Era uma vez um homem muito erudito e respeitado por seu enorme conhecimento a respeito da mente humana. Era considerado um verdadeiro sábio por todos que o conheciam.
Em uma das reuniões na qual o sábio era o principal orador, um menino conhecido por sua maldade se aproximou do sábio com um pequenino pássaro vivo escondido em uma de suas mãos e que recém ele havia apreendido em uma armadilha.
O menino então perguntou ao sábio;
Você que todos dizem que é tão sábio poderá me dizer se o passarinho que tenho na mão está vivo ou morto?
(caso o sábio respondesse “vivo” ele apertaria o passarinho entre seus dedos, matando-o. Caso o sábio respondesse “morto”, ele mostraria o passarinho ainda vivo, dessa maneira demonstrando que o sábio não era tão infalível como todos proclamavam.)
O sábio tristemente fixou seu olhar bondoso sobre o menino e respondeu;
“Menino, a resposta está em suas próprias mãos.”
Os internautas que costumam me acompanhar devem pensar que o Frankenberg se tornou filósofo e está se desviando de seus propósitos educacionais e financeiros. Não é bem assim. Continuo alerta e bem atualizado neste mundo muitas vezes materialista e interesseiro!
Quanto mais penso, leio, escuto e envelheço, mais certeza tenho de que felicidade, conforto e bem estar depende mais de nós mesmos do que dos outros.
Acumular o suficiente para termos uma vida confortável antes de mais nada é uma questão filosófica e não menos importante, de prévio planejamento e determinação.
Comprovei profissionalmente que acumular dinheiro apenas, sem questionar à exaustão quais são nossos propósitos maiores, nossas metas e objetivos de longo prazo, não tem grande significado e não nos levam a nada.
Apesar dos cínicos continuarem afirmando que é mais fácil ser feliz com dinheiro do que sem, os cientistas que estudam a mente humana em maior profundidade, estão comprovando que a partir de um determinado montante maior ou menor que um indivíduo já tenha acumulado, a absoluta maioria das pessoas não se tornam proporcionalmente mais felizes ao aumentarem ou mesmo dobrarem o montante de bens patrimoniais juntados.
Em freqüentes reuniões com outros profissionais financeiros, tanto aqueles ligados às instituições financeiras, como os independentes, constato que alguns são extremamente ambiciosos e me pergunto se seus clientes não serão de alguma maneira prejudicados pelos conselhos que eles estarão dando, já que ambição e ganância podem influenciar negativamente aspectos relacionados com segurança, liquidez e rendimento de inversões que aqueles profissionais possam estar recomendando.
Erros propositais ou involuntários de aconselhamento de investimentos e que deixam de contemplar os inúmeros aspectos que deveriam ser analisados em relação ao perfil do cliente, podem causar estragos que, algumas vezes, jamais poderão ser consertados.
Pessoalmente o receio de algum dia poder estar cometendo algum erro de grande repercussão para meu cliente, constantemente me acompanha e muito me preocupa.
A associação profissional ao qual pertenço, recentemente adotou como sendo seu princípio prioritário
“cliente em primeiro lugar”
Fiquei imensamente feliz com essa óbvia decisão das lideranças financeiras de 23 países na qual a certificação “CFP®” – “Certified Financial Planner” ou seja ´Planejador Financeiro Certificado” está presente e acredito que com aquele ideal sempre em mente, coletivamente estaremos dando o melhor de nós mesmos em prol de nossa clientela.
No Brasil, através do IBCPF (www.ibcpf.org.br) também incorporamos este princípio-lema ao nosso Código de Ética e Responsabilidade Profissional.
Consultores, intermediários e executores certamente podem ajudar os seus clientes, porém a resposta aos anseios e decisão final sempre dependerá de cada investidor individualmente.
Caso eu possa dar um conselho, diria para não deixar que terceiros vos convencem de algo com o qual intimamente não concordam.
Infelizmente o mundo ainda tem profissionais financeiros mais interessados em seus próprios ganhos que os de seus clientes.
Alcançar determinadas metas e objetivos continua a estar principalmente em nossas próprias mãos e ninguém deve prescindir de suas próprias convicções!
Louis Frankenberg,CFP® 17-02-2011
e-mail; perfinpl@uol.com.br
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