adequado para si. No
fim e ao cabo ninguém é mais importante que você e sua família!
Faça portanto sempre uso de sua própria capacidade intelectual e interpretação para
defender interesses e conveniências, não deixe que
outros decidam por você!
A rentabilidade alcançada por meio de investimentos
têm diminuído enormemente neste últimos
anos (no Brasil e igualmente como exterior), significando de que existirá toda
a probabilidade de que você terá de viver, consumindo aos poucos o próprio
capital acumulado desde cedo até a época de sua aposentadoria e, se não tiver algum
negócio próprio relevante e confiável que lhe proporcione adicionalmente pro
labores e/ou dividendos suficientes. Não
posso deixar de realçar este fator relevante que geralmente não é mencionado
por planejadores financeiros.
Caso você me permite por breves momentos assumir o
papel de futurólogo ou adivinho, eu não confiaria em demasia em nosso Sistema
Oficial de Seguridade Social (INSS), e basearia minhas apostas quase que
inteiramente na gradativa acumulação de capital e rendimento investidos em empreendimentos
diversificados na iniciativa privada.
Geralmente a preocupação com o aspecto “terei
recursos suficientes quando quiser parar de trabalhar?” ocorre um pouco
mais adiante que na sua atual idade, mas mesmo assim é bom relembrá-lo que
muitos executivos preferiram se esquecer (“empurrar com a barriga ou jogar por
baixo do tapete...”) de que podem perder a empregabilidade e até mesmo a saúde
prematuramente.
Os governos e as entidades de Seguridade Social da
maioria das Nações Ocidentais já começaram a se preocupar com o novíssimo e
determinante fator denominado “longevidade”
no qual uma pessoa passa a receber uma pensão entre os 60 e 65 anos de idade, porém essa pessoa, com boa (e cada vez maior) probabilidade, irá viver até os 90 ou até 95
anos.
Formulo a
seguir a pergunta que não quer calar em mim e que é esta;
“qual a entidade ou quem será o responsável e com quais os meios financeiros esta pessoa ou casal irá se sustentar por 30 ou
mais anos após estar aposentada?”
Diversos executivos para os quais ofereci assessoria no passado,
não levaram devidamente em consideração este fator tão relevante!
Efetuar a totalidade dos investimentos e negócios sempre
em nome de um casal (duas assinaturas, ou seja, contas conjuntas do tipo “joint
accounts with individual ownership”, quando o casal vive em harmonia, é recomendado
por diversas razões práticas e legais. Não desejo aqui entrar em maiores
detalhes já que o espaço é exíguo.
Quero mais uma vez repetir o que já lhe disse
pessoalmente, de que o próprio negócio da gente (por mais bem sucedido que
seja), sempre se constituirá como sendo aquele que melhor conhecemos e no qual
obteremos a maior rentabilidade (portanto igualmente naquele em que podemos eventualmente
assumir maiores riscos) e no qual igualmente podemos depositar maior fé, mas
isto não necessariamente significa de que nele deveremos concentrar integral ou
majoritariamente o nosso patrimônio!
É neste erro que a maioria das pessoas
empreendedores e dinâmicas incorre,
acreditando que seu próprio negócio é perene e absolutamente infalível! (esta é
também outra das constatações do grande Psicólogo Daniel Kahneman).
De fato o negócio no qual investimos muito de nosso
tempo, suor e dedicação é em nossa própria visão tão superior justamente porque
nós nos dedicamos tanto ao mesmo, porém... muitas vezes declina
vertiginosamente quando outros assumem a sua direção, algumas vezes devido
doença, outras vezes devido questões fora de nosso alcance.
É extremamente saudável de vez em quando pensarmos de
que não somos super homens e super mulheres ou seja seres insubstituíveis aos
quais nada acontece!
Por fim uma racional divisão entre investimentos
imobiliários, renda fixa e renda variável é sempre muito aconselhável.
Os percentuais mais indicados para cada um desses
itens devem ser estudados individualmente e podem variar para cada pessoa
(família), circunstância ou época.
A partir deste seu razoável patrimônio
exclusivamente financeiro, e por fazer parte do grupo das pessoas de meia idade,
lhe aconselho a não ultrapassar em 10% a 15% naqueles investimentos que possam
ser considerados de elevado risco.
Quando você alcançar seus 55/60 anos de idade, a
composição dos investimentos deverá se tornar gradativamente mais conservadora,
para finalmente, aos 65/70 anos envolver menores margens de risco.
Para você especificamente, meu conselho genérico na
atualidade e dentro das condições financeiras em que se encontra, será a
seguinte divisão;
De 30 a 35% para estar aplicado em investimentos
que tenham alguma relação com a atividade imobiliária em seu próprio imóvel ou
para renda.
De 65% a 70%, deveria estar voltada para
investimentos em renda fixa e variável, incluindo a nova categoria de fundos
imobiliários, que possam oferecer renda de aluguel ou outra forma qualquer de
rendimento.
Conhecimento maior a respeito de suas reservas e
aplicações, somado ao permanente controle de suas despesas em relação às suas
receitas, são sempre aconselhados e de qualquer maneira são considerados de bom
senso em qualquer parte do planeta, pois a partir de sua aposentadoria, com
toda a probabilidade, os mesmos geralmente não mais serão incrementadas por
todas as razões explicadas anteriormente.
Agradecendo pela confiança depositada em mim,
sou atenciosamente,
Louis Frankenberg,CFP®
em 24-08-2.012