quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Vamos explicar algo a respeito de suas futuras reservas financeiras


Louis Frankenberg, CFP®  27-08-2014

 

Todos aqueles que estão plenamente convencidos da importância de criarem e manterem reservas financeiras para as épocas de chuvas e trovoadas e até das longas e verdadeiras tempestades que podem ocorrer em nossas vidas, deveriam, hipoteticamente, ter absoluta confiança nas empresas gestoras de investimentos e também nas entidades independentes de “rating”, na defesa dos interesses de investidores e, não esquecendo, nas boas intenções de governos de países civilizados, depositários de suadas poupanças.
Em outras palavras, falamos em “depositar absoluta confiança e sem medo” em grupos financeiros privados e estatais, entidades de avaliação de conceitos e dos próprios governos garantidores da idoneidade das instituições financeiras.
Mas qual a garantia existente de que em algum momento desta complica equação, alguma dessas instituições não irá falhar fragorosamente  com suas promessas de idoneidade?
                                         NENHUMA!
É sobejamente conhecido por todos, o pressuposto de que riscos sempre existirão. Todas as instituições financeiras, sem exceção, estão sempre nos prometendo juros, dividendos e nosso capital original devolvido, porém simultaneamente realçando que resultados passados não são nenhuma garantia futura...
Enquanto gastam enorme quantidade de tinta (e publicidade) em apregoar seus resultados, apenas em uma linha do rodapé, preferencialmente em letra bem miúda, nos afirmam que não serão responsáveis por eventuais erros, falhas ou promessas não cumpridas...
Este calejado planejador financeiro, em razão de sempre ter sido um desconfiado, cético e muito cauteloso divulgador de eventuais e positivos resultados futuros e, durante toda a sua vida, ter tentado se aprofundar nos mínimos detalhes de cada inversão e, da idoneidade, tradição e ética dos gestores responsáveis, custodiantes, autarquias de fiscalização etc. em diversas ocasiões passadas perdeu dinheiro com suas próprias inversões!
É esta a principal e única razão em ter adotado há aproximadamente um decênio de anos, uma forma bastante peculiar de alertar a si mesmo e, principalmente as pessoas que lhe consultam.
Advirto-as de que existe uma grande (talvez até enorme) probabilidade de que algum dos investimentos que fez ou ainda fará, em algum momento futuro, se transformará em pó.
Desde o início da minha caminhada profissional em finanças e economia, estava plenamente convencido da importância da diversificação nas diferentes categorias de investimento existentes, estudando os riscos inerentes de cada um deles. 
Eu já tinha plena consciência, mesmo neófito, que atrás de cada negócio, ou inversão sempre havia uma pessoa ou grupo financeiro, absolutamente interessado em pintar um quadro o mais positivo possível...
O que me distinguia dos demais colegas, era algo chamado “consciência” e desejo honesto e sincero em ser absolutamente transparente e profissional.
Ao contrário de  alguns colegas que, pouco estavam preocupados com o que ocorreria ao capital alheio (infelizmente apenas interessados nos próprios benefícios e interesses) e, se limitavam em apregoar somente predicados positivos e, portanto jamais citando ou nem mesmo pronunciando as palavras “risco, “cuidados”, “diversificação”,   “prudência” etc.
Por que faço tanta questão em lhe relembrar, caro leitor, essa questão do risco e da grande probabilidade existente de você perder tudo ou quase tudo em algum investimento atualmente existente ou ainda por fazer futuramente?
Porque este nosso mundo que inclusive é habitado por egoístas, malandros e também empreendedores que, involuntariamente ou não,  administram seu dinheiro de forma muito leviana.
Apenas para ilustrar  este   ponto de vista, saiba que neste mesmo momento, três dos maiores gestores de fundos de investimento do mundo, ou sejam; Bank of América, City Bank e Union de Banques Suisses, estão pagando dezenas de bilhões de dólares ao Governo Norte Americano em razão de multas que lhes foram aplicadas por terem vendido gato por lebre aos seus investidores. (Revista The Economist, edição 9/8/2014 –página 59).
Pela lógica e igualmente devido outros fatores, deverias sempre relembrar que grupos financeiros maiores e menores internacionais e (também nacionais) podem neste mesmo momento estar cometendo semelhantes erros propositais ou não. As funestas consequências, quem sabe, somente irás sentir quando te aposentares... e então  já é demasiadamente tarde!
Aqui, em nosso país, desde quando comecei a atuar como consultor financeiro, e isto já fazem   dezenas de anos, inúmeros grupos bancários, securitários, de poupança, financeiros etc. já entregaram a alma ao criador! 
Muitos deles jamais foram punidos ou devolveram o ouro roubado e, seus dirigentes, continuam vivendo  nababescamente até os dias de hoje.
Meu perene conselho a todos que se preocupam com seu futuro financeiro saudável, é de contratar sempre algum profissional de absoluta confiança, que não tenha qualquer interesse no grupo financeiro no qual investes tuas reservas e  ele de alguma maneira estar envolvido.     
Sempre faça uma análise aprofundada e sob múltiplos aspectos como rendimento real, idoneidade, segurança, aspectos fiscais, etc. possam incidir sobre  suas tão importantes reservas.
Nada e  ninguém lhe dará  plena garantia de que jamais irá acontecer qualquer anormalidade com seu rico dinheirinho, mas pela própria lei das probabilidades, seu risco de perda certamente diminuirá drasticamente caso tomares algumas providências antecipadamente!  
De qualquer maneira, lembre-se que os mais conhecidos e melhores gestores, consultores e   investidores confessaram que também já perderam dinheiro.
Você não será nenhuma exceção! Levando tudo isto em divida conta, você deverá estar preparado  para também perder em algum momento, alguma de suas  muitas transações, bem ou mal planejadas! Um sincero abraço,
                        
                      Louis Frankenberg, CFP®   28-08-2014
                          E-mail; perfinpl@uol.com.br  e lframont@gmail.com
 
De última hora no Jornal Valor de 28.8.2014
A nota de Agência Bloomberg diz que o Royal Bank of Scotland recebeu uma multa de Libras 14,47 milhões, e os bancos Lloyds e Barclays  também estão envolvidos em más práticas contra investidores daqueles bancos no Reino Unido, comprovando  que malandragens não somente acontecem nos Estados Unidos. Onde mais será que ocorrem?  

domingo, 3 de agosto de 2014

Ir além dos conceitos tradicionais dos investimentos financeiros

Você somente limita suas escolhas aos tradicionais
conceitos numéricos?   
Louis Frankenberg,CFP  03-08-2014
 

Uma vida melhor é o que todos buscamos, porém a maneira de interpretar isoladamente o vocábulo “melhor” difere de pessoa para pessoa.
Confesso que somente ao redor dos 45 anos de idade é que comecei verdadeiramente a pensar com mais profundidade a respeito dos múltiplos conceitos e maneiras diferentes de enfrentar acontecimentos normais e imprevistos.   
Profissionalmente, como planejador financeiro pessoal, aos poucos fui adicionando outros ingredientes aos mais difundidos fundamentos relacionados com investimentos e criação de reservas financeiras, tais como rendimento real, diversificação, liquidez, segurança, poder aquisitivo, etc. Alguns continuavam sendo os tradicionais, outros passaram a ser mais conceptuais ou até heterodoxos.
Concorreu decisivamente para esta interpretação tão mais ampla o livro que havia lido e que tinha como título “Work and Family, Allies or Enemies”, ou seja, “Trabalho e Família, Aliados ou Inimigos”.
Sintetizando, o livro baseava seu enredo nos conceitos emitidos por 800 executivos norte-americanos pesquisados com bastante profundidade.
As conclusões básicas obtidas por seus autores, Steward Friedman e Jeffrey Greenhaus, foram;
*42,4% daqueles executivos nutriam maior importância às suas respectivas famílias do que à atividade profissional ou então à própria carreira.
*29,6% davam igual peso às suas famílias e à atividade profissional ou carreira.
*13% davam maior importância à atividade profissional ou carreira do que à família.
*15% elencaram outros aspectos que não a família ou atividade profissional.
Vocês, leitores, deveriam dedicar mais tempo à interpretação do título do referido livro. Não apenas lê-lo mecanicamente, mas refletir sobre o que significa e vislumbrar nas entrelinhas a abrangência do seu subtítulo, que é;
 “What happens when business professionals confront life choices”, ou seja, “O que acontece quando profissionais são confrontados com escolhas de vida”.
Concluirão que os objetivos e visões daqueles que contratam executivos e executivas são muitas vezes (ou quase sempre?) diametralmente opostos aos  que são contratados.   
Foi somente a partir da leitura do referido livro que comecei a dar imenso valor a facetas diferentes relacionadas com investimentos e maneiras de amealhar reservas financeiras e que não fossem apenas os predicados mais conhecidos. As minhas entrevistas com executivos e cônjuges passaram a abordar, além dos aspectos financeiros, prioridades de vida e os tantos outros objetivos que indivíduos possam ter ou sonhar em tê-los.
No decorrer dos anos, os resultados obtidos me provaram sem sombra de dúvida que aspectos meramente numéricos em nossas vidas são importantes, mas certamente não são os únicos que concorrem para nos dar, em tese, maior felicidade e satisfações.  
 
Louis Frankenberg,CFP  03-08-2014