domingo, 27 de outubro de 2013

Tentando desvendar os segredos de nosso cérebro e além.


 

Louis Frankenberg, CFP® - 26.10.2013

 

Não tenho qualquer dúvida de que nosso cérebro, produto de milhares de anos de evolução, somente agora no século XXI começa a ser um pouco melhor compreendido. 

Muitos cientistas estão ocupados em tentar encontrar e decifrar os mistérios que cercam nossa fabulosa capacidade de memorizar, de relembrar, de adaptar, de inventar e de catalogar tantas outras funções que a mente desempenha e estão abismados com a complexidade e a impenetrabilidade deste sistema de tão sofisticado que é.

As mais atualizadas tecnologias da informação, “T.I.” até hoje inventadas, estão sendo usadas, escaneando, fotografando, radiografando, ultrasonografando, e tentando de todas as formas possíveis penetrar nos segredos desta complexidade neurológica que é a mente humana.  É a neurociência que, quem sabe, vai nos revelar muitas coisas desconhecidas até hoje! E quando será que vamos entender por completo e nos mínimos detalhes, o conteúdo das sinapses conectando os milhões de neurônios?

Até o presente, os neurocientistas somente conseguiram reconhecer algumas poucas áreas genéricas onde essas múltiplas funções corporais são processadas*.
*ver imagem
Saber o que cada um de nós pensa ou pretende fazer nos próximos segundos, minutos, horas ou dias, ainda está longe de ser revelado! 

Este Planejador Financeiro, exercendo sua profissão há inúmeros anos, continua absolutamente maravilhado com a complexidade daquilo que se passa na sua própria cabeça e na de seus clientes também e, consequentemente, desde quando começou a trabalhar com finanças pessoais, procura discernir e prevenir problemas financeiros em potencial, menores ou mais graves e dar o alerta.

Alguns deles são falta de visão de médio e longo prazo, a não determinação de objetivos definidos, a não percepção dos riscos envolvidos em projetos ou investimentos novos e tantos outros aspectos que envolvem eventuais inconveniências comportamentais imediatas ou futuras.

A memória remota relembra um livro ganhado em 1968      

Vem-me subitamente à lembrança o 1º livro norte americano que ganhei de prêmio de venda e que li sofregamente no longínquo ano de 1968, quando pouca gente ainda cogitava em ligar Freud, Jung, Lacan, Tversky, Kahneman e tantos outros gurus atuais da psicologia, ao estudo do comportamento humano em relação às finanças.

Aquele livro que abriu um novo mundo para mim tinha o pomposo título de   “Recognizing the Psyco Chek Types”. O livro explicava e interpretava as diferentes maneiras de como as pessoas sentavam, as diferentes maneiras de como gesticulavam utilizando suas mãos e outras formas interpretativas do sentimento e comportamento consciente e inconsciente da mente, que supostamente representassem as manifestações da personalidade de alguém e poderiam portanto dar boas indicações a respeito desse alguém ao psicólogo, psiquiatra, educador ou consultor.   

O assunto era completamente novo para mim e me fascinava de tal maneira que na 1ª ocasião em que viajei depois para Nova York, voltei com um enorme carregamento de livros a respeito de assuntos de alguma maneira relacionados à psicologia.

Meus colegas de venda do mesmo segmento financeiro no qual eu estava envolvido na época (fundos de investimento em ações dos Estados Unidos), só pensavam na comissão de intermediação que iriam arrecadar e poucos estavam interessados no que o cliente pensava ou tinha por objetivo de vida, e consequentemente só queriam concluir a venda o mais depressa possível e fim de papo.

Eu, ao contrário, fazia perguntas e mais perguntas, querendo sempre saber o que o cliente almejava para o futuro de seus filhos, a importância que dava à educação, quais eram suas próprias prioridades de vida, se gostava de viajar, se lia livros e quais, ou ainda com que finalidade estava querendo investir seu dinheiro. É muito provável que alguns deveriam interpretar meus questionamentos como intromissão indevida na vida deles.

E os anos iam passando e eu estava cada vez mais  envolvido com os objetivos, desejos e sonhos das pessoas.

À medida que recebia respostas, formava seu perfil em minha mente e dessa maneira conseguia vender-lhes algum produto condizente com os objetivos, necessidades e expectativas deles.     

Aos poucos consegui identificar algumas das características comuns à maioria daqueles que viviam e trabalhavam no Brasil e que não se distinguiam muito dos “expatriates”, temporariamente trabalhando aqui nas empresas multinacionais, que igualmente eram meus clientes.  

Eu comecei a notar que os cidadãos mais capacitados cultural e intelectualmente (ou quem sabe igualmente preocupados com o futuro de suas famílias, assim como eu) davam grande importância aos vocábulos “lucro”, “rendimento” e tantos outros termos de significado semelhante que permeavam nossa maneira ocidental e capitalista de pensar.   

Todas aquelas palavras, por sua vez estavam intimamente ligadas às subjetivas expressões “desejo ser bem sucedido“, “quero ser um vencedor“, “procuro estar bem de vida”, “preciso formar reservas” etc.

Um planejador financeiro abandona o racional e começa a filosofar.

E enquanto estou escrevendo esta matéria e pensando (planejador financeiro às vezes também pensa!), minha própria mente começou a divagar, a flanar e se afastar do que pretendia abordar e de repente encontro algo que nunca antes havia passado na minha cabeça; reflexões a respeito de um mundo imaginário e utópico.

Era meu subconsciente se intrometendo no consciente. Vocês meus caros e raros leitores que leem por inteiro meus “posts”, devem achar estranho ou quem sabe, achar-me até um pouco imaturo, mas não me envergonho de revelar-lhes em seguida o que pensei;

„Por que será que aqueles outros seres vivos, os animais, não necessitam de dinheiro e tudo aquilo que se relaciona com dinheiro e que é possível adquirir de alguma maneira“?

Será porque a principal força e intuição para eles é a alimentação e têm plena consciência de que é ela que os mantem vivos na própria natureza?”

Prontamente, respondendo para mim mesmo aquilo que nos seres humanos sempre falamos;

porque somos seres racionais”. Acontece que há tempos concluí definitivamente que de maneira alguma somos seres racionais!

E agora? Será que os futuros sábios e cientistas dentro de algum tempo vão descobrir que o dinheiro e tudo o mais que gira ao redor deste tema é também parte integrante de nosso ser, ou seja, de nosso DNA e o conseguiram localizar com exatidão?  
E então sigo questionando;

“em que parte de nosso cérebro esses sábios e cientistas vão encontrar as origens desse mal humano que provoca tantas guerras, crimes, destruição e mortes?”  

Será que graças a estas crenças e ideologias que nos foram incutidas inconscientemente ou quem sabe por osmose, o ser humano foi acumulando conceitos que biologicamente não lhe foram fornecidos pela natureza, pois não creio que algum poderoso ser superior tenha pensado quando estava preparando esta grandiosa criação aqui em nosso planeta nas palavras;

“dinheiro”, “lucro”, “rendimento”, “dividendos”, ”juros”, “liquidez”, “risco” e alguns produtos tão em moda como “cartão de crédito” e “cheque pessoal”!  

Algum de vocês, caros amigos, têm alguma boa resposta para mim?

Possuir ambição” é mais outra dessas expressões largamente cultivadas por nós, tanto no mundo capitalista ocidental e igualmente na parte oriental, que não consigo imaginar como tendo sido criada pela mãe natureza ou alguma força superior.

Será que você caro leitor, consegue pensar em algum outro animal que tenha “ambição”?

O bicho mais parecido que conheço e que se chama pavão, aparentemente é apenas “vaidoso”.

Será que Darwin, no seu célebre livro “A Evolução das Espécies” pensou a respeito de “dinheiro” e “questões financeiras” envolvendo o cérebro dos diferentes bichos que estudou?   

Vamos descer desse plano superior da filosofia para voltar à terra firme por baixo de nossos pés.

Acredito que individualmente somos produto da evolução e miscigenação de nossos familiares ou dito de outra maneira, de centenas de gerações de nossos antepassados.

A descoberta do DNA definitivamente já conseguiu comprovar que cada um dos 7 bilhões de seres humanos atualmente existentes são diferentes uns dos outros.

Da mesma forma podemos concluir com relativa certeza de que praticamente nada sabemos de cada um de nossos familiares diretos de gerações anteriores, porém muito distantes. 

Como será que eles pensavam, como viviam e como agiam em tempos remotos?

Questionando se passarinhos são mais racionais que seres humanos.

E cá estamos nós, 205 milhões de brasileiros, vivendo no começo do século XXI, batalhando por nossa sobrevivência e criando aos nossos descendentes desde bebezinhos indefesos até o momento em que eles se tornam independentes.

E o Frankenberg novamente filosofando e ainda envolto com a sua descoberta recém-feita, lembra que aquelas lindas avezinhas chamadas genericamente de passarinhos, quando recém nascidos e piando em seus ninhos no topo das árvores, são alimentadas na boquinha por suas mamães e papais passarinhos! 

A diferença desses passarinhos para nos seres humanos está que eles não necessitam de dinheiro, cheque, empréstimo ou crédito de nenhuma instituição financeira!      

A proposital analogia entre seres humanos e passarinhos deveria nos servir de sinal para sermos muito mais humildes e refletirmos profundamente a respeito de quem realmente somos, de onde viemos, para onde queremos ir e o que deveríamos almejar como objetivos prioritários em nossas vidas.  

Não somos nenhum pouco superiores aos demais seres vivos aos quais equivocadamente denominamos de “irracionais”!

Como então temos a coragem, o desplante mesmo, de pensarmos que sendo nos produto do cruzamento de milhares ou quem sabe milhões de nossos próprios antepassados, somos assim mesmo capazes de ignorar esta bela natureza e todos os seres vivos que vivem nele e pensar costumeiramente de maneira tão materialista! 

A civilização ocidental e urbana infelizmente nos tirou o desejo de buscar aquilo que é tão importante quanto o dinheiro.

Quem sabe deveremos tentar cultivar outros valores tais como, viver mais na natureza, apreciar as flores, as árvores, os demais seres vivos e pensar menos em enriquecer.  

Com uma filosofia parecida com essa, a probabilidade de termos uma vida mais feliz e saudável certamente aumentará exponencialmente.
           Uma amostra de nosso cérebro com algumas de suas funções.
Um forte abraço,

Louis Frankenberg, CFP® 26-10-2013


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Aposentadoria; ficção e realidade

Aos atuais e futuros aposentados,
antes de lerem o presente "post", observem estas  imagens e reflitam a respeito do que  podem representar em suas vidas.


 


Louis Frankenberg, CFP®  03-10-2013

Acompanho há muitos anos todos os aspectos referentes ao período da pré-aposentadoria das pessoas e igualmente da aposentadoria propriamente dita e hoje me proponho a repartir com vocês algumas das minhas observações (e agruras)  a respeito deste assunto pouco ventilado, porém tão relevante em minha própria vida e a de tantas  outras pessoas, muitas das quais ainda não se deram conta da importância da mesma.

Sabemos que todos desejam ardentemente terem saúde e serem felizes enquanto viverem. De acordo? Então vamos falar um pouco de como usufruírem mais dessa aposentadoria.

Inicio ao afirmar que pertenço ao grupo de pessoas que têm consciência que temos de trabalhar para ter sucesso na vida, mas que precisamos algum dia   parar e, quando isto ocorrer, e então queremos ter os meios financeiros suficientes para o próprio sustento por inúmeros anos mais.

Aos que desejam mais detalhamento refiro vocês à trilogia saúde, felicidade e tranquilidade financeira que foi abordada com maior profundidade em meu blog anterior de 10.09.2013.

Parafraseando o grande estadista britânico, Sir Winston Churchill; a trilogia acima irá exigir muito suor e lágrimas e igualmente planejamento e persistência, eu completo.

Outro fator importante é de que eu não queria jamais ter de depender dos meus filhos quando chegasse o período da aposentadoria e tinha horror de ter de depender da benemerência governamental ou privada.

A aposentadoria e a longevidade a meu ver  são interdependentes e viver a realidade do dia a dia de ambas está longe de ser romântico.

Como não sou médico para tratar da saúde e nem  psicólogo e nem mesmo sociólogo para definir o significado de “felicidade”, vou dar alguns palpites a respeito de “tranquilidade financeira”,  que é meu próprio chão.

Contribuição mensal ao INSS x injustiça

Decorrente de todo blá, blá blá antes mencionado, sempre cuidei de guardar religiosamente todos os comprovantes que demonstravam a minha contribuição social ao INSS, desde o primeiro momento da minha vida de adulto responsável, pagando mensalmente através de um carnê ao então chamado “INPI”, Instituto de Aposentadoria dos Industriários.

Resultou desta precaução que, decorridos 33 anos de contribuições, excluindo (descontando) do cálculo apenas um período de ausência de quatro anos do país, não tive nenhuma dificuldade em provar perante a absurda e exagerada burocracia do nosso Instituto Nacional de Seguridade Social, a totalidade dos pagamentos efetuados.

De qualquer maneira, aqueles algozes da nossa entidade mor de aposentadoria, apesar dos meus insistentes apelos iniciais a favor de uma revisão dos cálculos, foram categóricos em me reafirmar que os cálculos deles estavam certos. Nada de revisão!

Apesar de que eu havia contribuído nos últimos sete anos pelo máximo legal (10 S.M.) e tendo pagado do próprio bolso como autônomo 20% do meu salário, acabei recebendo inicialmente apenas 4,1 S.M. que presentemente (Setembro 2013) equivaliam a 2,5 S.M., ou seja, R$ 1.666,00 mensais.

Uma quarta parte do montante de 10 S.M. sobre o qual recolhi contribuições durante os últimos sete anos!  Esqueci de mencionar que por algum tempo cheguei a recolher como autônomo  contribuições sobre 14 S.M. Aí alteraram a legislação que   limitaram o máximo possível para 10 S.M. Cadê o dinheiro que paguei a mais? Desapareceu!

1ª conclusão; não confie demasiadamente de que suas contribuições  recolhidas mensalmente serão iguais ou estejam na mesma proporcionalidade do que você irá receber mensalmente de volta, quando da sua  futura aposentadoria.

Cálculos complexos e inexplicáveis, incluindo o fator inflacionário (inventado posteriormente) não me proporcionariam jamais o equivalente a 10 S.M na aposentadoria. Procurem avaliar também a perda de poder aquisitivo sofrido por mim devido à corrosão inflacionária de nossa moeda nestes anos todos e de como este fator pode alterar completamente aquilo que você irá efetivamente receber quando não mais puder trabalhar.  

A enorme ilusão de que você poderá se aposentar ainda jovem

Quando eu tinha ao redor dos 30 anos de idade e estava ganhando na época muito mais que a maioria das pessoas da minha idade, imaginava que com toda probabilidade teria condições de me aposentar ao redor dos 40 ou 45 anos.

Observo que muita gente, ainda nos dias de hoje, raciocina da mesma maneira como eu naquela época.

Quando finalmente cheguei aos 45 anos e alguns imprevistos ocorridos já faziam parte do meu currículo, comprovei na prática que teria que prorrogar aquela ilusória pretensão original em pelo menos outros 15 anos.  Nos mencionados imprevistos eu havia perdido a quase totalidade das reservas acumuladas anteriormente...

Não adiantava chorar o leite derramado, o mundo não pararia por minha causa e nem mesmo me alcançaria um lenço para enxugar as lágrimas.

O Banco HSBC acaba de divulgar um refrescante relatório que pesquisaram em 15 países através do seu “Wealth Management Unit”, unidade que, entre outras funções focaliza as expectativas das pessoas que desejam se aposentar e as comparam com as experiências obtidas com cidadãos que já estão devidamente aposentados.

De acordo com o referido relatório, no Brasil foram pesquisadas 1.000 pessoas.  (www.hsbc.com/retirement) 

Não são nem um pouco surpreendentes para mim, também estudioso destes assuntos no Brasil, as respostas dos entrevistados em nosso país que resultaram na seguinte posição; A media  das 1.000 pessoas  entrevistadas gostariam de se aposentar aos 46 anos de idade. Ha, ha, ha, que ilusão!

Enquanto isto, nos 14 outros países estudados pelo HSBC, entre os quais se encontram U.S.A, Grã Bretanha, Austrália e França, a idade média declarada era   que pretendiam se aposentar aos 58 anos de idade. (contra os 46 anos dos brasileiros pesquisados)

Sendo eu um planejador financeiro consciencioso,   levo sempre seriamente em consideração outros fatores além dos sonhos das pessoas.

Um importante componente, não dos sonhos, mas da realidade da vida em nosso país é a elevada alíquota de tributos que aqui coletivamente pagamos e outro é a igualmente elevada taxa de juros incidente sobre hipotecas, empréstimos e outros endividamentos que nossa população costuma assumir.   

Raciocino que aposentar-se aos 46 anos é de fato um sonho e se encontra longe da realidade. O brasileiro médio provavelmente levará mais tempo para se aposentar com tranquilidade que qualquer dos 14 países acima citados que pensavam em pendurar as chuteiras aos 58 anos de idade.

2ª conclusão; Não quero deixar nenhuma dúvida para a absoluta maioria dos meus patrícios de que não irão se aposentar tão cedo!

É muito mais provável de que terão de complementar quaisquer planos de pensão que tiverem feito no passado com algum trabalho remunerado ou ate mesmo com “bicos”!

Qual ou quais as modalidades de renda que Frankenberg recomenda?

Infelizmente não poderei me estender neste limitado espaço a respeito de cada modalidade que eu recomendaria, mas fugazmente darei alguns palpites mais generalizados. Eis algumas recomendações genéricas:

1-     Não despreze o INSS. Por mais injusto ou caótico que possa parecer a nossa entidade estatal, no passado já atendi diversas viúvas e menores de idade que unicamente podiam contar com esta fonte de renda para se manterem, já que o falecido não havia tomado adequadas medidas de proteção em relação ao patrimônio, renda familiar, seguros de vida e plano de previdência complementar.

Muita gente esquece que o INSS também pode ser considerado um seguro de vida e, portanto também por essa razão não deve ser desprezada.

É bom relembrar que a pensão a ser recebida do INNS para quem tem 65 anos ou mais, por enquanto é isenta de I.R.

2-     Os fundos de pensão privados complementares abertos em nosso país não são perfeitos, pois alguns deles, a meu ver, cobram taxas de carregamento e de administração por demais altas. Recomendo a todos que sempre tentem negociar estes elevados custos cobrados, levando igualmente em consideração que o rendimento anual obtido pelos fundos deve sempre ser maior que a soma dos seguintes fatores; inflação do país mais custos globais totais cobrados pelas entidades previdenciárias que administram o dito fundo de previdência complementar.

Para saber se você deve investir em um PGBL ou um VGBL, o melhor mesmo é consultar previamente um planejador financeiro independente e de sua confiança, pois existem inúmeros outros fatores que devem ser analisados antecipadamente e cada pessoa (família) tem características específicas que devem necessariamente ser consideradas.

O profissional que for escolhido também deve lhe aconselhar quanto a melhor forma de recolher o futuro imposto de renda, ou seja, pela tabela progressiva ou alternativamente pela tabela recessiva, escolha essa que não é tão simples assim de ser feita.  Esta antecipada decisão da forma de pagamento de I.R. torna-se por demais relevante quando da época em que se inicia o período de recebimento da remuneração do fundo, isto é  muitíssimos anos depois.

3-     Você vai poupar e investir durante muitos anos (10, 20 ou quem sabe até 30 anos), portanto não saberá de antemão qual será o melhor investimento onde colocar a sua grana poupada; Poupança, Fundo Imobiliário, Letra do Tesouro, Fundo ou Carteira de Ações etc.

Tudo se passa como se fosse uma espécie de loteria, ninguém pode lhe garantir qual será o melhor ou mais indicado investimento em período tão longo! Acontece também que você provavelmente não terá condições de simultaneamente investir em todas as modalidades de investimento.  Terá de escolher um só especificamente e, quem sabe, quando já acumulou bastante  no investimento inicial, passa a investir em outro.

Importante é sempre relembrar que quaisquer dos investimentos escolhidos, terá períodos melhores e piores de rentabilidade no longo prazo, de acordo com distintos fatores que ocorrerão, tais como inflação, custos financeiros envolvidos, fatores econômicos etc.

Importante também é manter o foco e não pular constantemente de um para outro investimento e sempre considerar que você planeja ter renda para a aposentadoria (longo prazo) e, portanto não deve interromper seu plano, custe o que custar.

Tenho observado que alguns investidores demasiadamente indecisos interrompem seus planos de previdência pouco tempo após terem iniciado os mesmos, pagando então ao resgatá-los pesadas alíquotas de imposto de renda.

Novamente, um planejador financeiro competente e independente, mesmo que lhe custa uma consulta, pode dar-lhe subsídios relevantes e indicar qual será a melhor maneira para você especificamente criar uma ou mais fontes de renda para o futuro.

É claro que existem inúmeras outras possibilidades de criar renda futura, não mencionadas aqui, como por exemplo, o aluguel de imóveis, começar  algum negócio ou prestação de serviços etc.  mas é bom sempre relembrar  que quanto mais automático for o recebimento de fonte(s) de rendimento futuro  diretamente na sua conta bancária melhor.

Lembre-se sempre que com o avançar da idade você não terá mais as mesmas habilidades físicas e intelectuais de quando era mais jovem!

3ª conclusão; toda pessoa preocupada com seu próprio futuro não deve apenas perguntar em que investir para ter renda suficiente, mas também se os diversificou suficientemente em diferentes segmentos e cuidou dos mesmos qual   tenras plantinhas que constantemente precisam ser aguadas.    

Enormes mudanças estão ocorrendo em relação a longevidade e a aposentadoria

Quando comecei a estudar em profundidade todos os aspectos que envolviam a questão da longevidade e da aposentadoria e quanto de dinheiro as pessoas gostariam de receber mensalmente quando aposentadas através de seus planos oficiais e/ou complementares de pensão ou ainda de outras fontes de rendimento de capital anteriormente acumuladas, notei o gravíssimo erro de estimativa em que geralmente quase todos elas incorriam.

Naquela época (década dos anos 80) os fundos de pensão da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá ainda não prestavam a devida importância ao inimaginável fenômeno do rápido incremento da longevidade das pessoas que viviam então nas partes mais adiantadas do mundo, decorrente das radicais mudanças que estavam ocorrendo naqueles  mesmos países.

Aqui em nosso país igualmente, esse assunto nem de longe estava na ordem do dia dos estudiosos do assunto. 

Os fundos de pensão complementares abertos e fechados ainda estavam por serem regulamentados e as pessoas mais idosas que continuam vivas, certamente ainda se lembram dos “Montepios” que um por um estavam quebrando, justamente por não terem levado na  devida consideração a enorme inflação e perda do poder aquisitivo da  nossa própria moeda. 

Naquele tempo nenhum Governo tinha qualquer noção da maneira como a longevidade iria alterar substancialmente todos os cálculos atuariais.  

Nenhum Governo tampouco levou em conta as hordas de gente desempregada que não iriam mais estar recolhendo as contribuições compulsórios para a previdência social e, nenhum Governo levou em conta que a natalidade iria decrescer de três ou mais filhos para 1,5 ou menos filhos por casal!  

Provavelmente o enorme entusiasmo demonstrado mundialmente pelos casais pela TV tenha tido a sua parcela de culpa...

Nenhuma das tabelas atuariais de mortalidade que calculavam e embutiam todos estes fatores estava adaptada para estes acontecimentos.

No Brasil, tempos depois, o mesmo fenômeno ocorrido no primeiro mundo iria se repetir, como estamos constatando atualmente.

Aqui, entretanto, orgulhosamente temos Ph.D.  em empurrar  essas questões  vitais  e  de somenos importância para debaixo do tapete, como vem acontecendo!

Mas cá estou eu, simples planejador financeiro, que brada aos quatro ventos que quem não quiser passar futuramente mal deve se preparar antecipadamente.

Lamentavelmente estou consciente que é apenas uma minoria  que não deseja ser pego de surpresa e que vai prestar maior atenção aos meus brados de alerta. Será que você fará parte dessa minoria?

Conscientemente assumo que sou um estraga prazeres, mas caro leitor, quem avisa amigo é!

A notícia ainda mais alarmante e que quase todos os governos tentam esconder de você é de que não vão poder continuar pagando o mesmo valor das pensões prometidas e tampouco manter futuramente a mesma  idade precoce para alguém poder se candidatar a pendurar as chuteiras.

E para ninguém poder afirmar de que não falei antes do assunto, para vocês a seguinte informação; há pelo menos 10 anos um dos meus slides que tenho mostrado em auditórios representa o transatlântico chamado INSS afundando como o famoso “Titanic”. (ver acima).

É claro que não desejo que isto aconteça, mas estamos nos encaminhando a passos largos para radicais mudanças que devam ser introduzidas em nossa legislação previdenciária para fugir dos gigantescos déficits que já estão ocorrendo hoje em dia.

É pura ilusão pensarmos que a maioria dos jovens da geração “Y” poderá se jogar em alguma cadeira preguiçosa à beira do mar, na sombra de um coqueiro, aos 55, 60 ou até 65 anos!  

4ª Conclusão; Você  não é suficientemente importante para qualquer Governo se preocupar com   futuramente consigo e por essa razão é melhor cuidar de si, antes que seja tarde.

“O Brasil explodiu?” (Has Brazil blown up?) Esta é o título da capa da edição da revista “The Economist” de 28.09.2013

Será mera coincidência que, trabalhando arduamente neste meu blog, que a revista The Economist publicou uma matéria especial de 14 páginas a respeito dos aspectos positivos e negativos de nosso país?

Na introdução da página 11, em certo trecho o editor escreve e eu traduzo livremente;

“o cidadão médio  brasileiro tem a possibilidade de obter até 70% do seu ganho quando se aposenta aos 54 anos de idade.”

Esta revista estrangeira apenas repete o que todos sabemos, mas que nem todos tem a coragem de dizer em voz alta.

Não é realista alguém ter a possibilidade de se aposentar aos 54 anos quando já se sabe que uma pessoa saudável poderia estar trabalhando até os 70 anos de idade nos dias de hoje.  

Também de acordo com o relatório referente ao Brasil do Banco HSBC referido anteriormente, 29% das pessoas entre 55 e 64 anos de idade estão atualmente parcial ou inteiramente aposentados em nosso país e 50% dos entrevistados atualmente entre 25 e 34 anos de idade responderam de que gostariam (pensam) em se aposentar entre 55 e 64 anos de idade.

Uma resposta generalizada dos 1.000 entrevistados que já estavam aposentados e cuja resposta eu endosso plenamente se refere à seguinte pergunta que foi formulada pelo banco;

Qual o melhor conselho que vocês receberam em algum momento de suas vidas?”

A resposta foi; “comecem a poupar o quanto antes em suas vidas“.

5ª Conclusão;

Espero que apreciem os slides que acima ofereço a vocês para que  os vejam e reflitam a respeito e para que nunca lhes falte nada na vida ativa ou na aposentadoria!

Abraço,
Louis Frankenberg, CFP® 02-10-2013.
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