Louis Frankenberg,CFP® 7-12-2013
Este meu blog, comemorando o
término do 4º ano de existência, não deixa de ser igualmente meu “alter ego”, pois
descarrego nele, neste final de ano, minhas frustrações e mágoas em relação ao que
atualmente está acontecendo em nosso país.
Apesar daquilo que vi e continuo
vendo de negativo ao meu redor, continuo acreditando em um grandioso futuro,
mas no momento estou muito decepcionado.
Não levam em conta meu atual
estado de espirito e esqueçam o que passarão a ler!
Fico melancólico e triste
assistindo ao gradativo deterioro da maneira como estamos sendo dirigidos, pela
ética oficial posto em prática por políticos e governantes e dos costumes cada
vez mais decadentes com os quais estamos sendo contemplados.
Parece que é parte integrante
do culto de uma minoria que deseja nos impor sua ideologia, que considera a mesma como sendo absolutamente normal.
Esta maneira de pensar nada tem a ver com meus dogmas, meus princípios, minha própria definição de ética e
de tantos outras normas que me foram
incutidos ainda quando criança e das quais não desejo arredar pé.
O ano de 2.013 acabou sendo
parecido ao de tantos outros anos do passado recente. A meu ver apenas confirmou que estávamos descendo
mais outro degrau rumo a uma espécie de sub
solo obscuro, nebuloso e desconhecido e isto me assusta deveras!
Tristemente cheguei
simultaneamente à conclusão de que atualmente não existem mais lideranças atuantes,
respeitadas, aplaudidas e devidamente ouvidas em nosso país e que possam fazer valer suas opiniões e conselhos ante um
governo onipotente, imaginando ser dono de uma única verdade, porém incapaz de
solucionar questões simples e vitais
devido as estripulias que costuma impor, pelas constantes mudanças
de rumo que adota e pelos erros monumentais
que estão sendo cometidos.
Essa terrível constatação para
mim é frustrante e me deixa perplexo e confuso.
Sei que proclamar estas verdades
publicamente é constrangedor, porém não
consigo ver qualquer nesga de luz
brilhando lá no fim do túnel.
Leio jornais físicos e
virtuais, ouço comentários e interpretações de amigos e de colegas
profissionais e pessoalmente costumo interpretar cifras e indicadores econômicas e
financeiras. Todas sem exceção, são a
meu ver desanimadoras.
Percebo igualmente um
pessimismo generalizado país afora em relação à maneira de como estamos sendo
governados e não consigo extrair dos meus
conhecidos e amigos qualquer palavra de elogio para os atuais dirigentes da
Nação.
Perplexo com este meu estado
atual desanimador, pergunto a mim mesmo como é possível ter estas reflexões tão
negativas e ser tão pessimista, quando se realizam no ano
que vem a Copa do Mundo no Brasil e dois anos após as Olimpíadas.
Será que está sendo adotada por aqui a célebre filosofia de;
“deem pão e circo ao povo”?
Sempre fui homem de
planejamento, de objetivos e de metas traçadas antecipadamente e também de desenvolver
enorme esforço posterior para tentar
realiza-las. Será que ninguém mais planeja por aqui?
Lamentavelmente ao meu redor
sinto o cheiro desagradável da corrupção, da politicagem barata e populista, do
empreguismo sem limites, das inúmeras tentativas de enganar a opinião pública
com informações inverídicas ou meias verdades e da profusão sem igual da contabilidade
fantasiosa com que se tenta ludibriar aqueles que costumam interpretar com
seriedade estatísticas, balanços, indicadores e até pesquisas de opinião.
Nos noticiários televisivos enxergo
diariamente as imagens sem fim das
constantes filas nas nossas estradas esburacadas e sem manutenção, dos metrôs
superlotados e atrasados e até mesmo de vez em quando totalmente paralisados.
Fico atônito vendo as
dificuldade de acesso das filas quilométricas de caminhões, dirigindo-se para nossos
portos mal equipados, que não suportam um maior fluxo de exportações das
imensas safras agrícolas, produzidas com enormes dificuldades pela heroica e persistente iniciativa privada.
Não consigo acreditar que até
25% dos grãos transportados são perdidos
devido as enormes deficiências existentes em toda infra estrutura rodo
ferroviário.
Que imenso prejuízo de bilhões que não precisava estar acontecendo
se tivéssemos um planejamento central válido e sério que atravessasse todos os
governos!
Leio abismado a respeito da
vergonha representada por nossos estudantes que não possuem
qualificações suficientes, nem em
matemática, nem na maneira correta de escrever os textos mais simples na nossa própria língua, quando nos representam lá fora ou mesmo quando fazem
exames de seleção aqui mesmo no
país.
Eu poderia continuar me lamentando a respeito da insegurança geral que
reina em todos os recantos e dos exageradamente elevados tributos, taxas e
contribuições que pagamos em tudo que adquirimos e consumimos.
Como Planejador Financeiro que
sou, conheço as dificuldades existentes para acumular reservas financeiras, que iremos precisar para poder enfrentar
futuramente uma desequilibrada
previdência social, que não nos pode nem
garantir uma velhice tranquila.
Preenchendo minha própria declaração anual de imposto de renda,
me repugna saber que não posso deduzir os milhares de Reais
que gasto com medicamentos, sabendo que estes já tem embutidos
enorme carga tributária quando os adquiro na farmácia.
E então, depois de tudo isso,
fico pensando que a saúde pública fornecida para a maioria de nossa população continua
sendo uma absoluta desgraça, consequência da insensibilidade e incompetência
existente dos administradores nomeados pelos governos Federal, Estadual e
Municipal que, há dezenas de anos, continuam deixando desamparados milhões de
brasileiros. Já leram a Constituição e o
que diz a respeito?
O que adianta trazer
profissionais médicos ou mesmo práticos de saúde lá de fora quando sabemos que
a questão central não é a da falta de
profissionais da saúde, mas de infra estrutura física e deficiência de
equipamentos básicos em todos os municípios.
Por todas essas razões
expostas desejo relembrar e afirmar aos
meus distintos leitores que os grandes responsáveis pela criatividade, iniciativa, espirito de
luta e desejo de progredir de nosso povo, é sem dúvida alguma a própria
sociedade civil, que paga pesadamente por
todos esses tributos pela qual é sustentada esta gigantesca máquina pública em
todos os níveis do poder.
É provável que muitos negócios
estão neste mesmo momento sucumbindo no
início de suas atividades ou talvez um pouco mais adiante, exatamente por não conseguirem pagar a infinidade de tributos, e igualmente devido a
desnecessária burocracia onipresente,
que não para de crescer.
Na condição de Bacharel em
Contabilidade e Atuário que sou, posso vos afiançar que os 36% do PIB que coletivamente
pagamos de impostos etc, representam valores mais que
suficientes para termos excelentes serviços públicos. E por que não
existem?
Em consequência destas falhas
monumentais em áreas vitais da máquina publica brasileira, esta abnegada e
persistente sociedade civil paga em duplicidade pelo direito de existir e poder
progredir.
Tenho o pressentimento, mas
não possuo as cifras, de que a maior parcela dos orçamentos públicos, em
qualquer área dos serviços exclusivos que são oferecidos, estão sendo utilizados
quase que inteiramente para o pagamento do funcionalismo em si.
Provavelmente é esta a razão
principal de sua absoluta deficiência. Muitos caciques e demais índios, uns
atrapalhando aos outros!
Eu tive a sorte de ser
contemplado com um dom especial que é o
de reconhecer de longe falcatruas ainda
não reveladas e, posso vos afiançar, que as vezes sinto arrepios quando enxergo
alguma publicação em jornal de grande
circulação, balanços e pesquisas numéricas de organismos oficiais.
Não pretendo citar pelo nome
nenhum deles, mas a meu ver, alguns são obras primas de mistificação.
Por tudo isto que escrevi,
podem sentir que Frankenberg não é de maneira alguma um arauto e entusiasta do nosso momento atual.
Por essa razão peço desculpas
por lhes dar neste final de ano uma mensagem nem um pouco positivo.
Eu não queria me calar e
guardar apenas para mim mesmo, este gostinho amargo que sinto na boca e na alma.
Um Feliz Natal e Próspero Ano
Novo para todos, apesar de tudo!
Forte abraço,
Louis Frankenberg,CFP®
Nota
Encerro o ano e voltarei a escrever em Fevereiro de 2014
São Paulo 7 de Dezembro de
2013
Blog;
www.seufuturofinanceiro.blogspot.comE-mail; perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com