Deliberadamente escolhi a palavra “palpites” em vez de “conselhos” ao dar o título para essa matéria.
Não desejo esconder de você, caro leitor que também já fui vítima de escolhas erradas.
Somos todos, indistintamente, de vez em quando vítimas de erros de julgamento em nossa avaliação de pessoas, empresas ou negócios, mal conhecendo os mistérios da vida e do futuro.
O maior segredo está em tentarmos minimizar esses erros e de que os mesmos não nos causem estragos demasiadamente grandes ou mesmo irreversíveis aos nossos bolsos.
Acredito que possamos caracterizar os erros cometidos em quatro grandes categorias.
Como esta coluna é apenas um mero ensaio e não pretendendo ser um tratado definitivo, vou me ater a apenas alguns aspectos, provavelmente existindo inúmeros outros.
(seus comentários pertinentes e inteligentes serão sempre bem vindos).
- Erros de avaliação em relação às pessoas com quem fazemos negócios.
- Erros de avaliação dos negócios em si.
- Erros conjunturais causados pela intervenção do Estado e as eternas mudanças de leis.
- Erros ocasionados devido nossa própria personalidade, caráter etc.
Dados os anos em que trabalho como planejador financeiro, permito-me predizer que em nossas vidas, acabamos cometendo alguns poucos ou inúmeros erros de julgamento em relação às pessoas e negócios. Erros são inevitáveis, já que não somos deuses onipotentes, nem seres clarividentes.
O supremo segredo do sucesso ou fracasso no mundo dos negócios e dos investimentos é unicamente expressado pela quantidade de nossas vitórias serem maiores que a quantidade de nossas derrotas! É claro que o montante dos valores envolvidos nas vitórias ou derrotas também deve ser levado em consideração.
Vamos aos fatos e deixar a filosofia, que não nos leva a nada, de fora!
Negócios e investimentos de vulto
Não os faça sem um aprofundado estudo, sob todos os aspectos e, ao contrário da atual era das comunicações virtuais e pela Internet, faça questão de conhecer pessoalmente os personagens envolvidos.
Idoneidade, honestidade, transparência e ética dificilmente são passíveis de serem detectadas através de bits e à distância.
O olho no olho, mesmo nos dias atuais, continua sendo um componente fundamental para um julgamento com mais probabilidades de ser acertado.
Dividir e diversificar
Ao iniciar o acumulo de reservas, não é racional diversificar demais os investimentos. É sempre preferível poupar com segurança. A medida que aumentarmos nossas reservas financeiras, é bom ampliar gradativamente as diversas maneiras e formas.
Aos poucos aumentar a parcela em investimentos de maior risco (por exemplo mercado acionário ou fundo de ações) mas nunca ultrapassar 25 a 30% é uma medida racional e saudável para a maioria de nós.
É bom relembrar que a partir de certa idade, é difícil recuperar uma grande perda, especialmente quando a idade da aposentadoria já está mais próxima.
Negócios societários
Resguarde-se sempre de pessoas bem falantes, oferecendo negócios mirabolantes. As estatísticas de negócios que deram errados estão aí mesmo, e que amplamente comprovam o que acabo de dizer.
Para entrar em sociedade com alguém, conheça o futuro parceiro por muitos anos e em diferentes ambientes e circunstâncias. Não é a toa que existe o provérbio “negócios, negócios, amizade aparte”. E já que falamos deste tema mais outro adágio;
“se não queres perder um amigo, não faça negócios com ele”.
Antes de iniciar qualquer empreendimento, estude-o teoricamente e na maior profundidade possível e, verifique como seus futuros concorrentes o conduzem. Vá falar com eles e tente tomar conhecimento dos aspectos positivos e negativos! Não que este fato seja de capital importância, pois um mesmo negócio pode ser conduzido brilhantemente por uns, e desastrosamente por outros. Como disse um dos maiores executivos norte americano e a maiorias dos deles hoje em dia repetem: “everything is management”!
Negócio próprio
Desculpem a crueldade do que vou dizer, mas ela é a absoluta realidade que, comprovei pessoalmente em função dos meus muitos anos de consultoria de planejamento e assessoria financeira.
“Uns nasceram para serem cacique e outros para serem índios.”
Por essa razão, você amigo leitor, terá de fazer uma humilde constatação de seu próprio caráter e personalidade, virtudes e defeitos; se é feito do tecido “tipo cacique” ou do tecido “tipo índio” antes de se aventurar.
Este mesmo tema irei aprofundar em algum blog futuramente.
Tenha essa certeza; você perderá dinheiro em algum futuro negócio
Na introdução confessei que também já perdi dinheiro.E não estou sozinho. Acompanha-me toda a clientela que conquistei nestes anos todos.
Não vá se fiar nas belas e mentirosas estatísticas que provam que baseado numa taxa de “X % ao Mês ou Ano” você terá “Y Reais” em “Z Anos”.
Algumas das razões para toda essa fábula de dinheiro e lucratividade não se realizarem são inúmeras, entre elas;
1) banco, fundo ou negócio quebrou e você ficou a ver navios...
2) Governo mudou subitamente as regras do jogo.
3) A inflação corroeu 80% do dinheiro que você acumulou pelos anos afora.
4) O Imposto de Renda (ou outro tributo qualquer) aumentou estupidamente a alíquota que incide sobre seu, capital, rendimento ou lucro.
5) Seu negócio subitamente se tornou obsoleto e você nem percebeu
6) Entrou um concorrente com muito mais capital (cacife) que o seu e lhe
roubou a clientela.
7) Surgiu um novo Collor.
Posso continuar, mas prefiro encerrar por enquanto por aqui mesmo.
Nota; este é o meu último blog do ano. Você, eventualmente poderá me acompanhar em rápidas intervenções que eu julgar oportunas, lá do outro lado do mundo. Espero reencontrá-los no ano que vem. Tenham o melhor Natal de suas vidas e um próspero ano de 2011, é o que sinceramente lhes desejo!
Louis Frankenberg,CFP® - 1º de dezembro de 2010
e-mail; perfinpl@uol.com.br e lframont@gmail.com